Espêice Fia

The Search House

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No último feriado de Páscoa, participei de meu segundo surf camp em parceria com o Hostel The Search House, localizado na praia da Barra da Lagoa, em Floripa (SC).

Em uma semana abençoada por um consistente swell e boa temperatura na região, foram quatro dias de muita intensidade. Acompanhei a chegada de alguns dos participantes no dia 11, uma terça-feira, e naquela tarde fizemos um surfe sem compromisso na Barra da Lagoa para as boas vindas. Com a entrada do vento sul, tudo preparado, e no dia seguinte saímos ao clarear com destino ao sul do Estado, mais precisamente a praia do Rosa. Enquanto a van pilotada pelo “Big Kahuna” Goy – nosso “motora” pelo segundo ano consecutivo – trafegava, a turma ia admirando a paisagem até desembocar na praia e se deparar com uma bela manhã de ondas entre meio a 1 metro nas séries.

O Rosa é como se fosse um palco natural. A turma fica em cima do barranco e tem aquela atração à frente. Poucos surfistas ainda se encontravam no pico, mas não demorou para que muitos comparecessem. Porém, a praia é grande e comporta uma galera, ou seja, havia ondas para todos.

A água estava com boa temperatura, mas, para um participante vindo de Fernando de Noronha – o estudante Luiz Barbosa, de 14 anos – botar um long john pela primeira vez deu um certo trabalh, principalmente depois de descobrir que havia vestido com as costas pra frente. 

A turma o ajudava, mas não perdia tempo em dar boas gargalhadas. Bem vidos ao surf camp, pois esse era também o objetivo: se divertir em um ambiente leve.

Além de Luizinho, mais dois moleques no grupo – Bruno Basílio e João Vitor Cypriano -, ambos do Espírito Santo e estudantes. Aliás, João Vitor estava indo pela segunda vez consecutiva e era uma ótima oportunidade para reavaliar seu surfe depois seis meses depois do primeiro surf camp.

Trazido pelo simpático casal Francisco e Juliana Cypriano, “Jonh Jonh” (apelido de João Vitor) tem a sorte de ter pais que o apoiam bastante no esporte que escolheu pra amar. E todo casal com filhos tem sempre filhos agregados, e Bruno também foi um sortudo da vez. Pela segunda vez no surf camp estava também o catarinense Cassio Wiehe, estudante de 21 anos.

Logo nesse primeiro dia, observei uma prancha que Cassio havia usado no surf camp passado. Um conserto feito às pressas – devido a um quebrado na rabeta – ainda estava sem ser lixado.

A prancha ainda continuava branquinha, novíssima – apesar do quebradinho -, e logo perguntei: “Rapaz, como está tua constância nas ondas?”. “Bem pouca”, respondeu. “Tranquei a faculdade e fui morar em Honolulu, no Havaí, para fazer um curso de Inglês, mas pouco surfei”.

Bom, mais uma oportunidade diferente também para poder reavaliar um participante. E pra comprovar o sucesso da primeira edição, cito aqui a presença de Maurício Vaquero, que havia se inscrito logo quando havíamos anunciado o evento. Maurício veio para a The Search House com alguns dias de antecedência, mas, em um rolé de skate em uma das muitas pistas espalhadas pela ilha, o paulistano acabou caindo e lascando uma costela. Ficamos tristes por ele, mas, diante do fato, seu astral ainda estava em alta, pois o brother ainda ficou com a galera alguns dias acompanhando o surfe. Melhoras, brow!

Quando o anúncio do surf camp é feito, surgem muitas consultas de pessoas que não conheço, e por intermédio de alguns amigos também. Nessa, os pernambucanos Hugo Barreto (empresário de 40 anos) e Vitor Cabral (administrador de 19 anos) se inscreveram. Hugo está muito atento ao surfe por estar ajudando o atleta profissional Junior Lagosta a dar uma guinada em sua carreira. Além de apoio moral, ele, que trabalha no ramo da informática, faz o site do atleta, que, diga-se de passagem, está muito legal.

Nesta edição veio um conterrâneo, o paraibano Arthur Araújo (médico anestesista de 32 anos), e logo na primeira caída não se importou com a água levemente fria e caiu só com uma lycra mesmo.

