Vencedor em 2014, quando conquistou o inédito título mundial para o Brasil, e segundo colocado no ano passado, Gabriel Medina chega confiante por outro bom resultado na etapa do Taiti.
Atual terceiro colocado no ranking, o surfista da praia de Maresias, em São Sebastião, sabe da chance de assumir a liderança nas ondas de Teahupoo, mas demonstra tranquilidade e evita euforia.
“Estou confiante. É uma onda que eu gosto muito. Uma das melhores do Tour. Já tive bons resultados lá. Espero que dê altas ondas”, afirma o surfista de 22 anos, ressaltando um dos segredos para ir bem na onda mais temida e respeitada do Circuito Mundial: a remada.
“É não ter medo. Remar em toda onda como se só tivesse aquela. Colocar 100% de concentração para não falhar. É uma onda perigosa. Se pensar duas vezes, fica para trás. A remada é o ponto principal”, explica.
Se nas ondas a ordem é ultrapassar os limites, Gabriel prefere uma postura mais comedida sobre a possível liderança no ranking nessa etapa. Não descarta usar a camisa amarela, mas demonstra estabilidade, evitando a pressão sem necessidade.
“Não é algo que estou pensando agora. Quero ter um bom resultado. E pensar bateria por bateria, campeonato por campeonato. Fazer o meu melhor. Se tiver de liderar, vai ser natural”, comenta.
Em 2014, Gabriel deu um show em Teahupoo, com grandes apresentações em todas as baterias. Na final, para coroar, superou Kelly Slater, numa disputa épica, com placar para lá de emocionante: 18,96 a 18,93. No ano passado, voltou a surfar muito bem chegando novamente à final, mas desta vez com vitória do francês Jeremy Flores. “Treinei bastante o físico em casa. Me sinto pronto. Agora é ir para cima e quebrar tudo”, anuncia.
O Instituto – Junto ao intensivo período de preparação para Teahupoo, Gabriel curtiu a construção do Instituto que leva o seu nome, também em Maresias, e acompanhou de perto o anúncio do surf como modalidade olímpica, na reunião geral do Comitê Olímpico Internacional, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o surfista também aproveitou para conhecer a Vila Olímpica e desejar boa sorte aos atletas brasileiros.
“Minha família está super envolvida com o projeto do Instituto e estamos muito animados. Vai atender 60 jovens com idades entre 10 e 16 anos oferecendo a mesma estrutura que eu tive para me tornar campeão do mundo. É uma maneira que encontrei de retribuir um pouco do que o surf me deu e de ajudar esses talentos. Quem sabe não ajudamos a formar novos campeões mundiais e olímpicos?”, destaca Medina.