Adoradores do Sol nas “ondas” da Ilha da Magia! Pelo autor Jaime Cezário, a história do surf virou samba-enredo neste carnaval e foi bater na passarela Nego Quirido, em Florianópolis (SC). Muito bem elaborado, vimos no desfile um passeio das raízes até os dias de hoje. Passando pela África, Peru, Califórnia e Hawaii, mostrando a prática do esporte em toda a Polinésia, que esteve ligada à cultura, arte e religiosidade e chegando ao Brasil, aos berços do nosso surf (Rio de Janeiro e Santos) e aportando em Florianópolis, onde a Ilha da Magia recebeu e incorporou de braços abertos a arte de deslizar sobre as ondas.
Ao escolher seu samba-enredo, a União da Ilha da Magia (UIM) fez uma homenagem que caiu feito uma luva no momento em que o Brasil tem finalmente seu título máximo no esporte através dos “pés” de Gabriel Medina. O campeão era convidado de honra e a diretoria da escola fora até a praia da Ferrugem, onde estava na semana passada atendendo a evento de seu patrocinador, mas devido aos compromissos e sua ida para Austrália não pode comparecer.
O desfile foi maravilhoso e no abre alas trouxe a vice-campeã mundial de surf feminino, Jaqueline Silva. Com 21 alas de fantasias e quatro carros alegóricos, uma ala especial trazia convidados que fizeram história no esporte do Brasil e no mundo. Além de Medina, o catarinense Teco Padaratz, Adriano de Souza e outros ilustres convidados não puderam comparecerer, mas tive a honra de desfilar com meus parceiros de circuito mundial, Amaury “Piu” Pereira e Renan Rocha, além de um dos legends do surf catarinense, Zeno Brito.
Representando a ASP South America estava Roberto Perdigão e a Fecasurf tinha Frederico Leite. Outros importantes surfistas da ilha incluindo Ismail Maciel, Coquinho, Magoo, Polly e Wagnão estavam presentes, mas era tanta gente e folia que não percebi todos que estavam lá.
No último carro alegórico três personalidades: Icaro Ronchi (filho do criador da Revista Inside, o falecido Ledo Ronchi),Guga Arruda e o “Kahuna” David Husadel. Quando todos já estavam embalados pelo ritmo da bateria Tribuzana e puxadores do samba na voz de Marcelo Perna e seus parceiros, um banner estampava a traseira do último carro. Era a imagem de Ricardinho dos Santos acenando com um “Shaka Brah”. A turma foi ao delírio e a mensagem escrita era: “Tolerância, a onda que salva vidas”. A UIM, que já é bicampeã do carnaval de Floripa, desta vez ficou com um não menos honroso vice-campeonato. O título ficou com a escola da comunidade do Morro do Mocotó, a Protegidos da Princesa, que também é bicampeã e fez um belo desfile.