O brasileiro Gabriel Medina foi o grande campeão do Rip Curl Pro Portugal, etapa do Championship Tour encerrada nesta quarta-feira, em Peniche, Portugal.
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Em uma decisão com um desfecho eletrizante, Medina fechou com chave de ouro a sua participação na perna europeia, vencendo as duas etapas e ganhando força na corrida pelo título mundial.
O duelo chegou a ser reiniciado porque os atletas gesticularam em direção ao palanque, alegando que não escutaram a sirene anunciar o início da bateria.
Quando a batalha começou, Medina e Julian passaram a lutar contra as difíceis condições do mar. O brasileiro começou investindo nos aéreos rodando de backside e quase acertou a sua segunda tentativa.
A emoção só começou a tomar conta do outside com praticamente 15 minutos de bateria, quando Medina encontrou um tubo para a esquerda, saindo antes da junção, e somou 5.17. Julian tentou responder com um aéreo rodando muito alto de backside, mas não conseguiu aterrissar.
O tempo foi passando e o brasileiro melhorou sua pontuação com um aéreo de frontside segurando uma das bordas. Com a nota 5.67, Julian – que até então tinha 1.33 como melhor pontuação – passou a buscar 9.51.
Falta pouco menos de 10 minutos, o australiano finalmente reagiu, obtendo 4.67 em um aéreo reverse sem muita altura. A partir daí, a bateria pegou fogo. Medina mandou um varial de backside e voltou com muita dificuldade, mas a nota não entrou em seu somatório. Logo atrás, Julian tentou responder com um tubo de frontside, mas não concluiu e ainda viu a prioridade retornar para o adversário.
Porém, Medina abriu mão de uma esquerda e viu Julian fazer um bom canudo de backside, arrancando a melhor nota do confronto até o momento (6.27) e virando o placar.
Precisando de 5.28, o brasileiro passou a esperar no outside, enquanto seu adversário tentava ampliar o somatório nas difíceis condições do mar.
Com uma esquerda muito bem surfada faltando pouco menos de dois minutos, Gabriel recuperou a liderança com 6.93. Logo na sequência, Julian pegou um tubo sem muita expressão de frontside, mas o dia era mesmo do brasileiro, que ainda conseguiu finalizar a prova com 6.33, totalizando 13.26 pontos, contra 10.94 do adversário.
“Estou muito feliz agora. Tinha o objetivo de vencer um evento na Europa, então incrível vencer essas duas”, falou o brasileiro. “Agora estou cansado, foi um trabalho muito duro! Julian já me venceu muitas vezes, então é bom dar o troco. Quando ele conseguiu a virada com 5 minutos para o fim, pensei ‘Oh, meu Deus, de novo não’, mas segui em frente e estou amarradão por vencer no fim”, continuou o campeão.
“Antes eu não estava, mas agora definitivamente estou pensando no título”, acrescentou o brasileiro. “John John Florence tem uma vantagem por ter mais pontos, mas você sabe que qualquer coisa pode acontecer. Quero muito surfar Pipe, adoro essa onda e tive alguns bons resultados no passado, e nada é impossível”, finalizou Medina.
A bateria marcou uma revanche entre os atletas. Em 2012, Julian derrotou o brazuca em uma decisão bastante contestada em Supertubos.
O australiano também frustrou o rival ao protagonizar uma virada espetacular este ano, na decisão da etapa em Teahupoo, Taiti.
Com a vitória, Medina igualou ainda o placar contra Julian em duelos homem a homem, com quatro triunfos para cada lado.
“Foram alguns dias maravilhosos aqui, tivemos condições desafiadoras antes e pequenas condições hoje”, falou Julian. “Nós sempre temos um ótimo teste aqui em Peniche, pode ser intimidante, ou muito emocionante para grandes aéreos. Tivemos algumas viradas na bateria e parabéns a Gabriel! Obrigado a Peniche por nos receber novamente e pelo apoio, todos nós adoramos a onda, o desafio, nós realmente abraçamos a sua positividade”, declarou o vice-campeão.
