Flip no Guarujá

Generik rouba a cena

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Rodrigo do Carmo, conhecido como Generik, é local de Itapema, Guarujá (SP), e tem 26 anos. Recentemente, Generik acertou um flip durante uma session e tornou-se o primeiro brasileiro a completar a manobra e o segundo no mundo.

Em entrevista concedida a Daniel Cortez, team manager da Volcom, o freesurfer falou sobre a façanha.

Desde quando você decidiu que queria completar essa manobra? Alguma influência? E há quanto tempo você estava tentando executá- la?

Uma das primeiras tentativas foi em 2005, mas desisti pelo grau de dificuldad. Depois voltei a tentar quando a Volcom fez a proposta dos 10 mil dólares, e desisti também devido à dificuldade. Quando o Zoltan acertou, fiquei muito pilhado de ter essa manobra no meu repertório. De um ano pra cá eu me dediquei bastante, como nunca tinha treinado na vida. Foi um ano de batalha até chegar ao meu objetivo. Com a parceria de minha mulher como videomaker, filmando todas as sessions e tentativas, ficou melhor. Acredito que foi influência total do skate.

Como está se sentindo em conseguir esse objetivo? Sei como você se dedicou a isso, praticamente todas as quedas tentando a manobra, muitas vezes desperdiçando ondas boas na sessão atrás dela. E agora, com ela no seu arsenal e você sendo o primeiro brasileiro a completá-la, pelo menos em registro tenho certeza que foi e o segundo no mundo. Explique isso, fale um pouco da satisfação de estar com essa difícil missão cumprida.

É muito bom alcançar esse objetivo, não sei explicar… Melhor do que ganhar qualquer evento. Era uma manobra que  eu sempre sonhei em mandar desde pivete. Quando via os filmes de surf, pensava nela e se era possível. Ando de skake desde novo e sempre quis  misturar esses esportes. Acho muito radical e revolucionário. É uma sensação inexplicável.

Fale um pouco da sua relação com o skate. Sei que você até adaptou uma mini ramp no terreno da sua casa…

Sonho com essa mini rampa desde os 8 anos de idade. Já a imaginava perfeita na minha mente, isso é um presente de Deus na minha vida. Me ajudou muito a aperfeiçoar o switch, minha base não é a mesma do surf, e isso me ajudou muito, tirando que é divertido ter uma mini rampa em casa, andar com os amigos. Minha mulher filma tudo, muito bom, sou muito grato a Deus por me proporcionar essa vida que sempre quis.

Você tem também colocado o switch stance no seu surf direto, né? Fala pra gente como é isso, e como é dar um varial com a base trocada.

Foi outra manobra que treinei bastante, com muito grau de dificuldade. Acertei o switch varial pela primeira vez em 2006, e na sequência, depois de alguns anos, o combo switch, e terminando com o switch 360 de back. Agora pretendo fazer uma linha completa com um flip, varial normal e um de switch. Aí será skate puro, como sempre Deus colocou na minha mente. Foram 11 anos de trabalho no total.

Fique à vontade para mandar uma mensagem pra galera, e agradecer…

Primeiramente glória a Deus pela vida e pela oportunidade; à minha mulher pela paciência e por acreditar; ao meu patrocinador Onbongo e co-patrocínios Radix Brasil, WD e Hard Wave; a todos os meus amigos e à minha família.

Foto de capa Alexandre Ruas