5 perguntas

Com Maya Gabeira

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Mais de um ano depois de quase morrer em Portugal, Maya Gabeira retorna ao surf e planeja voltar a Nazaré para o reencontro com o Canhão. Foto: Divulgação Red Bull
 

Foram tempos difíceis para Maya Gabeira. Desde o acidente que quase lhe tirou a vida, em outubro de 2013, na temida onda de Nazaré, Portugal, a carioca passou muito mais tempo no médico do que gostaria. Entre as cirurgias e fisioterapias, um intensivo trabalho de recuperação deu fôlego novo à atleta, que mira novos ares em 2015. Detentora de 5 títulos do Billabong XXL Awards, a big rider quer deixar o wipeout no passado e está de volta para o lugar de onde nunca deveria ter saído: o mar. Confira a entrevista com a atleta.


Como foi a recuperação após o acidente em Nazaré e como você está agora?

Foi demorada. Quebrei a fíbula direita em Nazaré, depois quebrei o nariz em Teahupoo, pois minha perna direita não respondeu. Após operar o nariz, fiz exames para descobrir o que estava acontecendo na minha lombar e descobri uma hérnia. Operei pela primeira vez a coluna em agosto. Em setembro passei novamente por uma cirurgia devido a uma reincidência. Durante a recuperação, assisti a muitos filmes. Fiquei parada por pouco tempo. Voltei à reabilitação, piscina e outras atividades bem rápido. Isso me deixou mais tranquila. Agora estou de volta às ondas.

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“Pretendo fazer viagens em 2015, mas não está nada certo ainda. No fim do ano devo voltar a Portugal e surfar Nazaré”, afirma Maya Gabeira. Foto: Divulgação Red Bull 


Como foi a volta ao surf? Quais picos já surfou depois da recuperação e quais pretende surfar agora?

Excelente. Por enquanto não consigo surfar por muitas horas devido ao problema da coluna, mas, aos poucos, estou ganhando confiança e resistência. No momento, estou entre Hawaii e Califórnia. Pretendo fazer viagens em 2015, mas não está nada certo ainda. No fim do ano devo voltar a Portugal e surfar Nazaré.


Você manteve contato com Carlos Burle depois do acidente?

Eu e o Burle somos uma equipe e amigos acima de tudo. Ele faz questão de saber como eu estou em períodos como este de reabilitação, tenta sempre me manter por dentro do que acontece no esporte e animada para voltar.

Qual o seu próximo passo em relação às ondas grandes?

Fazer um planejamento para ondas grandes não é muito fácil, pois só se sabe que o swell vai ser poderoso poucos dias antes de estourar. Mas sabemos que temos mais uns meses de inverno no Hemisfério Norte e podemos ter alguns bons swells por aqui. O que sei é que vou me dedicar dentro d’água durante a temporada de inverno no Hemisfério Sul. Assim, quando chegar o fim do ano, quando começa a temporada havaiana, eu estarei de volta em plena forma.


Você espera alguma mudança no cenário do surf brasileiro depois do título do Medina?

Já tenho observado um interesse maior, principalmente da grande mídia. O povo brasileiro – e isso inclui a imprensa brasileira – gosta de esportes que tenha brasileiros ganhando. Foi assim com o Ayrton Senna, na Fórmula-1. O mesmo aconteceu com o Guga e, consequentemente, com o tênis, no fim dos anos 90. O MMA explodiu há uns três anos. Agora é a vez do surf, com o Medina. Espero que não seja algo passageiro, pois o surf é mais do que um esporte, é um estilo de vida que reúne contato com a natureza e vida saudável.