O capixaba Krystian Kymerson ditou o ritmo no quarto dia do Mahalo Surf Eco Festival, etapa de nível 4 estrelas do WQS que acontece na praia da Tiririca, Itacaré (BA).
Em ondas de meio a 1 metro e formação regular, Krystian extrapolou os limites no outside para somar notas 8.65 e 7.90 na terceira fase. À tarde, o atleta voltou a entrar em ação e novamente bateu seus adversários, desta vez com notas 6.75 e 6.35.
“Estou muito feliz, minha família está toda aqui, estou focado neste campeonato porque estou voltando de uma contusão no joelho esquerdo que tive na África do Sul, fiquei dois meses parado e estou bem confiante em conseguir um bom resultado aqui”, disse Krystian Kymerson. “Tenho que agradecer muito a Deus por estar recuperado e surfando como antes da contusão. Estas duas baterias de hoje (quinta-feira) foram as primeiras que eu disputei depois disso e estou feliz por ter feito os recordes do dia, não sabia disso, então tudo isso me dá mais confiança ainda para buscar o bicampeonato neste evento”, diz Kymerson, que já venceu o Surf Eco Festival em 2012, na praia de Jaguaribe, Salvador (BA).
Destaque também para o local Yagê Araújo. Depois de passar pela estreia atrás do paulista Jessé Mendes, “Gegê” levantou a plateia ao protagonizar um show de aéreos na Tiririca.
Ele cometeu uma interferência em Jihad Khodr logo nos primeiros minutos e foi punido com a perda de 50% da sua segunda melhor onda. Em vez de sentir a pressão, o itacareense se soltou na água e passou a decolar em grande estilo para buscar a classificação.
Com notas 8.25 e 8.06 (contabilizando 4.03 nessa onda pela punição), Yagê conseguiu avançar em primeiro lugar, deixando para trás o paranaense Jihad Khodr, o polinésio Mihimana Braye e o paulista Hizunomê Bettero.
“Hoje foi o dia em que mais vi interferências na minha carreira. Um monte de gente fez interferência e mesmo assim conseguiu passar a bateria. Tentei arriscar na disputa com Jihad e achei que a onda seria minha, mas acabei fazendo interferência e acho que até me soltei mais depois disso e passei a arriscar na bateria”, diz Yagê.
A grande esperança local mostra mais confiança na atual edição da prova, depois da derrota prematura na estreia em 2013. “No ano passado eu senti bastante a pressão, a lycra pesou e perdi logo de cara. Mas este ano eu cheguei com psicologicamente mais forte, vim de uma sequência de campeonatos, então estou com outro pensamento”, finaliza o itacareense.
Na disputa pelo segundo posto, Jihad Khodr levou a melhor sobre Braye, que chegou a virar o placar, mas levou o troco do paranaense na última onda e ficou irritado ao saber da derrota na areia.
Outro que impressionou os juízes foi o carioca Pedro Henrique, ex-Top do WCT. Em sua melhor onda, Pedrinho executou um belo arco e agrediu a junção com uma forte batida chutando a rabeta. Com a nota 8.25 e o total de 15.35 pontos em 20 possíveis, o atleta radicado em Portugal ficou em situação confortável e passou a administrar a vitória sobre o guadalupenho Dimitri Ouvré, o pernambucano Bruno Rodrigues e o baiano Bino Lopes, campeão do Surf Eco Festival em 2011.
Também tiveram boas performances na quarta fase o baiano Marco Fernandez, os paulistas Gabriel André e Alex Ribeiro, o cearense Artur Silva e o australiano Cahill Bell-Warren.
Cabeça-de-chave número 1 da etapa, Jessé Mendes protagonizou uma virada eletrizante para seguir na briga em Itacaré. Enquanto vigiava o baiano Franklin Serpa para garantir a segunda vaga, Jessé viu o pernambucano Alan Donato pular de quarto para segundo com uma nota 6.65. Porém, o forte candidato a uma vaga no WCT respondeu rápido e foi valorizado pelos juízes. Ele precisava de 5.66 e conseguiu 5.70 para seguir atrás do aussie Cahill Bell-Warren.
Já o cabeça-de-chave número 2, Willian Cardoso, foi eliminado da competição. O catarinense passou pela estreia logo cedo, mas disputou uma onda com o paulista David do Carmo e os juízes aplicaram uma dupla interferência, deixando Willian bastante irritado com a decisão. Mesmo com a punição, David conseguiu segurar a segunda vaga e comemorou a dobradinha com o conterrâneo Alex Ribeiro, de Praia Grande (SP). O venezuelano Rafael Pereira amargou o terceiro lugar e foi eliminado junto com Willian Cardoso.
Alex, líder da bateria, permanece na liderança do ranking sul-americano da temporada. O paulista largou na frente com uma vitória na Argentina e segue em primeiro.
“Estou liderando o ranking, mas procuro nem pensar muito nisso, só quero ir passando as baterias e manter o foco nas ondas, porque a condição do mar está bem difícil. Não dá pra ficar pensando lá na frente, tem que ser passo a passo”, disse Alex Ribeiro. “As ondas deram uma subida hoje, mas o mar ficou muito balançado, difícil de achar as boas, então foi preciso manter a calma para escolher bem. Minha tática foi tentar fazer uma primeira manobra forte pra chamar a nota e deu tudo certo. Estou feliz que continuo no evento e vamos ver como vai ser amanhã (sexta-feira), porque a meta mesmo é vencer o campeonato”.
Para acompanhar a transmissão ao vivo, visite o site Aspsouthamerica.com.