Manual de Ondas Grandes

Bruno Lemos dirige série

Premiada pelo New York Film Festival, série sobre ondas grandes estreia na TV brasileira nesta sexta-feira.

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Bruno Lemos e Kleber Pires dirigem a série Manual de Ondas Grandes.

Estreia nesta sexta-feira (19/10), no canal Off, às 21:30h, a série de ondas
grandes premiada no “New York Film Festival”, evento que homenageia as melhores
produções da TV e do cinema mundial, com inscrições de mais de 50 países, avaliadas
por um painel com mais de 200 produtores, diretores e roteiristas premiados em todo
o mundo. A série foi dirigida por Bruno Lemos e Kleber Pires.

Eles acreditam que o surfe de ondas grandes, ao contrário de outras modalidades e
variações que existem no meio do surfe, consegue cativar e prender a audiência de
pessoas e espectadores que normalmente não conhecem esse esporte.

“Para se surfar ondas realmente gigantes, o nível de coragem é extremamente alto,
e hoje em dia, com o tamanho das ondas surfadas, o esporte fica quase que
incompreensível e irreal, causando um grande impacto visual e quando essas cenas
são reveladas ao público. Além da plasticidade dessas imagens, todo o universo que
envolve esse segmento do surfe é extremamente atrativo e curioso, o que nos fez
acreditar no grande sucesso de termos uma série de programas sobre ondas grandes”, diz Bruno.

Sinopse

A série mostrará momentos únicos da vida de alguns dos seres humanos mais
corajosos que existem na Terra. Conhecidos como “big riders”, eles vivem para
percorrer o Planeta em busca de tempestades que geram ondas gigantescas, se
colocando em situações onde qualquer outra pessoa entraria em pânico.

Cada episódio retrata um assunto diferente, mostrando em detalhes todo esse
universo, com relatos emocionantes dos ícones do desse esporte e de seus familiares
que pela primeira vez falam sobre seus medos e experiências vividas até o momento.

Além dos melhores ângulos e imagens, a produção traz os bastidores do real perigo
dessa atividade, mostrando quais as maiores ondas já surfadas na história e onde se encontram essa ondas gigantes, retratando de perto o que se passa no coração desses surfistas e o que eles fazem para estar sempre preparados para literalmente encarar a morte de perto todas as vezes que desafiam essas ondas.

Para poder retratar com mais detalhes essa fascinante história, a série foi dividida em
episódios que mostram de uma forma detalhada cada um dos diferentes temas
abordados. permitindo que os espectadores possam entender com facilidade um
pouco mais desse complexo universo que é o mundo das ondas grandes.

Waimea Bay, Havaí.

Episódios

1 – O Mundo das ondas grandes
2 – Os Riscos do big surf
3 – Nova Geração
4 – Mulheres big riders
5 – Tow in versus remada
6 – Os templos do big surf

Elenco

Jamie Mitchel, Aaron Gold, Jamie Sterling, Garrett McNamara, Keali’i Mamala, Jeff
Clark, Shaun Dollar, Darryl “Flea” Virostko, Danilo Couto, Yuri Soledade, Romeu Bruno,
Ricardo Bocão, Alex Martins, Herbie Fletcher, Pedro Calado, Lucas Chumbinho, Lapo
Coutinho, Kai Lenny, Kona Oliveira, Eli Olson, Maya Gabeira, Andrea Moller, Keala
Kennelly, Nicole Pacelli, Raquel Heckert, Makua Rothman, Rodrigo Resende, Nathan
Fletcher, Herbie Fletcher, Marcio Freire, Ricardo Taveira, Ken “Skindog” Collins.

Ficha técnica da Lemos Images

Produtora Responsável: Lemos Images
Direção Geral – Bruno lemos , Kleber Pires
Fotografia: Bruno Lemos, Kleber Pires, Keale Lemos, Yana Vaz , Curt Myers, Eric
Nelson, Stephen Spauding, Tim Bonyton, Mike Priket , Edgard Machado, Mateus
Werneck, Pedro Fortes
Roteiro – Bruno Lemos , Fernanda Amorim
Produção Executiva – Leo Lemos, Paula Sabóia
Finalização – Roger Troncoso

Mavericks, Califórnia (EUA).

Como surgiu a ideia de fazer essa série de ondas grandes?

Depois de muito tempo longe, tive a oportunidade de reencontrar e fazer dois trabalhos
junto com Kleber Pires, um amigo e companheiro de profissão das antigas. Nós fizemos a serie “Filhos do Havai” e “Mulheres do Mar”, e durante essas duas produções conversamos sobre a ideia de quem sabe unir nossos arquivos e ideais e fazer uma série sobre o universo de ondas grandes.

Até que o Kleber fez algumas reuniões com Guilherme Zattar e o Leonardo Campos, que juntos com a equipe do canal Off, acreditaram na nossa proposta e nos deram a oportunidade de produzir essa série com 6 episódios.

Como foi o desenvolver a parte de criação do roteiros, captação de imagens e pos
produção?

Nos últimos anos, o surfe de ondas grande ficou bem popular e isso fez aparecer uma
grande quantidade de material de audiovisual relacionado a esse assunto. Então, nossa
preocupação desde o início era de fazer algo bem verdadeiro e com os personagens corretos.

