Com a entrada do forte ciclone na região Sul do Brasil, voltamos as atenções para uma possível chamada do Surfland Big Waves Brasil / Mormaii. O swell era propício para a realização da transmissão ao vivo que a DadoBier está patrocinando.
Mas a organização do evento decidiu adiar a transmissão, já que o pico escolhido não encaixou legal devido à forte correnteza. Com isso, ativei a galera dos “Jaguaboys” para caçar outras ondas pela região, aproveitando o primeiro grande swell do ano. Ficamos na dúvida entre Silveira, em Garopaba, ou Praia do Rosa, em Imbituba.
Conversei com dois caras influentes da cena do big surf local: Gabriel Sodré e Francisco Carneiro (Chico). São grandes conhecedores da região. Ambos ligaram e falaram que o Rosa estava animal, com cara de Waimea. Por ser um lugar com menos crowd que o Cardoso, optamos encarar o big surf no Rosa.
Levamos as gunzeiras e o jet-ski para dar apoio na logística e garantir o registro com as imagens. Decidimos entrar pela praia ao lado, a Praia do Luz. Quando chegamos perguntamos: “Cadê a praia?” Na verdade a ressaca engoliu tudo. Inacreditável o que presenciamos, sem dúvidas um dos maiores mares que já vi naquele pico.
O inside lembrava Nazaré, e a onda que quebrava no meio do oceano era gigante. A vontade era ter ficado por ali mesmo, mas já tínhamos mandado a galera entrar pelo Rosa e montado a logística toda por lá. Logo partimos em direção ao Rosa, que ficava do outro lado do costão. Chegando ao pico e de cara já vimos que havia altas ondas. Séries de 12 pés perfeitas atravessando a praia. Cenário havaiano em território brasileiro.
Comigo estavam alguns membros dos Jaguaboys: André Paulista, João Baiuka e os fotógrafos Luis Reis e Gabriel Gomes. Juninho Meteoro, amigo de infância, também estava na barca com a gente. Quando cheguei, Alexandre Takeo tinha acabado de sair e surfado uma das bombas do dia. Atirados do pico, Gabriel Sodré e Francisco Carneiro arrebentaram e mostraram que conhecem muito o lugar.
Eu, Paulista e Baiuka revezamos no jet pilotando para o fotógrafo. Pegamos altas ondas e revemos vários amigos do big surf. Ainda lá fora eu brinquei: “Que engraçado, né? No dia grande no outside todo mundo é amigo, todo mundo cumprimenta todo mundo (risos) por que será?”.
Anoiteceu e tocamos a barca de volta para o Farol de Santa Marta. Na baixa do swell ainda surfamos o Balcão, na praia da Galheta, e a Praia do Cardoso, no Farol de Santa Marta, Laguna (SC). Foram três dias de muito big surf em pleno verão brasileiro.