Aliás, agradeço à Mormaii por abastecer nosso surf camp com lycras, barraca de praia, etc. Outro integrante do grupo se encontrava trabalhando na The Search House. Lucas dos Santos, 26 anos, que também é jornalista, havia começado a praticar o surfe há pouco mais de seis meses. O cara tirou uma licença naquela semana e ingressou na barca na iniciativa de evoluir e curtir o clima com a turma.

Bom, a resenha até aqui foi pra apresentar parte do grupo, pois o surfe foi bem divertido em uma longa caída de umas três horas ou mais. Dia ensolarado e ondas um pouco cheias com até 1 metro em certas ocasiões, mas lisas e com forte terral (vento sul no Rosa bate de terral).

Com certeza os moleques mais soltinhos e leves se favoreceram e vi boas ondas de todos. Vitor Cabral, usando botinhas devido a uma topada no dedo, mostrava um surfe forte na primeira vez que o via em ação. O paraibano Arthur, com uma prancha de bom volume, imprimia boa velocidade em direitas mais ao canto sul, mesmo diante de seu porte físico avantajado, e, tanto Cassio quanto Hugo, se revezavam em algumas ondas quando foram pegando ritmo, sendo Cassio um pouco mais ao fim da session.

A galera ia saindo da água aos poucos, mas todos com o mesmo sentimento: partiu pro almoço! Selfie service no Restaurante “Geraldo”, logo ali na estrada geral do Rosa. Na volta, pit stop no outlet Mormaii, em Garopaba. A galera fez as compras e, depois de um café expresso, pegamos o atalho norte para um tour pelas praias. Quanto visual! Conhecedor do local, nosso “motora” Goy saiu entrando em tudo quanto era enseada – Gamboa, Siriú e adjacências…

Mas, depois de muitas curvas e ladeiras, Luizinho, que estava no fundo da van e acostumado à pequena BR noronhense (apenas 7 quilômetros), acabou enjoando e botou o almoço todo pra fora. Já na BR-101, a noite na The Search House nos reservava a análise das imagens captadas por Bruno Zanin e Renato Leal. 

Zanin é fera “braba” das videos imagens, e Renato, um excelente surfista e tuberider, começa a entrar no ramo em parceria com Bruno e vem fazendo captações aquáticas. Todos reunidos e ressalto aqui a presença de Marcelo Trekinho, que estava hospedado na casa de Zanin e foi na TSH nesta primeira noite para tomar uma gelada e confraternizar com a turma, para a alegria de todos, pois ali estava um ícone de nosso surfe. Aliás, em uma das imagens exibidas, Treko soltou o palpite quando Luizinho esboçava uma tentativa de alley na parte baixa da parede de uma onda. Ao seu estilo, disse: “Moleque, não adianta tu executar essa manobra nessa parte da onda que tu não vai ganhar nota de juiz. Tem que ser no lip, brother!”.

As imagens mostraram a evolução de João Vitor. Estava mais rápido, com curvas bonitas, mas caindo bastante nas rasgadas. Esse era um quesito a ser analisado e parecia que sua prancha estava pequena, 5’7”. Apesar de boa, devido a sua alta estatura (cerca de 1,85m) – sua base dianteira, e consequentemente, por impulso próprio, a traseira acabava indo também um pouco à frente.

A análise era abrir mais a base puxando o pé de trás mais pra rabeta em tempo integral, ou puxar ligeiramente o pé da frente pra trás na hora da rasgada. Ou talvez aumentar o tamanho da prancha do dia a dia. Mas neste segundo quesito também teria que ficar de olho, pois uma vez a base adiantada, tem sempre a tendência de permanecer dessa forma. Mas isso não é ruim, pois base aberta para os dias de hoje é uma facilidade para controle das manobras aéreas e tubos, por exemplo.

O primeiro dia de captação foi difícil, pois em meio ao crowd ficava complicado identificar todos. “Algumas ondas foram gravadas no susto”, brincava Zanin em meio à exibição das imagens. Com a previsão de sudoeste virando pra sul forte no começo da manhã, escolhemos o Camping da Barra da Lagoa para nosso segundo dia de surfe. Desde o estacionamento frontal do camping até a praia, foi uma caminhada de uns 15 minutos, sendo praticamente engolidos por mosquitos. Só me lembrava daquela música “A muriçoca soca, soca… A muriçoca pica, pica…”. Mas o visual era tremendo, me lembrava as praias da Côte Landaise, na França.