Para me ajudar escrever o roteiro, convidei a Fernanda Amorim, que não tem tanta relação
com o meio do surfe assim, mas a intenção era fazer algo interessante não só para o público que entende de surfe, mas também para o público geral. Uma vez que definimos o roteiro, focamos quase que 100% na história, começamos a captar muitas entrevistas e fomos atrás de licenciar imagens de arquivos de alguns dos melhores cinegrafistas especializados em surfe, que, por acaso, devido à convivência durante anos de carreira, eram na maioria meus amigos e todos contribuíram com cenas históricas.

Uma vez que concluímos a parte de captação, tivemos alguns probleminhas básicos com esse processo de edição e finalização, mas quando começamos a ver os primeiros episódios
editados, ficamos muito satisfeitos.

Qual foi o principal desafio nesse processo?

Talvez tenha sido o processo de edição. No início eu não ia editar nenhum dos episódios. Eu havia colocado muita energia na captação das entrevistas e na produção da série toda, e achava que seria melhor contratar alguns editores. Testamos alguns profissionais que
durante o decorrer do processo acabaram não cumprindo as metas de entregas ou não se
ajustaram ao nosso padrão de edição, então acabei tendo que editar 3 dos 6 episódios ,
mas no fim acabou sendo melhor, pois pude colocar um pouco mais da visão que tinha para a produção.

Qual foi a parte mais prazerosa?

Tanto eu quanto o Kleber somos apaixonados por produção e por ondas grandes, então
confesso que durante quase um ano inteiro que levou para iniciarmos e terminar essa
produção, tivemos bons momentos, mas pra mim talvez tenha sido fazer as entrevistas com alguns dos caras que mais admiro no mundo do surfe e ouvir da boca deles alguns relatos e histórias incríveis.

Série foi premiada durante o New York Film Festival.

Como foi ter recebido esse prêmio no exterior?

O “New York Festivals World’s Best TV & Films” é uma das maiores competições do mundo
pois premia os melhores filmes e programas de TV em mais de 50 países, e os programas são avaliados por um painel com cerca de 200 produtores, diretores e roteristas de todo o mundo.

Nós estávamos concorrendo na categoria “Entertainment sports program”, então entre os
finalistas estavam NFL Super Bowl, CBS Sports Network, CNN World Sports, Indianapolis 500, produções feitas com orçamentos milionários, sem comparação com a verba que
tínhamos para fazer nossos programas. Então, só de estar concorrendo ao lado dessas
produções, pra mim já foi uma grande vitória, sem contar que me pareceu que essa havia sido a primeira vez que uma produção relacionada com o surfe estreia entre os finalistas. Então, quando chamaram o nosso nome para receber a estatueta de prata foi surreal. Subir ao palco junto com alguns dos diretores da Globosat foi incrível. Com certeza uma surpresa e um reconhecimento por quase uma vida inteira de trabalho e de dedicação às ondas gigantes.

Na tua opinião, quais os elementos que contribuíram para esse grande sucesso?

Tanto eu quanto o Kleber acompanhamos de perto toda a evolução dessa fase do “big
surf moderno”. Primeiro na época de quando o tow-in foi inventado e depois a revolução do
big surf de remada. Então, fora o extenso arquivo que tínhamos para trabalhar, acaba que de uma certa forma esse contato com o surfe durante todos esses anos, com certeza nos a
ajudou a ter uma visão bem fiel a esse universo de ondas grandes. Acho que isso nos
ajudou a passar algo diferente ao espectador.

Na sua opinião, quais são os trechos favoritos na série?

Difícil essa pergunta, hein? Mas tem alguns, sim, gostei muito da entrevista com o Jeff Clark. Estávamos no fim da cerimônia de abertura do campeonato em Mavericks e o Jeff, como era um dos organizadores e figura principal do evento, estava super ocupado com tantas coisas, e na humildade eu cheguei perto dele com a câmera na esperança de conseguir, quem sabe, uma rápida declaração, mas do nada ele começou a falar sobre quase toda a sua história e a história de Mavericks. Foi algo tão natural e espontâneo que no fim ele me pediu que enviasse para ela uma cópia dessa entrevista. Para completar, consegui com um cameraman amigo meu, o Eric Nelson, da Powerlines Productions, algumas imagens bem antigas e históricas do Jeff que foram filmadas em Super 8. Essas talvez sejam umas das primeiras imagens já feitas em Mavericks.

Fora isso, existem muitas outras partes que curti, por exemplo, nós conseguimos retratar um pouco da história da última sessão de surfe do Mark Foo em Mavericks. Fizemos entrevistas com duas pessoas que viram e filmaram a última onda que ele surfou, licenciamos as imagens dessa onda, tanto o ângulo de dentro d’água como o da praia, e ainda conseguimos uma declaração da Charlene Foo, que é irmã de Mark Foo. Mas, fora isso, tem muita coisa legal. Só assistindo para entender.

Você está trabalhando em algum outro projeto atualmente?

Estou fazendo um projeto pessoal meu, contando um pouco sobre fotografia de surfe. Além
disso, estou fazendo uma série sobre a cidade do Rio de Janeiro onde nós retratamos um
pouco do Rio moderno, contrastado com o Rio antigo, mostrando o estilo de vida praiano do carioca. Dentre outros assuntos vamos falar de moda, esportes e cultura de praia da Cidade Maravilhosa. Acredito que tem o potencial de ficar muito bom esse trabalho, vamos aguardar. Fora isso, devo em breve estar produzindo mais uma série de surfe, que deve também ser exibida fora do Brasil.