RDS Pro Junior

O legado de Ricardinho

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Felipe Borges teve a ideia de organizar o RDS Pro Jr. ao lado de Adriano de Souza e Leandro Grilo. Foto: Renato Leal / Naipe.

 

O empresário carioca Felipe Borges, que administrava a carreira de Ricardo dos Santos, é um dos patrocinadores do RDS Pro Jr. ao lado dos surfistas Adriano de Souza, Yago Dora e Lucas Silveira, além do treinador Leandro Grilo.

 

Na entrevista abaixo, Felipe conta como surgiu a ideia de homenagear Ricardinho e o legado que a etapa da seletiva sul-americana para o Mundial Pro Junior pode deixar para a nova geração na Guarda do Embaú (SC).

 

Felipe também relembra a ótima relação que tinha com o atleta, e diz que pretende manter o evento no calendário da WSL South America por muito tempo.
 

Como surgiu a ideia de criar esse evento?

 

Na verdade veio de uma conversa entre eu, o Adriano de Souza e o Leandro Grilo. Estamos sempre falando do Ricardinho, porque nós três sentimos muito a falta dele. Eu por ter sido o manager, o Grilo como treinador e o Adriano como amigo. E tinha no coração um incômodo, pois quando o Ricardinho faleceu eu não vim pra Guarda. Estava enrolado com outros problemas e não pude vir. Então sempre quis fazer algo pelo Ricardinho.

 

Vimos que não tinha nenhum evento Pro Junior em toda a América do Sul nesse ano e veio a ideia de fazer alguma coisa pra molecada, até porque eu trabalho com atletas menores também, que é o Lucas Vicente, a Tainá Hinckel, pensei que tinha que fazer alguma coisa.

 

O Grilo e o Adriano também queriam fazer alguma coisa pelo Ricardinho, aí juntamos as ideias durante o CT em Saquarema e, mesmo sem patrocínio, sem nada, conversamos com o Roberto Perdigão (diretor da WSL South America). Ele liberou uma data e fomos adiante.

 

Como foi a organização?

 

Pra ser sincero essa parte quem participou mais foi o Bira Schauffert, da Salva Surf Resgate, e a agência Naipe, mas estive sempre presente. A população aqui da Guarda também abraçou de uma maneira que nem eu esperava.

 

Todo mundo quis ajudar, participar, e foi fechando. A família do ricardinho também conhece todo mundo, a mãe dele, a Carol, os irmãos menores, todos querendo ajudar. Foi um negócio sensacional, e o campeonato está em uma vibe incrível.

 

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Evento em memória a Ricardo dos Santos reúne surfistas da nova geração na Guarda do Embaú (SC). Foto: William Zimmermann.

 

Qual você acha que é o legado de Ricardinho para a nova geração aqui da Guarda?

 

Quando eu era manager do Ricardinho, também era da Silvana Lima e do Adriano. Eu ainda não tinha nem o Lucas (Vicente) nem a Tainá (Hinckel). O Ricardinho era fora de série, tanto que na época o Mineiro tinha patrocínio da Faculdade Estácio, que está apoiando o campeonato.

 

Eu falava “Ricardinho, você vai fazer faculdade, vou te conseguir uma bolsa, e você vai fazer marketing e trabalhar comigo.”. Porque ele tinha umas ideias maravilhosas, nossas conversas duravam horas no telefone. Ele já apoiava essa molecada da Guarda, a Tainá e o Lucas, mas ele acabou falecendo e eles vieram pra mim. Acho que esses dois têm tudo pra trazer a memória do Ricardinho pra sempre.

 

Como era sua relação profissional com ele?

 

O Ricardinho pra mim era fora de série, diferenciado de todos os atletas que já conversei. Uma pessoa inteligente, raciocínio rápido, só que não tinha tanto a veia de competidor. Às vezes precisava dar uma instigada nele.

 

No ano de 2014 ele participou de vários QS e muito por minha causa, porque fizemos uma aposta e ele prometeu que entraria no CT em pouco tempo. Mas ele também nunca esqueceu as ondas grandes, que era o forte dele. Ele queria entrar também no Big Wave World Tour e estávamos em contato com a WSL pra ele ser convidado.

 

Qual os planos para o RDS Pro Jr. nos anos seguintes?

 

Queremos manter esse evento no calendário da Guarda e da WSL South America por muito tempo. Agora é deixar o show para os atletas, porque esse evento é para eles.