Burleigh Pro

Família Muniz em alta

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Irmãos Alejo e Santiago Muniz dão show no Breaka Burleigh Pro. Foto: Ed Amorim.

No quinto dia do Breaka Burleigh Surf Pro, etapa de nível 4 estrelas do WQS, o sol mal apareceu aqui na Austrália e já tínhamos brasileiro na abertura da quarta fase.

O pernambucano Luel Felipe buscou as melhores ondas, mas a sorte estava mesmo do lado dos australianos, que fizeram a dobradinha, com Kieren Perrow em primeiro e John Cumming em segundo.

Veio a segunda bateria e o paranaense Peterson Crisanto começou imprimindo seu ritmo, pegando as primeiras ondas da bateria. O local do pico Jay Thompson percebeu e rapidamente remou para posicionar-se próximo ao “Ursinho”. Foi aí que pintou a primeira boa onda boa da disputa, com o baiano Marco Fernandez mostrando seu repertório e começando sua arrancada.

Jay, com suas rasgadas e velocidade, levou a melhor, garantindo mais uma vaga na próxima fase. Marco Fernandez também surfou muito bem e vibrou com o resultado, enquanto Peterson Crisanto deixou a disputa mais cedo, na terceira colocação.

Em seguida, mais três brasileiros disputavam duas vagas na próxima fase e precisamos registrar aqui a sexta bateria, a mais disputada do dia, um show brazuca nas ondas de Burleigh Heads.

Heitor Alves começou liderando com a primeira boa combinação das duas notas a serem somadas. Caio Ibelli, que vinha de uma emocionante vitória na etapa anterior do WQS, na China, conseguiu mostrar por que é considerado uma das novas promessas brasileiras. Ele surfou com precisão a primeira onda excelente no critério de julgamento, e na sequência pegou outra para assumir a liderança da bateria naquele momento.

Foi quando o catarinense Santiago Muniz começou a mostrar suas cartas. Com a melhor onda da disputa, pulou direto de terceiro para primeiro colocado, já no finalzinho da bateria, como aconteceu na fase anterior, sem chance de recuperação para os outros três atletas.

Caio ficou em segundo, seguido pelo cearense Heitor Alves, terceiro, e o australiano Shane Holmes, precisando de combinação de notas. “Santiago está surfando muito, com uma capacidade de completar os espaços da onda com manobras variadas e no tempo certo. Está deixando todos impressionados”, comentou Nev, renomado shaper local que estava acompanhando na área VIP. Traduzindo mais ainda, “amou a valinha” do point break.

Na nona bateria, o capixaba Rafael Teixeira não foi feliz na escolha das ondas. Por outro lado, um Owen Wright muito motivado conseguiu pegar as melhores e largar bem com uma boa onda já no início da bateria, e assim foi liderando até o final. Quem garantiu a segunda vaga na disputa foi outro australiano, Nick Vasicek, local de Coolangatta. No final, o top confessou: “Estou me sentindo muito preparado fisicamente e me acertei bem com minhas pranchas nesses últimos três meses”.

Na última bateria do dia, surgiu o catarinense Alejo Muniz, que nos primeiros dias comentou que nem tinha intenção de competir nesse evento e decidiu participar de última hora para treinar nessa pré-temporada e curtir um pouco mais com o irmão Santiago a perna australiana.

Atleta do seleto grupo mundial, Alejo não decepcionou, e com um surf maduro e polido, competiu com categoria, levantando a galera na arquibancada natural de Burleigh.

Ele fez a segunda maior nota da quarta fase, um excelente 9.00, e o segundo melhor somatório, 17 pontos em 20 possíveis, ficando atrás apenas de Daniel Ross, que surpreendeu a todos com 9.33 na melhor onda e o total de 17.50.

Outros destaques da fase foram os grandes ídolos do surf competição, os australianos Bede Durbidge, que passou apertado na segunda posição – o mesmo aconteceu com Adam Melling; já Mick Fanning surfou o suficiente para vencer sua bateria e a lenda viva Mark Occhilupo desapontou sua legião de fãs com sua desclassificação prematura.