Los Angeles 2028

Surfe na mira paralímpica

Dirigente brasileiro diz que há diálogo com federações para inclusão do surfe e skate nos jogos paralímpicos de 2028.

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Alcino Neto durante o ISA World Para Surfing Championship 2021 em Prismo, Califórnia (EUA).

O programa de modalidades da Paralimpíada de Paris, em 2024, será o mesmo de Tóquio, mas pode ter novidades para Los Angeles, em 2028. Em entrevista à Agência Brasil durante o Prêmio Paralímpicos, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), Andrew Parsons, revelou que há conversas para que esportes que conquistaram o público nos Jogos Olímpicos, como surfe ou skate, também ingressem no evento paradesportivo.

“Há duas semanas, demos o pontapé inicial no processo de seleção das modalidades para Los Angeles e, claro, observamos o sucesso, principalmente, de skate, surfe e escalada. Então, sim, estamos em contato com essas federações internacionais. Algumas estão mais adiantadas que outras no programa para atletas com deficiência, além de algumas outras modalidades. Esse processo vai até dezembro deste ano ou janeiro do ano que vem, para conhecermos as modalidades que estarão em 2028”, disse Parsons, que é brasileiro.

A Associação Internacional de Surfe (ISA), tinha expectativa de incluir a modalidade no programa de 2024, o que não ocorreu. Vale lembrar que as disputas olímpicas de Paris serão na ilha de Teahuppo, no Taiti, a mais de 15 mil quilômetros da capital francesa. Para 2028, as condições para prática do esporte serão na própria cidade de Los Angeles ou em locais próximos – como Prismo Beach, onde ocorreu o Mundial de surfe adaptado do ano passado, a cerca de três horas da sede dos Jogos – são um trunfo.

“Sabemos que o parasurfe pode entregar o mesmo engajamento, de emoção e juventude, positivo e impactante que o surfe trouxe em Tóquio, sendo um divisor de águas para os Jogos. Com Los Angeles 2028 e Brisbane, Austrália, 2032 no horizonte, destinos renomados no surfe, o cenário não poderia ser mais perfeito para somar nosso esporte dinâmico à Paralímpiada”, declarou o presidente da ISA, Fernando Aguirre, em nota divulgada em setembro.

No Mundial de Prismo Beach, na Califórnia, Estados Unidos, o Brasil obteve quatro medalhas de ouro e o terceiro lugar na classificação geral. Elias “Figue” Diel foi campeão na classe VL1 (cegos). Fellipe Kizu Lima venceu na Open-Sit (atletas que surfam sentados). Mike Richards Vaz levou a melhor na Stand 1 (surfistas com deficiência nos membros superiores e que manobram em pé) e Alcino “Pirata” Neto foi o ganhador na Stand 3 (competidores com restrição de membros inferiores, que também ficam de pé na prancha).

As disputas de paraskate integram o Dew Tour, circuito homologado pela World Skate (federação internacional da modalidade) e também possui brasileiros em evidência. Casos de Felipe Nunes e Vinicios Sardi, que se destacaram na etapa de maio, em Des Moines (Estados Unidos), ao conquistarem primeiro e terceiro lugares, respectivamente, no street  e no park.

“A gente não sabe se terá mudanças. Nosso processo é diferente do COI (Comitê Olímpico Internacional). No olímpico, há modalidades que são permanentes nos Jogos. O paralímpico não tem isso. Começamos o processo sempre do zero”, finalizou o presidente do IPC.

Fonte Agência Brasil