Escolhemos ali também pela possibilidade de surfar mais tranquilo, facilitando assim a captação de imagem. O mar havia subido, e na nossa entrada, uma série de uns 5 pés de face entrou. Peguei logo de cara uma esquerda linda onde desferi uma potente rasgada de backside, conectando até o inside. Alguns tomaram a série na cabeça, mas logo todos já estavam no outside.

O dia estava lindo, ensolarado, e o sudoeste batia de terral. Luizinho escolheu uma vala um pouco mais à esquerda para vir em seu frontside, aliás, ele e Vitor, pois ambos eram goofies.

Nessa manhã, ganhamos a companhia de Artur (estudante de 19 anos), irmão mais velho de Luizinho, que, mesmo com um dia de atraso, já chegou chegando, agitando a galera. Artur cresceu em Noronha, mas passou a investir no futebol, o cara é boleiro. Nem prancha trouxe, mas com uma 5’8” que lhe emprestei, pegou algumas boas direitas na caída inaugural.

Meu objetivo no surf camp é também sempre pilhar bastante a galera, seja os mais experientes ou os menos.

Lucas dos Santos, como relatado, é aprendiz e tinha certa dificuldade de entrar nas ondas. Por mais que desse pilha, sempre avisava pra ele ficar em seu ritmo e, claro, ele era bem consciente disso. Mas, em uma onda da série, pilhei pra remar forte e ele acabou se atrapalhando no drop, indo de encontro à própria prancha. O brother subiu do caldo com a mão no nariz e logo rumou pra beira. Na hora, só pensei “Ferrou!”. Mas quando saí pra ver constatei que apenas um pequeno corte havia ocorrido por dentro do lábio. Ufa, menos mau, e logo “Lucão” (apelido recebido da galera no surf camp) voltou ao mar.

Cassio era outro que estávamos sempre pilhando também durante suas remadas. Às vezes ele acabava subindo errado na prancha e comprometia seu deslize, mas nessa queda conseguiu alinhar um bom drop para esquerda e outro para a direita. João Vitor e Bruno Basilio não paravam de pegar ondas, sempre um pra direita e o outro pra esquerda. João “John John” dando boas cavadas e alinhando as curvas no lip, mas caindo em algumas, e Bruno tentando mais as batidas, ora de front (o boy era goofie), ora de backside. Algumas quedas também, mas com treino iria se resolver.

Hugo reclamou um pouco de algumas ondas entrarem cheias. Com a enchente da maré, a condição ia ficando um pouco mais difícil. Mas não para o profissional Michael Rodrigues, que apareceu na vala quebrando tudo. Aliás, o cearense estava com seu irmão Magno Rodrigues, o qual nunca havia visto surfar e que pegava pra caramba também.

Notada a presença também do surfista local da Barra da Lagoa, Daniel Vitor. Com massa avantajada, tinha um surfe forte, com boas batidas de backside. E essa cena era sempre legal para todos do nosso grupo, pois causava sempre uma empolgação extra.

O proprietário do Hostel e idealizador do surf camp, Rafael Alcici, se apresentou pra session, pois iria se despedir da turma em virtude de uma viagem mais à tarde. Pegou algumas boas e fez a cabeça.

Com a turma cansada, lanche com frutas em meio à conversa sobre as ondas surfadas. Hora de voltar pra base, pois era dia de almoço na The Search House. Como no período da tarde a turma ficava livre pra fazer o que quisesse, voltei pra minha sala de shape pra dar um gás nos trampos atrasados. Já parte da galera, no meio daquela tarde fez um funcional com o personal trainer Murilo e posteriormente decidiu conhecer as dunas da Joaquina para fazer um sandboard.

