Com o anúncio de mais uma temporada do Circuito Brasileiro de SUP Race que se aproxima, é normal a expectativa em torno dos favoritos ao título de 2017 da categoria Profissional.
Não se trata exatamente do propósito deste artigo. Quero aqui falar sobre as promessas, ou seja, nomes não tão conhecidos mas que vêm de uma crescente em termos de resultados, o que significa que podem surpreeder este ano. Não tanto na briga pelo título, mas, sem dúvida, irão dar muito trabalho para os medalhões e possívelmente beliscar lugares no pódio ao longo do ano.
NOTA – Para boa ordem, aviso aos mais exaltados que evidentemente existem atletas muito bons em outras categorias do circuito brasileiro, como, por exemplo, Guilherme Cunha (Junior/ Amador), Itamar do Carmo, Bruno Torquato e Luiz Claudi Huka (14 Pés), Israel Schuster (Fun Race), Iasmim Moraes e Talita Silva (Amador).
No entanto, o foco deste artigo é a categoria Profissional, a mais importante e disputada de todas as categorias de SUP, e nenhum desses atletas citados no parágrafo acima está confirmado na Profissional em 2017.
Também não se trata de falar de nomes consagrados do circuito, como, por exemplo, Ariani Theophilo, que apesar da pouca idade e da certeza de vai longe no Brasileiro, já é uma atleta conhecida e já conquistou seu lugar no “Olimpo” do Race tupiniquim. A proposta deste artigo é falar sobre as promessas que podem abalar as estruturas este ano.
PROMESSAS DO BRASILEIRO PROFISSIONAL EM 2017
ERI TENÓRIO
Eri é um diamente bruto do SUP Race que vem sendo lapidado ao longo das provas que vem disputando. Em 2016 fez um pódio numa etapa do Brasileiro, o Pantanal Extremo (5º) e venceu a primeira etapa do Circuito Rei e Rainha do Mar, que não tem o peso de uma prova nacional, mas é um bom aperitivo. No entanto, na prova seguinte, o Aloha Spirit Ilhabela, que também não é um Brasileiro, mas conta com nomes de peso entre os competidores da Pro, Eri teve um resultado abaixo do esperado (8° na prova de longa), o que indica que alguns ajustes ainda precisam ser feitos. Agora na primeira etapa do Brasileiro, em Florianópolis, veremos se Eri apredeu a lição de Ilhabela para colher um resultado expressivo entre os melhores do Brasil.
ROBSON SANTOS “FEIJÃO”
Aos 14 anos esse jovem talento descoberto pelo projeto Remo Sem Fronteiras de Salvador (BA) se manteve imbatível na categoria profissional de SUP race do circuito baiano, tendo um aproveitamento de 100% nas duas etapas que correu em 2016, ou seja, duas vitórias.
Robson passou a ser treinado pela pentacampeã brasileira Babi Brazil em 2016 e em 2017 está confirmado na categoria Profissional do Brasileiro de SUP Race. Provavelmente não conseguirá um resultado expressivo entre os profissionais, mas essa mudança de categoria será muito boa para seu amadurecimento como competidor e atleta, e os frutos serão colhidos nos anos seguintes.
É importante lembrar que o atual campeão brasileiro, Guilherme dos Reis, migrou para a categoria profissional aos 14 anos e terminou na décima colocalção do ranking geral em seu ano de estreia. Leia a entrevista que fiz com Guilherme após título AQUI para saber um pouco mais sobre essa história.
PALOMA SAPUCAIA
Dona de um temperamento forte e muita raça na competições, Paloma Sapucaia, assim como seu conterrâneo, Robson Feijão, também foi descoberta pelo pessoal do projeto Remo Sem Fronteiras e, mais tarde passou a ser treinada por Babi Brazil.
Paloma pretende correr todas as etapas do Brasileiro no Profissional Feminino, mas ainda busca apoio para viabilizar sua participação. Torço para que ela consiga, pois certamente vai dar muito trabalho para a mulherada.
LUCAS BELCHIOR
Lucas foi campeão brasileiro de SUP Race Amador em 2014. No ano seguinte migrou para a categoria profissional e “sentiu o baque”, terminando na 27ª colocação. No entanto, ele não deixou a petaca cair e em 2016 ele deu um salto, termiando o ano na 9ª colocação entre os melhores do Brasil. E poderia ter ido além, não tivesse sofrido um resultado ruim no Pantanal Extremo.
Nota: quem viu sua participação no Aloha Spirit Ilhabela, sobretudo na prova de Race Técnico, sabe que ele tem tudo para ir mais além em 2017.
MARA PRADO
Até 2014, a atual campeã catarinense de SUP Race profissional mal sabia o que era um stand up paddle. Em 2015 fez uma prova do Brasileiro na categoria race amadora e terminou na 3ª colocação. Em 2016 participou de todo o circuito, já na categoria profissional e terminou o ano como Top 10, com duas etapas a menos.
Em 2017, Mara pretende correr todo o circuito e, a juglar pela sua dedicação, tem tudo para se destacar este ano.
GUILHERME TAWIRE
Gui Thawirê, Robson Feijão e Guilherme Cunha tem a mesma idade, 14 anos, e são hoje nossos maiores nomes do SUP Race entre os Juniores.
Treinado pelo campeão brasileiro Paulo dos Reis, Guilherme, assim como Robson, também fará sua estreia no circuito brasileiro em 2017. Este será um ano de muito aprendizado e não se deve cobrar ou esperar um resultado expressivo agora (ainda que pode ser que aconteça).
No entanto, assim como eu acredito que ira acontecer ao Robson (e aconteceu com o exemplo “concreto” com Guilherme dos Reis), Thawirê irá colher bons frutos por conta dessa iniciativa o futuro.
ANTONIO GONZAGA
Tricampeão catarinense, Antonio Gonzaga é um dos caras mais apaixonados por SUP race que eu conheço e tem um entendimento acima da média sobre fundamentos de equipamentos e treinamentos. Isso, somado a sua dedicação aos treinos resulta em uma combinação que pode incomodar bastante a ordem estabelecida entre os Tops do circuito brasileiro.
Além disso, a primeira etapa do ano será literamente na sua casa, o Praia Mole Hotel. E, como sabemos, um bom começo de temporada ajuda bastante!
MARCIO ADRIANI
Marcio Adriani é preparador físico e atleta dos bons. Tem títulos importantes em seu carreira como no caso da Tríplice Coroa de SUP, mas lhe falta ainda um resultado expressivo no circuito brasileiro. Condições para isso ele tem. Em 2016 ele terminou na 7ª colocação, mas acredito que em 2017 ele tem potencial para ir mais longe.
