Os cabeças de chave do Maui and Sons Arica Pro Tour QS 3.000 by Jeep começaram a estrear nesta quarta-feira (29) e um deles, Dean Bowen, já conseguiu a maior nota – 9.33 – dos dois primeiros dias de tubos de 2,5 metros em El Gringo, na Ex Isla El Alacrán, no Chile.
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Foi mais um dia de desafio para os 55 surfistas de 15 países que competiram na perigosa bancada de pedras, com a força das ondas partindo muitas pranchas nas baterias. Antes de surfar o melhor tubo do campeonato, o australiano caiu numa onda e saiu todo ralado nas costas e pernas, mas ninguém se machucou gravemente. O show nos tubos da etapa mais desafiadora da América do Sul, continua a partir das 7 horas da quinta-feira no Chile.
“Quando entrou aquela onda, já deu pra ver que era a melhor do dia e não tive dúvida de ir nela. Foi uma sensação fantástica, porque fiquei muito profundo e tive que acelerar para sair. Foi incrível”, contou Dean Bowen, sobre o melhor tubo surfado esse ano em El Gringo.
“A bateria foi meio lenta no início, mas depois entraram umas séries muito boas. Eu fui em uma no início, que acabei jogado pelo lip e bati com muita força no fundo, o que é normal aqui em El Gringo (risos). Só que agora, a adrenalina deu uma baixada e estou sentindo tudo dolorido aqui (apontando para onde se machucou), então vou descansar para estar pronto amanhã”.
A maior nota do ano nos dois primeiros dias em El Gringo saiu na única onda que Dean Bowen completou em sua estreia na segunda bateria da terceira fase, quando entram os 32 cabeças de chave do Maui and Sons Arica Pro Tour QS 3.000.
O vento já estava agindo na formação dos tubos e o neozelandês Elliot Paerata-Reid se classificou em segundo com 4.00 pontos nas duas notas computadas. O australiano já decidiu o título no Chile em 2016 contra o francês William Aliotti e foi semifinalista no ano passado, então deu o primeiro passo na busca pela primeira vitória em Arica.
Depois, só teve mais uma bateria e a quarta da terceira fase, da estreia do havaiano Dusty Payne e do peruano Alonso Correa, contra o japonês Kaito Ohashi e o primeiro campeão nos tubos de Arica em 2009, Gabriel Villarán, ficou para quinta-feira no Chile. São mais dois integrantes do “Inka Team”, que na quarta-feira conquistou quatro classificações para enfrentar os mais bem colocados no ranking mundial da World Surf League, na terceira e última rodada de 16 baterias. Antes de Dean Bowen, o melhor tubo do dia na avaliação dos juízes tinha sido o do peruano Sebastian Correa no último confronto da segunda fase, que recebeu 8.50.
“As ondas estão muito boas e fico feliz por ter conseguido fazer um tubaço para passar minha primeira bateria aqui esse ano”, disse Sebastian Correa. “Foi incrível, porque eu não tinha a prioridade (de escolha da onda), mas a onda entrou pra mim e eu só botei pra baixo. Fiquei supercontente por ter saído do tubo e recebido meu primeiro high-score (nota alta) nesse campeonato, que para mim é um dos melhores do Circuito Mundial certamente”.
Antes da vitória de Sebastian Correa, irmão do Alonso que vai disputar a primeira bateria da quinta-feira, o “Inka Team” conseguiu uma classificação dupla, de Alvaro Malpartida e Joaquin del Castillo sobre o australiano Duke Nagtzaam e o chileno Camilo Hernández. Alvaro é praticamente um especialista em El Gringo, único a fazer três finais nos 10 anos de história do Maui and Sons Arica Pro Tour QS 3.000 by Jeep no Chile, ganhando o título de 2013.
“Foi uma bateria bem difícil. O Camilo (Hernández) é um grande surfista daqui, um dos meus melhores amigos do Chile e eu o respeito muito. O Joaquin (del Castillo) é um maestro dos tubos, fez uma grande temporada no Havaí e é um dos melhores tuberiders do Peru. Então, para mim, essa bateria foi como uma final antecipada”, destacou Alvaro Malpartida.
“Lamentavelmente não deu muitos tubos e acredito que tive mais sorte do que eles. O tempo passou muito rápido, são só 20 minutos e felizmente consegui pegar umas ondas para passar. Espero que as ondas aumentem para vermos El Gringo como todos nós amamos”.
Vinte países O Maui and Sons Arica Pro Tour começou na terça-feira com 112 surfistas de 20 países inscritos na histórica décima edição da etapa do Circuito Mundial mais antiga da América do Sul, fora do Brasil.
No primeiro dia, 52 de quinze nações competiram e 26 se classificaram. Na quarta-feira, foram 56 representantes de 15 países que entraram no mar para desafiar os tubos de El Gringo, nas quatorze baterias disputadas antes da chegada do vento no início da tarde e mais 28 saíram da briga pelo título que será decidido no domingo.
Restam 58 concorrentes e 26 são cabeças de chave que ainda nem estrearam, como três que já venceram uma das etapas mais perigosas e desafiadoras do WSL Qualifyiing Series no mundo. Os campeões do Maui and Sons Arica Pro Tour nos dois últimos anos, o defensor do título Jeronimo Vargas e o peruano Tomas Tudela, estão na 15.a bateria e é esta para onde Alvaro Malpartida foi, então serão três brigando por duas vagas na próxima fase. Alvaro fez final com Tudela em 2017 e na primeira decisão peruana com Gabriel Villarán em 2009.
Participação chilena O Chile tem uma vitória, com Guillermo Satt em 2011 e ele será o último a se apresentar esse ano, fechando a terceira fase. A participação chilena na quinta-feira terá uma série de quatro baterias seguidas, desde a terceira do dia até a sexta, válida como a nona da terceira fase.
Começa com Manuel Selman estreando junto com Ian Gouveia, que estava na elite do CT no ano passado. Depois, tem Nicolas Vargas, Gustavo Dvorquez e Danilo Cerda na sequência, também disputando classificação com surfistas de outros países.
O Maui and Sons Arica Pro Tour QS 3000 by Jeep está sendo transmitido ao vivo pelo site da WSL.