Paulo Moura

Desert redondo

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No ano passado, ele foi capa do site especializado Surfline ao dominar a onda Kandui, na Indonésia. De volta ao arquipélago, o pernambucano Paulo Moura, da equipe Rip Curl, volta a ser destaque. Agora, com um tubo em Grower, Desert Point, que lhe valeu a indicação ao prêmio de melhor onda surfada no Hemisfério Sul, o “O’Neill Wave of the Winter: Southern Hemi”, também do respeitado site estrangeiro voltado ao surfe.

A atuação vem sendo considerada por muitos como a maior onda já surfada e registrada nesse pico. “Peguei uma bomba no último swell, numa onda super sinistra chamada Grower. Tubão perfeito. O site Surfline a nomeou para disputar o prêmio. Mais um momento daqueles e muito importante para mim e, por consequência para o meu trabalho junto à Rip Curl”, comemora. “Estou muito feliz com essa indicação por ter a minha dedicação e busca reconhecidas. Nada melhor do que surfar ondas de sonho ao lado de amigos. The Search!”, enaltece.

Aos 36 anos e mais da metade de sua idade indo para a Indonésia, Paulo Moura é um especialista nessas ondas. Nesta temporada se preparou e aguardou o swell certo de South West e com bom tamanho para enfrentar Grower, considerada uma das mais desafiadoras e perigosas do planeta. “Esse ano vim para ficar dois meses na Indonésia e desde que cheguei, fiquei esperando a ondulação certa. Deus abençoou e o swell na terça-feira passada (dia 19) quebrou bem maior do que a previsão, com ondas de 10 pés havaianos sólidos”, conta.

“E eu tive o privilégio de estar no lugar e hora certa com essa condição épica e pesada. Um dia para ficar na memória, principalmente pela vibe dos poucos que estavam dentro d’água, como o amigo Ian Concenza, que pegou altas ondas também”, acrescenta Paulo. “Eu venho para a Indonésia desde 1998 e, com certeza, é um dos meus lugares favoritos no mundo. Desert Point está entre as melhores ondas do planeta e a última sessão, conhecida como Grower, pouquíssimas pessoas se arriscam a surfar”, esclarece o agora freesurfer e que já integrou a elite mundial do WCT, entre 2001 e 2006.

Natural do Recife, Paulo Moura começou a surfar aos 11 anos de idade. Seus pais, médicos, sempre incentivaram no esporte, desde que conciliando com os estudos. Após terminar o segundo grau, decidiu levar o surf como profissão e teve o apoio familiar. Foi campeão brasileiro júnior e pró-júnior em 1998, campeão do US Open Pro Junior em 2000, esteve seis anos consecutivos no WCT, tendo no currículo a semi do Pipe Masters de 2004 e o quarto lugar na Triple Crown daquele ano. Já na nova fase, dedicada às ondas grandes, foi campeão brasileiro de Tow In, em 2009.

Paulo Moura tem o patrocínio da Rip Curl e apoios da Silverbay, Dakine, Proilha Surfboards e Tokoro Surfboards.