O australiano Mick Fanning, 30 anos, voltou a badalar o sino da vitória no Rip Curl Pro na decisão contra o onze vezes campeão mundial Kelly Slater, 40, em Bells Beach. O título valeu 10 mil pontos e garantiram o 3o lugar no ranking.
Com a passagem para a final, Slater assumiu a liderança e Adriano de Souza permaneceu em segundo na classificação geral das duas etapas realizadas na Austrália. A próxima é o Billabong Rio Pro no Brasil, de 9 a 20 de maio na capital do Rio de Janeiro.
A sexta-feira de boas ondas entre 3 e 5 pés foi o dia da vingança para Mick Fanning. Era a terceira vez consecutiva que ele decidia o título do campeonato mais antigo do ASP World Tour. Em 2010 perdeu para o próprio Slater e no ano passado para o seu grande amigo Joel Parkinson. Para muitos, esta final foi considerada como uma das melhores dos 51 anos de história do Rip Curl Pro.
O australiano venceu o evento em 2001 e largou na frente com nota 9,10 usando a força nas manobras para jogar muita água em uma boa onda finalizada com um aéreo. Em seguida, pegou outra direita da série e conseguiu um 8,6 para botar uma vantagem de mais de 10 pontos.
Mas, Slater é Slater e ele sai da "combination" com uma nota 10 em um aéreo rodando incrível, muito alto, no "pocket" da onda, fantástico. Não demorou muito e Kelly achou outra direita boa abrindo a parede para ele desfilar seu arsenal de manobras modernas e virar o placar com uma nota 8,07.
Só que Mick Fanning não se abalou e com uma escolha impecável pega mais uma onda da série e aplica uma série de batidas e rasgadas abrindo grandes leques de água para retomar a ponta com uma nota 9,70. Usando o aéreo como principal arma, Slater quase consegue a virada fatal na onda seguinte, mas os juízes repetiram a nota 8,07 e ele precisava de 8,80 pontos. Ainda lutou até o fim, mas não conseguiu mudar o resultado de 18,80 a 18,07 pontos.
"Foi incrível e estou muito feliz", disse Mick Fanning. "Quando o Kelly (Slater) fez o 10, eu pensei: oh, aqui vamos nós de novo. Mas, tentei me manter calmo para pegar outra onda boa e estou amarradão que tudo valeu a pena. Estou realmente sem palavras porque foi uma final muito intensa. A multidão foi incrível lotando este anfiteatro hoje (sexta-feira) e estou muito feliz por ter conseguido vencer de novo este evento fantástico".
Apesar de ver a vitória escapar mesmo com uma nota 10 na bateria, Slater destacou as virtudes de Mick Fanning. "Eu sabia que o Mick (Fanning) não ia perder a paciência por nada. Ele começou bem, então eu pensei em mandar um aéreo grande, mas não foi suficiente. Foi tudo muito emocionante para mim. Mesmo quando ele teve o 9 e 8, eu sentia que algo de bom ia vir para mim. Mas, também sabia que ia ser um pouco difícil a luta com as ondas lá fora, com os grandes intervalos entre as séries, as longas calmarias, mas é assim mesmo".
O defensor do título, Joel Parkinson, 30 anos, foi barrado por Mick Fanning na semifinal e depois disso queria ver o amigo vencer o campeonato. "Eu disse para o Mick (Fanning) que ele tinha que tocar o sino. Ele me bateu e esperava que fizesse o mesmo com o Kelly (Slater). Ninguém merecia mais a vitória do que ele. Ele chegou perto tantas vezes e eu não conseguia pensar em um fim mais apropriado".
MINEIRINHO VICE-LÍDER – Adriano de Souza chegou a liderar o ranking por um dia, após a eliminação de Taj Burrow na terceira fase na quinta-feira. Ele acabou derrotado em uma disputa acirrada com o australiano-voador Josh Kerr, que acertou um aéreo rodando muito alto nota 9,73 que fez a diferença no placar de 17,40 x 15,36 pontos. Mineirinho terminou em nono lugar no Rip Curl Pro, marcou 4.000 pontos e quatro surfistas poderiam lhe tirar a dianteira na corrida pelo título mundial da temporada.
O próprio Josh Kerr e o sul-africano Jordy Smith conseguiriam isso se passassem para as semifinais. Mas, Kerr perdeu para Kelly Slater e Smith para Joel Parkinson nas quartas de final. Então, Slater e Parkinson assumiriam a ponta se chegassem na final, com os dois podendo até decidir o primeiro lugar na última bateria do campeonato. Kelly conseguiu isso, graças a uma interferência assinalada para o francês Jeremy Flores, que venceria a bateria não fosse a penalidade. Já Joel Parkinson foi batido na outra semifinal pelo campeão Mick Fanning.