Dia do Surfista

Data celebrada em Santos

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Na última quarta-feira, 21 de janeiro, o Dia do Surfista, em Santos, instituído por lei em 2003, valorizou mais quatro personagens que participaram ativamente da história do surf na Cidade. A cerimônia realizada pela Prefeitura Municipal de Santos, em parceria com a Associação Santos de Surf, foi realizada no Paço Municipal, reunindo dezenas de surfistas de várias gerações, sobretudo a galera da antiga.

Maurício Tadeu Di Gregório, o “Paulista”, 64 anos, Odmar Fernandes Aguiar Júnior, o “Timó”, 62, Durval Citero Júnior, o “7 Cabeças”, 65, e Hélio Silva de Oliveira, o “Coquinho”, 59 anos, formavam uma turma que pegava ondas no Canal 3. Iniciaram uma nova conduta para a época, uma cultura marginalizada no início dos anos 60. Eram surfistas e até hoje se orgulham de manter a sintonia com as ondas.

Dos homenageados, o caçula Coquinho foi o único que sempre viveu do surf. É shaper, tendo fabricado mais de 40 mil pranchas nesses anos todos, e também juiz de campeonatos.  Os quatro, aplaudidos de pé pela plateia formada por vários companheiros até de gerações anteriores ou de outros “picos”, receberam placas alusivas ao Dia do Surfista das mãos do prefeito Paulo Alexandre Barbosa.

Essa foi a décima primeira edição da homenagem, parte importante do Dia do Surfista, criado pela lei municipal 2172, de autoria do então vereador Fábio Nunes (hoje secretário municipal de Cultura), em 19 de dezembro de 2003. Durante o evento, o secretário municipal de esportes, Alcídio Mello, pediu um minuto de silêncio em sentimento ao surfista catarinense Ricardo dos Santos, morto essa semana, e também José Roberto Fernandes, o Lacraia, pioneiro de Santos, e o artista Leto, falecidos no ano passado.

O prefeito destacou a integração e amizade dos surfistas e também lembrou a identidade de Santos com o surf. “Capítulos importantes do esporte foram desenvolvidos na Cidade e a nossa missão, enquanto gestor, é dar continuidade e valorizar a nossa história”, disse. “A gente valoriza vocês, que são ícones, referências, são amados”, destacou sobre os homenageados. “A gente vê a reação das pessoas, os olhares de satisfação o orgulho. Todos se sentem representados por cada um de vocês. E a cada ano vamos valorizar cada vez mais o surf”, complementou o prefeito. Já Fabio Nunes, o Fabião, fez questão de enaltecer o espírito de camaradagem, tão presente entre os surfistas e o motivo das homenagens. “É muito importante valorizar a nossa história. Sem isso, não construímos o futuro”, justificou.

Representando os homenageados, Maurício Paulista recordou o início de suas aventuras nas ondas. “Fazemos parte de uma tribo. Começamos em 1960. Não tínhamos conhecimento de absolutamente nada do surf. Começamos fazendo pranchas de madeirite, que pegávamos da construção do Clube XV”, contou. “Uma história que só temos grandes recordações. Agradeço por resgatarem a história do surf, que começou só com diversão e se tornou um esporte reconhecido mundialmente”, complementou.

O Dia do Surfista também contou com um evento cultural, com oito artistas criando arte em pranchas de surf usadas. Entre as obras, uma delas foi em homenagem à memória do surfista Ricardo dos Santos, assassinado esta semana. A artista plástica Mai-Britt Wolthers, esposa e mãe de surfistas, pintou uma prancha com frases relacionadas: “Eu sou Ricardo, queria viver, queria surfar, queria amar”.

As pranchas serão expostas em próprios públicos e, posteriormente, leiloadas com a renda revertida para entidades de Santos e a Associação de Surf. Para este ano, o surf na cidade segue com força. O prefeito prometeu a reconstrução do Museu do Surf, no Parque Municipal Roberto Mario Santini, e também está garantindo o Circuito Municipal, organizado pela Associação Santos de Surf, voltado às categorias de base e exclusivo a surfistas da Cidade, com o intuito de revelar e fortalecer a formação de novos valores.