Em 2008, ele triunfou na final do Sul-Americano Pro Junior, na praia do Santinho, em Florianópolis (SC), e agora estará de volta ao mesmo “pico” querendo nova vitória internacional. Desta vez no Red Nose Pro 15 Florianópolis SC, etapa 6.000 do ranking mundial Qualifying Series (QS). O novo talento brasileiro que disputará a elite mundial do WCT em 2016, o paulista Alex Ribeiro será um dos grandes destaques no evento, que começa terça-feira e segue até domingo (20 a 25), reunindo 170 surfistas de 24 países.
Vencedor do QS 10.000 em Saquarema este ano, é o atual quinto colocado no ranking e pode até assumir a vice-liderança, com a vitória na etapa catarinense, trocando seu pior resultado, mil pontos. Nesse caso, subiria para 25.950. “A expectativa é grande. Estou indo com tudo, com objetivo de vencer essa etapa no Santinho, que é um lugar que já venci o Sul-Americano Pro Junior. Ganhei a etapa, o Circuito e ainda o Air Show”, destaca o surfista, lembrando bem das matérias da época. “Falaram que fiz barba, cabelo e bigode”, brinca.
Alex ressalta que além dos bons fluidos de sua primeira conquista internacional, ele gosta da onda da praia do Santinho. “É gratificante voltar a competir lá. Estou com equipamentos bons, treinando bem a parte física e estou me sentindo preparado para buscar um grande resultado. Gosto da onda de lá. É forte, não tão longa, parecida com Guarujá, onde treino bastante. Uma onda que me sinto bem”, argumenta.
Ele revela que a meta é brigar pelo título mundial QS e sabe que o caminho começa por Florianópolis. “Tem muitos pontos em jogo ainda. Não está nada definido. O Kolohe (Andino – atual líder) tem uma vantagem boa, mas eu vencendo, posso assumir a vice-liderança e ainda tem as etapas 10.000. Tentar esse título do QS não está longe. Com foco, vou buscar esse objetivo”, confia.
Orelhinha, como é conhecido no surf (porque era muito magrinho quando começou a surfar ainda criança) está em sua segunda temporada efetiva no QS. A primeira foi em 2012. “Cheguei perto. E agora este ano”, realça o competidor, que só levou a sério a chance de chegar ao WCT este ano. “Nunca estava com a cabeça no WCT. Não acreditava. Esse ano vim com outra cabeça, mais maduro, confiante”, diz.
Além da vitória em Saquarema, Alex tem como resultados importantes o quinto lugar no US Open, na Califórnia/EUA, e um nono em Azores, Portugal, ambas QS 10.000. “Saquarema é uma praia que sempre me dou bem. Quando venci lá, pensei: essa é a chance e não posso desperdiçar. Entrei de cabeça nos treinos, comecei a focar. Então, estou com os pontos bem altos e ainda estou com duas trocas baixas, que quero conseguir aqui em casa, no Brasil, para me deixar numa situação ainda mais tranquila”, relata.
Alex Ribeiro, por ele mesmo:
– Começou a surfar com quantos anos? 8 anos.
– Principais títulos? campeão sul-americano pro júnior 2008, campeão sul americano profissional 2014.
– Desde quando é profissional? 2008
– Manobra preferida? Tubo
– Praia preferida? Saquarema-RJ
– Onda do sonho? Mentawaii
– Se não fosse surfista, seria? jogador de futebol
– Outro esporte que gosta? futebol, tênis e skate
– O que significa estar no WCT? Sensação única, sonho de qualquer profissional, estou muito feliz e não vejo a hora de começar o ano.
– Se inspira no surf de quem? Tem muitos surfistas, gosto de assistir todos nos mínimos detalhes.
– Ídolo no surf? Mick Fanning
– Ídolo no esporte? Ayrton Senna
– Ídolo na vida? Vera Regina Lantim Nascimento (minha mãe)
– Melhor campeonato da vida? Saquarema Pro WQS 2015.
– Família representa? Tudo!
– Música? Hip hop
– Na tv, gosta de que? Programas de esportes e filmes.
– Livro? Nunca deixe de tentar – Michael Jordan
– Filme? A procura da felicidade, O livro de Eli e Velozes e Furiosos.
– Comida preferida? Caseira da minha mãe
– Bebida preferida? Suco natural de qualquer fruta.
– Como é a sua personalidade? Extrovertido e carismático.
