Rip Curl Piedras Negras

David é vice no Peru

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Um clássico sul-americano entre Brasil e Argentina fechou o ASP 3 Star Rip Curl Pro Piedras Negras neste sábado de boas ondas de 3 a 4 pés na cidade de Ilo, Moquegua, litoral Sul do Peru.

 

O mar baixou no último dia, mas o point break Piedras Negras continuou apresentando suas esquerdas tubulares também abrindo longas paredes para as manobras.

 

O brasileiro David do Carmo, 29 anos, chegou a tirar a segunda nota 10 do campeonato nas semifinais, mas na decisão do título o argentino Santiago Muniz, 20, surfou as melhores ondas para faturar o prêmio máximo de US$ 8 mile os 750 pontos da vitória na nova etapa do ASP 3 Star no Peru, que foi disputada por 67 surfistas de doze países.

 

“Estou muito emocionado por esta minha primeira vitória em etapas do Circuito Mundial da ASP”, disse Santiago Muniz, irmão mais jovem do top do WCT, Alejo Muniz, que defende o Brasil no ASP Tour por morarem desde crianças em Santa Catarina.

 

“Este meu primeiro título é mais especial ainda porque aconteceu neste lugar incrível, com um povo super hospitaleiro e com ondas tão consistentes e perfeitas quebrando durante toda a semana aqui em Piedras Negras, o que ajudou bastante a todos a elevar o nível da competição. Agora sigo ainda mais motivado pra Arica em busca de mais um bom resultado lá”.

 

O campeão da estreia do Rip Curl Pro Piedras Negras no Peru refere-se à próxima etapa com nível 3 estrelas da ASP South America que começa na segunda-feira e vai até o sábado que vem no norte do Chile, o Monster Energy apresenta Maui and Sons Arica Pro by Sony nas grandes ondas de El Gringo, Arica.

 

Neste sábado, Santiago Muniz já havia despachado dois brasileiros em seu caminho até a grande final. A primeira vítima foi a revelação Yago Dora, 17 anos, que tinha feito o recorde de pontos do campeonato na sexta-feira. Depois, passou por outro catarinense nas semifinais, o tube-rider bicampeão das triagens do WCT do Taiti nos temidos tubos de Teahupoo, Ricardo dos Santos, 23.

 

Mas, quem chegou como favorito ao título na bateria decisiva foi o brasileiro David do Carmo. Ele fez as melhores apresentações do último dia, antes da grande final. Ganhou o duelo mais emocionante do sábado na quarta de final contra o uruguaio Marco Giorgi, 25. Ambos surfaram ótimas ondas e David totalizou 16,67 pontos com notas 9,00 e 7,67, contra o 8,33 e 7,00 do uruguaio que há muitos anos mora em Santa Catarina.

 

Na semifinal paulista contra Thiago Guimarães, 20, que na primeira bateria do dia barrou o último peruano, Carlo Mario Zapata, 19, David arrancou a segunda nota 10 do campeonato para vencer por 16,27, ou seja, fazendo os dois maiores placares do sábado em Moquegua.

 

Apesar da boa formação das ondas, o grande intervalo entre as séries fez com que a escolha das ondas ganhasse peso decisivo para as vitórias. Foi assim na grande final, com Santiago Muniz conseguindo liderar toda a bateria usando a força do seu backside nas esquerdas de Piedras Negras.

 

Na sua primeira onda que abriu a parede para as manobras, ele acertou duas para largar na frente com nota 5,67. O brasileiro tentou dar o troco, acelerou pro tubo que não rodou, então mandou um floater e errou a finalização na junção.

 

Logo o argentino levanta a torcida que lotou a praia no sábado em outra boa esquerda para ele aplicar uma série de quatro manobras e abrir uma grande vantagem com a nota 8 recebida dos juízes.

 

David do Carmo passa a ficar na “combination”, com mais de dez pontos de diferença, ficando impossível de virar o resultado em uma onda só. O argentino pega mais uma onda de três manobras que valeu nota 6,27 e o brasileiro consegue sair dessa situação incômoda com o 5,83 que recebeu na primeira onda com parede para ele mostrar suas manobras.

 

Na metade da bateria, David pega sua primeira onda boa, começa com um floater e manda duas batidas fortes em sequência jogando a rabeta para conseguir um 7,17, diminuindo a diferença para 7,11.

 

Mas, Santiago pega outra esquerda abrindo pra variar as manobras com uma série de cinco batidas e rasgadas que valeram nota 6,90. Com ela, sacramentou a sua primeira vitória no Circuito Mundial da ASP por 14,90 a 13,00 pontos.

 

“Realmente, na final as condições já estavam um pouco irregulares por causa do vento que entrou e as manobras falaram mais alto do que os tubos”, lamentou David do Carmo.

 

“Quando vi que o Santiago (Muniz) se distanciava fazendo manobras fortes, resolvi esperar por uma onda com potencial para entubar, pois era a única chance de virar a bateria. Ele (Santiago) está de parabéns pela brilhante vitória e estamos todos contentes com este grande campeonato. Quero também deixar um agradecimento especial ao meu patrocinador OZ Surfing e ao meu treinador físico, Nelson Junior, além de toda a galera da Praia Grande”.

 

Pelo vice-campeonato no Rip Curl Pro Piedras Negras Ilo Moquegua, David do Carmo recebeu US$ 4 mil e 563 pontos. Ele já havia feito a final na primeira etapa organizada pela ASP South America esse ano, ficando em terceiro lugar na decisão do ASP 3-Star Rip Curl Pro Argentina disputada por quatro surfistas em Mar del Plata, que foi vencida pelo paranaense Jihad Khodr, 29 anos.

 

No Peru, os dois atletas eliminados nas semifinais dividiram o terceiro lugar no pódio, o catarinense Ricardo dos Santos e o paulista Thiago Guimarães.

 

Nas quartas de final que abriram o sábado decisivo em Piedras Negras, o peruano Carlo Mario Zapata, o uruguaio Marco Giorgi, o brasileiro Yago Dora e o argentino Leandro Usuña, 25 anos, foram derrotados e ficaram empatados em quinto lugar. Cada um ganhou US$ 1.5 mil e marcou 316 pontos no ASP World Ranking e também no do circuito ASP South America Surf Series 2013, que define o campeão sul-americano profissional da temporada.

 

Resultado Rip Curl Pro Piedras Negras 2013

 

1 Santiago Muniz (Arg)

2 David do Carmo (Bra)

3 Thiago Guimarães (Bra)

3 Ricardo dos Santos (Bra)

5 Carlo Mario Zapata (Per)

5 Marco Giorgi (Uru)

5 Yago Dora (Bra)

5 Leandro Usuña (Arg)