Paulo Issa comanda a transmissão ao vivo do Rip Curl Pro, em Portugal. Foto: Silvia Winik
Uma das principais vozes do surf brasileiro, o santista Paulo Issa será o locutor na transmissão ao vivo pela internet, em português, do Moche Rip Curl Pro Portugal, a décima etapa do WCT, que começa domingo (12), com prazo para terminar até o dia 23 nas ondas de Supertubos, em Peniche. Com grande vivência na função, ele pode narrar um momento histórico para o surf brasileiro, com a conquista do título mundial por Gabriel Medina.
Paulinho atuará como “âncora”, junto com Zé Paulo e Rubens Goulart, e foi convidado pelo também brasileiro Mano Ziul, responsável pelo sistema de computação do WCT e o maior incentivador das transmissões pela web em português. “A importância e a responsabilidade são enormes, pela grande chance de termos, finalmente, um campeão mundial. Se a audiência da transmissão pela web já é grande, imagino agora como será com a possibilidade do Medina”, afirma Paulo Issa.
Essa será a quarta etapa do Circuito Mundial que ele faz a locução. As outras três foram em Trestles, na Califórnia (EUA), em 2013, 2012 e 2011. “Espero fazer um bom trabalho e torcer para que nessa etapa de Portugal tenhamos um brasileiro campeão mundial”, diz o locutor.
Aos 47 anos de idade, Paulinho lembra que começou na locução de campeonatos de surf, por acaso, há cerca de duas décadas. “Eu era beach marshall nos eventos de bodyboard e num Campeonato Brasileiro, o meu amigo Wilson Piolho, que era o locutor na época, saiu para o descanso e me ofereci para substituir um pouco. A partir daí, alguns convites começaram a aparecer e comecei a dividir o trabalho atuando em alguns como juiz e outros como locutor”, recorda.
Antes de se firmar na locução, Paulinho “arriscou” a vida como juiz e chegou a atuar em etapas da Abrasp. “Até que optei por ficar só como locutor e foram muitos eventos, desde municipais até da ISA, Abrasp, WQS e o WCT, como agora. Não sei quantos foram, mas com certeza mais de 300 eventos e o prazer enorme de ver pequenos surfistas se transformando em grandes ídolos”, destaca Paulo Issa.
Em seu trabalho, tem como característica passar emoção e incentivar o público e, sobretudo, ser imparcial. “Que é essencial, principalmente num esporte de julgamento tão subjetivo”, comenta o locutor, que procura sempre se aperfeiçoar, acompanhando o trabalho de outros profissionais, tanto no Brasil, como no exterior. “Como o André Gioranelli, que além de um excelente surfista é um profissional sério e dedicado”, exemplifica.
“Temos grandes e excelentes locutores no Brasil e tive o prazer de trabalhar com a maioria deles, como o Klaus Kaiser, que me deu o empurrão necessário no Circuito Brasileiro, o Rick Lopes, o Henrique Prates, o Ronaldo Jacaré, o Faquico, o João Lopes e o mestre de todos, uma referência, enciclopédia, monstro na locução e amigo, Marcos Bukão”, elogia Paulinho, sem esquecer o falecido Fábio Bola, de Florianópolis.
Mostrando humildade, Paulo Issa faz questão de agradecer profissionais que foram e são importantes em sua carreira no surf. Ele ressalta Klaus Kaiser, pela oportunidade na Abrasp; Evandro Abreu, à época do Super Surf; Marcelo Andrade, também na Abrasp; Sérgio Gadelha, pelo início como juiz de surf; Washington Teixeira; Marcos Bukão, pelos ensinamentos; e Sílvio da Silva, o Silvério, presidente da Federação Paulista. “Quem sempre acreditou no meu trabalho”, enaltece.
“Também tem todo o pessoal da Federação Paulista de Surf, juízes, locutores, como Carlinhos, de Ubatuba e Rolley, de Guarujá; o Zé Cláudio, na minha opinião, um dos melhores juízes do Mundo, Paulo Motta e Marcelo Papel Nunes, pelos trabalhos e aprendizagem, meus amigos Bill e Mauro Rabellé e, claro, a minha família, meus filhos Nathan e Lucca e minha esposa, Constance, que entende o meu trabalho, além do Fábio Maradei, pelo caminho trilhado juntos”, reconhece, sem esquecer a sua chefe no trabalho na Prefeitura de Cubatão, Marcia Bueno.
Quem ainda não conhece o trabalho de Paulo Issa, poderá conferir na transmissão ao vivo do Mocha Rip Curl Pro Portugal, acessando o site da ASP. Emoção não faltará, como na sexta bateria, com o líder do Mundial, Gabriel Medina e o australiano Kai Otton, vencedor do evento em 2013. Para quem já acompanha a locução, sabe que, certamente, será um trabalho muito bem feito, de qualidade e, acima de tudo, sério e dedicado.