No mínimo imaginava que todos estariam bastante cansados à noite, e não foi diferente. No entanto, a empolgação com os drops na areia era visível, pois a turma não parava de falar. E com a previsão muito boa para o dia seguinte, o pico escolhido foi a paradisíaca Lagoinha do Leste. A trilha, com duração de 45 minutos a uma hora até o pico, o que tem de bonita tem de cansativa, mas vale cada passada. Zanin e Renato foram de barco, pois estavam com os equipamentos pesados. Com eles tivemos um upgrade com Fabiano Sperotto, que chegou com seu drone, pra alegria da turma. Ao descermos o morro, o visual era clássico: ondas por toda a praia.

A rapazeada chegou com as pernas tremendo e rolou um descaso antes da session. Mas logo seguindo os passos da turma mais nova, de um a um fomos entrando. Bruno tão logo chegou ao outside e se posicionou mais ao fundo que o restante da galera, incluindo o leve crowd que se encontrava no pico, pois se tratando de feriado, havia até uma galera uruguaia acampando (feriado pra eles também lá).

As ondas estavam bem tubulares e Luizinho mostrou seu conhecimento nos canudos. João Victor, com uma pranchinha maior, como de costume, fez belas linhas e dessa vez caiu menos, estava entrando no ritmo. Cassio não teve problemas em varar a arrebentação, e quando pegou uma boa, saiu em uma sessão que lhe permitiria mais uma manobra de finalização.

Perguntei o porquê de ele não ter seguido adiante e ele disse “Uma coisa de cada vez!”. E rindo, lhe disse ”Tá certo, cada um em seu tempo”. Havia emprestado uma prancha avantajada para Lucão. Tratava-se da big fish Jamanta Extreme. O bicho entrou na boa, mas não consegui ver suas ondas nessa session, ou ao menos que eu me lembre nesse momento.

Mas, para quem está com seis meses de surfe, entrar em mares maiores e tubulares é um grande avanço. Santa sexta-feira clássica de Páscoa e nessa session chegaria nosso último integrante. Luiz Hadad, empresário de 27 anos do Espirito Santo, mas que vive no Rio de Janeiro, mostrou intimidade com tubos e ondas fortes. Dropou uma direita super atrasado em seu backside com bastante controle e o admirei por isso.

Hugo e o doctor Artur estavam amarradões, pois ali havia ondas fortes de verdade. Bons drops e curvas rápidas de Artur e boas cavadas de Hugo e Renato Leal, sempre captando a ação na água. Bruno continuava chamando atenção de todos no outside, quando pegou a maior do dia. Uma direita tubular que poderia ter colocado pra dentro, mas nas últimas ele botou reto.

Indagado por que não tinha botado no trilho, ele disse “Achei que ia me ferrar”. E a dica foi para que na próxima ele agarrasse a borda e botasse pra dentro, pois ele tinha totais condições para isso.

Pronto, dali em diante ele passou a colocar pra dentro de todas e fiquei super feliz em vê-lo fazendo isso. Sem contar que era um exemplo pra todos e dessa forma passava a pilhar ainda mais a galera em geral. Felipe Rocha, um dos que toca a The Search House, mesmo com o dedo quebrado, não se aguentou e foi pro surfe. Deu bons drops e quase me atropela (risos). Mas foi de boa, mergulhei fundo e apenas curti o visual rente ao chão.

A galera deu uma pausa pro lanche e foi a vez de Renato Leal ir pegar a cota dele de tubos, afinal haviam três dias que o cara nos gravava e via aquelas placas maravilhosas em sua frente. Enfim, a galera viu ali que o bicho entendia do assunto, pegou vários tubos e desferiu ótimas rasgadas.

Descaso interrompido pela fissura das ondas e logo a maioria voltou pra água. Aproveitei pra fazer um surfe diferente com a Jamanta e me alucinei na caída pegando vários tubos longos. Por ter muito volume, essa 6’6” me facilitava a remada. Foi bem divertido.

Vi ainda uma bela linha feita por Luiz Hadad em seu backside, ficando ligeiramente entubado, e uma boa rasgada de João Vitor. Com a maré mais cheia e já passando da hora do almoço, era hora de encarar a trilha de volta. Alguns decidiram voltar de barco, enquanto eu e outros decidimos ir pela trilha pra completar a malhação do dia. Ponto pra quem tinha feito o funcional no dia anterior e a session nas dunas, mas imagino o quanto esses caras não estavam cansados. Mas tudo valeu a pena, que dia clássico! 

