Espêice Fia

Legends em Maraca

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Fabio Gouveia no pódio da etapa de abertura do Brasileiro Master em Maracaípe (PE). Foto: Claudio Damangar
 

Nos dias 24 e 25 de janeiro foi aberta a temporada Master de 2015 da Confederação Brasileira de Surf (CBS). Mais uma vez a Baía de Maracaípe, em Ipojuca (P), foi palco das disputas.

A bancada daquele pico não é mais a mesma de tempos passados, mas, mesmo fora de época propícia para as boas ondulações, durante a maré cheia havia ondas razoáveis com cerca de meio metro e algumas maiores.

Quem tinha a sorte de pegar estas condições competia mais aliviado, mas na maré seca era pura loteria. Rápidas e fechando, quem conseguia uma onda de duas manobras na maioria das vezes saía-se vencedor.

O evento contou com bom público e várias atrações paralelas. Com boa estrutura, rolaram apresentações de hoverboard, corrida de remada, aulas de Yoga com o surfista e professor Xandi Ferraz, remada em prancha gigante e show de Teco Padaratz e sua banda 5’11”  e “São” Jorge, bem como os DJ’s Albino Malta e Patryck Torquato.

Atletas de norte a sul do país marcaram presença. Como sempre, baterias de 15 minutos eram um martírio, mas nas finais, com 20 minutos, era possível ter um pouco de alivio. Disputas acirradas em todas as categorias e o atual campeão Master Pedro Lima venceu a etapa inaugural, deixando o estreante e forte concorrente Danilo Costa em segundo. Os paraibanos Paulo Germano e Saulo Carvalho completaram o pódio.

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Rogério Dantas, campeão da Grand Master. Foto: Claudio Damangar
 

Na categoria Grand Master, o elétrico cearense Rogério Dantas deixou o potiguar Joca Junior, que vinha tendo boas atuações, em segundo. Com a terceira colocação ficou o pernambucano Maurício Bandeira, vice-campeão desta categoria em 2014, e em quarto lugar ficou o competitivo baiano Marcelo Alves.

Em agosto do ano passado fiz 45 anos e tive um upgrade de categoria, sendo agora um Kahuna (risos). Consegui uma boa onda e mandei duas batidas “dis costas” para vencer meu adversário direto, Jojó de Olivença. Joca Junior, que também optou por correr duas categorias, foi o terceiro. A mesma investida fez Claudio Marroquim e completou com a quarta colocação essa final de encontro de gerações, pois ele é de uma anterior à de Jojó, e tanto eu como Joca somos uma depois do bom baiano. 

Na sua categoria por direito, acima dos 50 anos, a Grand Kahuna, Claudio Marroquim venceu o potiguar Edu Elias, Mickey Hoffmann e o “poroc poroc” Marcelo Bibita. Aliás, a boa forma desta turma é surpreendente, e do jeito que vai, irá com certeza continuar com grandes disputas quando surgir a categoria acima dos 60.

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Finalistas da Master, categoria vencida por Pedro Lima. Foto: Claudio Damangar
 

Bom, brincadeiras à parte, nem eu sei como esta categoria se chamará. O fato é que a longevidade dos atletas é uma constante e vai ser muito legal poder acompanhar e torcer para estes legends do nosso surfe.

A próxima parada será mais uma vez a Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha. No ano passado as ondas de qualidade não apareceram, deixando a etapa sem aquele brilho noronhense. Mas, com esta nova oportunidade, esperamos que as ondulações entrem e que proporcionem um surfe de verdade, até porque o intuito do circuito Master é qualificar a galera para o mundial da ISA, que neste ano deve ser disputado em Canárias. Até a próxima!

Fábio Gouveia
Campeão brasileiro e mundial de surfe amador, duas vezes campeão brasileiro de surfe profissional e campeão do WQS em 1998. É reconhecido como um ícone do esporte no Brasil e no Mundo. Também trabalha como shaper.