Na última temporada havaiana, durante uma session áquatica com a atleta Tainá Hinckel e Lucas Vicente, um garoto me chamou atenção. Ciente do meu posicionamento na água, ele, sem pestanejar, desceu e manobrou na minha cara. Apesar de estar focado nos dois atletas, bati a foto. É aquilo, né? Sabedoria em entender a situação e aproveitar o momento.
Quando fui à casa de Tainá, perguntei quem era o garoto, pois tinha feito algumas imagens, e ela me disse seu nome: Wallace Vasco.
Ao voltar ao Brasil, fui reencontrá-lo durante o campeonato Mormaii Brasiliense deste ano, realizado na praia do Silveira, onde levou as categorias Grommets e Open Brasiliense. Quando saia da água, sua mãe e ele vieram falar comigo. Fiquei admirado em saber que Wallace não tinha nem 5 anos de surfe. A imagem que veio na minha mente foi o evento Prime de Imbituba em 2011, vencido por Medina, que cobri na água. Naquela época ele estava dando suas primeiras braçadas.
Wallace Vasco é natural de Brasília e se mudou pra Floripa aos 9 anos. Começou a surfar numa escolinha local e em pouco tempo já desenhava suas primeiras linhas, a partir daí não parou mais.
Foi uma evolução rápida e vários prêmios conquistados em todos campeonatos que disputou. Hoje, aos 13 anos, é um dos principais surfistas de Santa Catarina e do Brasil em sua categoria. Realiza treinos de pilates, funcional e é assessorado pelo técnico de Mineiro, Leandro Dora.
Depois de 25 anos de surfe, e alguns deles dedicado à fotografia aquática, posso afirmar que no nível que estão os atletas profissionais, talento só não basta. Tem que ter disciplina, dedicação, oportunidade, investimento e saber ser um bom atleta fora da água, além da consciência que não se vence sozinho – tem todo um time de profissionais por trás. ??Depois do fechamento deste texto ele acabou assinando com um patrocinador e foi campeão do Volcom Totally Crustaceous Tour, na categoria Grommets.