À noite, depois de sessions de massagens para alguns, a análise das imagens foi uma festa, pois era cada onda mais bonita que a outra e fomos só retocando coisas que já havíamos conversado na água e durante o dia. Em meio a saboreadas de deliciosos hambúrgueres gourmet e Heinekens geladas (neste caso, os adultos), a exibição foi muito legal.

A essa altura, todos já tinham consciência de analisar as ondas um do outro, como também de fazer sua auto-análise, e esse era um dos pontos positivos do surf camp. Naquela noite, ainda vimos todos juntos um pouco do CT de Bells, o que contribuiu ainda mais para o nosso aprendizado. Às 10:30 da noite, vi que o dia havia passado rápido, a semana havia passado rápida e a manhã seguinte seria o nosso último dia.

O swell ainda prometia, e devido ao vento nordeste, decidimos ir para a praia do Moçambique. Havia altas ondas, e num atoleiro pra chegar na vala adequada, o passeio até lá nos reservou emoção. Nossa van não era 4×4, então tivemos que voar literalmente por cima do atoleiro. Foi uma comédia! Dá-lhe Big Kahuna! Nosso motora mostrou que tinha a manha na “pilóta” em terrenos mais difíceis.

Checamos umas quatro valas até escolher um banco mais raso. A turma foi entrando aos poucos e a água se mostrava um pouco mais fria. Luizinho e Artur só reclamavam, pois essa era a primeira vez que surfavam na água fria e de long john. Era muito engraçado e a galera só zoava. Doctor Arthur desferiu boas rasgadas em uma direita e finalizou em uma junção forte onde jogou bastante água. O bicho já estava à vontade, solto na vala, e iria voltar pra Paraíba feliz.

Aliás, todos já estavam à vontade. Talvez tenha sido a melhor session de Hugo. Vi uma esquerda com drop atrasado e mais uma bela curva seguindo de uma batida na junção também jogando água. “Óia os caba” evoluindo, rapaz!. “Halfprice!”, disse ele ao voltar pro lineup.

“Halfprice” foi um bordão que nos acompanhou em todo esse surf camp, mas a história é longa pra explicar (risos). Essa também foi a melhor session de Cassio e fiquei imaginando que dali em diante o bicho iria passar a praticar mais constantemente, pois quando o grau de diversão aumenta, com certeza o cara quer mais.

Nessa session, tivemos a companhia de mais um Bruno. O bicho é uma figura e participou do surf camp do ano passado. De tanto que gostou do astral do The Search House, conseguiu um emprego, e nas horas vagas fez questão de aparecer junto à galera. Pra aquele ali não tem tempo ruim e entrou na água de pranchão pra deixar sua marca. Aliás, marca também com uma máscara branca. Ao dropar uma onda atrasado, ainda encontrou tempo pra arrumar tudo e fazer a foto. A turma não aliviou e foi logo zoando, cantando o refrão “Turn Down For What!”.

Havia altas ondas nesse dia também e altas fotos e imagens foram feitas. Saímos pro lanche e João Vitor, Bruno, Luizinho e Luiz Hadad voltaram pra água. Vimos altas ondas da galera, tubos de Luizinho e de Luiz, e drops atrasados de Bruno, além de uma bela esquerda de João Vitor com boa batida de backside. O resto da galera partiu pro almoço, pois alguns já estavam bem cansados e outros de cabeça totalmente feita. Que semana, que swell consistente…

Aproveitamos ao máximo. A noite foi só “curticera”. Todo mundo feliz e as imagens foram um passeio pelo dia surfado. Presença ali de Yago Dora e sem marcamos nada. Esse surf camp atraiu várias personalidades, ó (risos)! Os moleques ficaram amarradões, e os de mais idade também.

Já no dia seguinte, o grupo do zap zap criado para aquela semana era só zoeira, pois mais uma vez havíamos formado uma grande família, tudo em prol do surfe, do aprendizado, mas que ao fim, como disse, é tudo leve e solto, pura diversão. Good vibes a todos e até o próximo!

Fábio Gouveia
Campeão brasileiro e mundial de surfe amador, duas vezes campeão brasileiro de surfe profissional e campeão do WQS em 1998. É reconhecido como um ícone do esporte no Brasil e no Mundo. Também trabalha como shaper.