Só deu Brasil no alto do pódio do Ubatuba Pro Grand Slam no litoral norte de São Paulo. Leco Salazar, atual campeão mundial de SUP Wave, venceu a etapa brasileira do Stand Up World Tour e o carioca Caio Vaz foi o vice-campeão, para completar uma dobradinha verde-amarela em Ubatuba (SP).
Na bateria final contra dois estrangeiros, eles superaram o australiano Justin Holand e o havaiano Mo Freitas, que tentava o bicampeonato na praia de Itamambuca.
Na decisão feminina, também só deu Brasil, com a vitória de Kate Brandi sobre Nicole Pacelli e Aline Adisaka, deixando a espanhola Iballa Moreno em quarto.
“Estou super feliz pela vitória aqui no Brasil”, disse Leco Salazar.
“Quero agradecer aos meus patrocinadores, que nessa semana confirmaram que irão me patrocinar no Circuito Mundial neste e no próximo ano. Então o título veio coroar isso. É mais um que fica em nosso país, mesmo com os melhores do mundo aqui. Eu consegui encontrar as ondas que não achei na semifinal e Deus sabe o que faz. Acho que, além de ser um bom surfista, o competidor tem que ter sorte, estar em sintonia com o mar, e tudo fluiu bem pra mim na bateria”.
Um ótimo público compareceu no sábado de sol e boas ondas em Itamambuca, para assistir o show dos melhores do mundo no Stand Up Paddle nas ondas.
Disposto a não bater na trave, como em 2012 quando foi vice contra Mo Freitas, o santista Leco Salazar escolheu ótimas ondas e surfou com precisão para dominar toda a bateria.
O havaiano começou bem, mas cometeu uma interferência sobre Caio Vaz logo no início e perdeu o ritmo após a penalidade. O carioca foi subindo de produção e travou um duelo particular contra Justin Holand, até ultrapassar o australiano para confirmar a dobradinha brasileira no Ubatuba Pro Grand Slam. Holand ficou em terceiro lugar e o defensor do título, Mo Freitas, em último na bateria.
“O campeonato foi dificílimo, uma bateria mais difícil do que a outra”, destacou Caio Vaz, muito feliz pelo vice-campeonato. “Só tinha casca grossa na água, os melhores do mundo aqui e eu fui passando as baterias até chegar à final. Estou amarradão. Repeti o meu melhor resultado até aqui, nas Ilhas Virgens, de novo atrás do Leco (Salazar), mas tá tranquilo, estou feliz pra caramba”.
O jovem havaiano Mo Freitas, que é filho de brasileiros, também gostou do resultado: “Vir para o Brasil é sempre muito bom e fazer outra final é melhor ainda. Tenho apenas 15 anos e estou no início da minha vida competitiva, então fiquei feliz só por chegar à final de novo. Quero apenas seguir dando o meu melhor nas competições”.
O último dia do Ubatuba Pro Grand Slam foi de grandes disputas, desde as primeiras baterias do sábado. Na abertura da quarta fase, o bicampeão mundial em 2010 e 2011, Kai Lenny, arrancou uma nota 10 dos juízes e atingiu 19 pontos de 20 possíveis para bater o também havaiano Mo Freitas. O santista Renato Wanderley quase consegue a segunda vaga para as quartas de final em sua última onda, fazendo bonito no campeonato.
As semifinais também foram adrenalizantes. Na primeira, Kai Lenny foi eliminado por Leco Salazar e o australiano Justin Holland. E, na outra, Caio Vaz brilhou, com Mo Freitas ganhando a briga pela última vaga na grande final contra o brasileiro Carlos Bahia e o peruano Tamil Martino, que cometeu uma interferência e terminou em último na bateria.
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Em seguida foi iniciada a decisão do título feminino e a única estrangeira também foi penalizada com uma interferência, como o havaiano Mo Freitas na final masculina. A guarujaense Kate Brandi começou imprimindo um ritmo forte desde o início e liderou a bateria do início ao fim.
Nicole Pacelli só reagiu nos últimos minutos, com notas cada vez mais altas, mas não o suficiente para impedir o bicampeonato de Kate Brandi no Ubatuba Pro Grand Slam. A ubatubense Aline Adisaka ficou em terceiro lugar e a espanhola Iballa Moreno em quarto.
“Esse campeonato foi um dos melhores que eu já participei”, disse Kate Brandi. “Deu altas ondas, a organização foi muito boa e consegui surfar bem, então estou muito feliz”.
A vice-campeã Nicole Pacelli também destacou a organização da única etapa do Stand Up World Tour no Brasil.
“O campeonato foi demais! Vieram muitas meninas de vários países e todas surfando bem. Kate (Brandi) quebrou, surfou super bem e mereceu a vitória. Eu gostaria de ter surfado melhor na final, mas as ondas não vieram pra mim. Mesmo assim, estou feliz pela Kate”.
Por ter feito o maior placar no primeiro dia do evento iniciado na quinta-feira, o capixaba Lucas Medeiros foi declarado campeão das triagens do Ubatuba Pro Grand Slam.
E vale destacar o louvável empenho do pessoal de Ubatuba, em especial a AUS (Associação Ubatuba de Surf). Eles não mediram esforços para que o campeonato acontecesse na
mais perfeita harmonia e a etapa do Mundial de Stand Up Paddle de Ubatuba já está confirmada para o ano que vem.
O Ubatuba Pro Grand Slam foi uma realização da Prefeitura Municipal de Ubatuba, Fluir Stand Up, SUPCLUB, Waterman League, Confederação Brasileira de Stand Up Paddle (CBSUP), Associação Ubatuba de Surf (AUS), Cia Radical, com patrocínio de Board House, Gzero Tech e WG; co-patrocínio de New Advance, Art in Surf, Latitude 23; e apoio de Keahana, Raglan, Team Brazil, Silver Surf, Sup Flex, Surfers Paradise.