– De onde surgiu o apelido Orelhinha? Me chamam assim desde que comecei a surfar e pegou.
– Começou a surfar como e com quem? A primeira vez foi quando meus primos do interior vinham passar férias em casa e ele tinha um bodyboard, passávamos o dia todo na agua. Aí conheci uma molecada aqui da minha rua e não parei mais. Aos 12 anos conheci meu treinador Neto Neves, que começou a me levar para os campeonatos e estamos nessa parceria até hoje. Talvez se não fosse ele, eu não estaria nessa posição.
Planejamento
Independente das próximas etapas, no Brasil e no Hawaii, Orelhinha já vem se organizando para a temporada de estreia no WCT. O primeiro passo foi uma nova e importante parceria com a 4ComM, para cuidar de sua carreira. A agência é responsável pela imagem de atletas famosos no futebol, como Lucas Moura (PSG) e Gabigol (Santos).
“É uma empresa conceituada, séria, que vai somar muito na minha carreira daqui para frente. Vai ser mais tranquilo. Minha preocupação será treinar, pegar onda e deixar a estrutura com eles”, comemora Alex, que nesta temporada compete com patrocínios da Natural Art, Star Point, Nosso Lar Imóveis, Xanadu, Evos Surfing e Gazeta Radical.
“Já estou planejando tudo. Pranchas, como vai ser, para não deixar em cima da hora e ficar mais tranquilo, sem correria”, afirma o surfista, que tem a orientação de seu técnico desde o início de sua trajetória, Neto Neves. “É muito importante ter uma equipe. A vida de um atleta, como em qualquer outra profissão, requer aprendizado constante. Venho trabalhando há anos para chegar nesse estágio e me sinto preparado”, complementa.
Em sua preparação, ele admite que ainda precisa conhecer mais algumas ondas do Tour. “Preciso conhecer melhor algumas das ondas do Circuito e buscar a evolução para conquistar os resultados que projeto para o meu futuro. Já estou pronto para a maioria das ondas e para aquelas que ainda não conheço, vou trabalhar para, rapidamente, me adaptar às condições”, confessa.
Aos 25 anos de idade, o atual campeão sul-americano profissional começou a surfar por brincadeira, em Praia Grande, na Baixada Santista, onde mora até hoje, quando seus primos passavam o verão. “Depois comecei a surfar diariamente com meus amigos da rua, competir em eventos do meu bairro, até que conheci o Neto e partir daí começamos a projetar uma carreira dentro do surf de competição”, afirma o surfista que até hoje mora no Canto do Forte, junto com a mãe, Vera, sua companheira, Thaíse (que conheceu ainda na escola) e sua filha, Emilly, de seis anos.
Agência
O diretor da 4ComM, Júnior Pedroso, acredita no novo atleta agenciado. “Conhecemos o Alex Ribeiro por intermédio do amigo Rodrigo Pacheco, da Praia Grande, que nos sinalizou com a possibilidade de trabalhar sua gestão de imagem. A partir daí, começamos a acompanha-lo em ação e identificamos seu potencial de crescimento no surf, que é um esporte com muita projeção em nosso país. O Alex está garantindo sua vaga no WCT, o que nos possibilita trabalhar com um dos representantes brasileiros na elite do esporte. Assim começamos a escrever a nossa história com o surf”, argumenta.
Segundo ele, a proposta é entregar um “pacote” de serviços com excelência, à altura de suas grandes performances nas ondas. “com a construção de uma marca sólida, vamos atrair parceiros comerciais de grande expressão mundial, para agregar e somar na carreira dele”, conta Júnior, informando que além da prospecção de patrocinadores, Alex terá planejamento e direcionamento estratégico e administração da plataforma digital (redes sociais).
“Além da estrutura desenhada, vamos desenvolver um trabalho especializado com coaching sistêmico para alto desempenho pessoal. Queremos desenvolver um trabalho de qualidade e assim pensar em crescer junto com o Alex dentro do surf”, acrescenta o executivo, reforçando que a 4ComM também trabalha com a assessoria comercial para as plataformas digitais do craque Neymar Jr.
“A 4ComM nasceu dentro do escritório do empresário e agente Wagner Ribeiro, ainda quando ele representava atletas como Kaká, Robinho, Ilsinho e outros. Percebi que o trabalho do empresário/agente estava precisando de um braço para pensar e gerir estrategicamente a imagem do atleta com foco nas oportunidades publicitárias e na relação do atleta com fãs, parceiros, afins”, explica.