Briga pelo título mundial – Com a vitória de Medina, a disputa pelo título mundial ganha ainda mais emoção em Pipeline, palco da última etapa entre 8 e 20 de dezembro. O brasileiro ultrapassou o sul-africano Jordy Smith e assumiu a vice-liderança do ranking, podendo garantir a taça até se chegar às quartas de final em Pipe, a depender do desempenho de John John, que descarta um 13o lugar.
Jordy também permanece com chance, bem como Julian Wilson, mas ambos precisam chegar à final e torcer pelo tropeço dos adversários. A Julian só resta a vitória, enquanto o sul-africano pode levar a taça ficando em segundo em Pipeline, caso Medina e John John não obtenham grandes resultados.
Para não dar chance aos adversários, John John precisa chegar à final em Pipe. Se for terceiro ou quinto, Medina precisará da vitória.
Caso o havaiano termine em nono lugar, Medina precisará chegar no mínimo à final e Jordy Smith terá de vencer a prova.
Perdendo na repescagem ou no round 3, o havaiano será ultrapassado se Medina chegar às quartas, Jordy à final ou Julian vencer a etapa.
Confira mais detalhes em nossas próximas atualizações.
Resultado do Rip Curl Pro Portugal 2017
1 Gabriel Medina (BRA)
2 Julian Wilson (AUS)
3 Kolohe Andino (EUA)
3 Kanoa Igarashi (EUA)
5 John John Florence (HAV)
5 Mick Fanning (AUS)
5 Miguel Pupo (BRA)
5 Sebastian Zietz (HAV)
Top 22 do Championship Tour 2017
1 John John Florence (HAV) 53.350
2 Gabriel Medina (BRA) 50.250
3 Jordy Smith (AFR) 47.600
4 Julian Wilson (AUS) 45.200
5 Owen Wright (AUS) 39.850
6 Matt Wilkinson (AUS) 39.450
7 Adriano de Souza (BRA) 36.600
8 Kolohe Andino (EUA) 36.000
9 Filipe Toledo (BRA) 35.450
10 Sebastian Zietz (HAV) 34.450
11 Joel Parkinson (AUS) 33.100
12 Mick Fanning (AUS) 33.000
13 Frederico Morais (POR) 29.900
14 Connor O´Leary (AUS) 28.700
15 Adrian Buchan (AUS) 26.500
16 Michel Bourez (PLF) 23.700
17 Joan Duru (FRA) 23.400
18 Caio Ibelli (BRA) 21.750
19 Jeremy Flores (FRA) 21.450
20 Kanoa Igarashi (EUA) 21.200
21 Conner Coffin (EUA) 21.000
22 Bede Durbidge (AUS) 20.200
Próximos brasileiros
23 Miguel Pupo (BRA) 18.900
24 Wiggolly Dantas (BRA) 18.700
25 Italo Ferreira (BRA) 17.700
27 Ian Gouveia (BRA) 14.250
32 Jadson André (BRA) 11.750
Confira as chances matemáticas dos candidatos ao título:
Julian Wilson
Precisa vencer a etapa e torcer para John John não passar da terceira fase, Jordy Smith não chegar à final e Gabriel Medina não chegar às quartas.
Jordy Smith
Precisa chegar à final. Se for segundo, Gabriel Medina não pode chegar à semifinal e John John não pode passar pela terceira fase. Vencendo em Pipe, o sul-africano precisa torcer para Medina perder antes da final e John John não chegar às quartas.
Gabriel Medina
Se chegar às quartas de final, John John não pode passar pela terceira fase e Jordy Smith não pode ser finalista;
Se for à semi, John John não pode passar pela terceira fase e Jordy Smith não pode vencer a etapa;
Se for vice-campeão, John John não pode chegar às quartas;
Se vencer a etapa, John John não pode ser o vice.
John John Florence
Se for finalista em Pipeline, garante o título mundial;
Se ficar em terceiro ou quinto, Gabriel Medina não pode vencer a etapa;
Se for nono colocado, Gabriel Medina não pode ser finalista e Jordy Smith não pode vencer a etapa;
Caso o havaiano perca na repescagem ou round 3, Medina não pode chegar às quartas, Jordy Smith não pode ser finalista e Julian Wilson não pode vencer a prova.