Espêice Fia

Batizado na piscina

Fabio Gouveia realiza sonho com a família e surfa pela primeira vez na Praia da Grama, Itupeva (SP).

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Minha segunda incursão para o interior do estado de São Paulo para surfar em uma piscina de ondas ocorreu há duas semanas. Em meados de 2000 tinha indo acompanhar e participar como juiz de um evento para moleques na Splash Beach, um Beach Park que existia na cidade de Ribeirão Preto. A onda não era lá essas coisas, mas a brincadeira já era bem divertida. Agora foi a vez de realizar um sonho, surfar na Praia da Grama, uma filial da tecnologia de ondas artificiais Wave Garden.

Já tinha surfado na matriz, em Zarautz, quando fui em 2018 com Ian, Miguel Pupo, Italo e Felipinho. Ali já tinha sido o máximo, mas agora a oportunidade de surfar o dobro da extensão me deixava ansioso. A Praia da Grama, como já é sabido, é um empreendimento exclusivo de alto padrão. A piscina de ondas veio para dar fama nacional e internacional.

Adrenalina e ansiedade fizeram parte de nossa viagem até Itupeva. E se eu estava assim, imagina a patroa Elka que também sonhava com a possibilidade de pegar tubos. Essa era justamente a resenha entre ela e nosso filho Ian, cujo ficava zoando em tempo integral dizendo que queria ver ela pegar o tubo da Praia da Grama.

A convite do pessoal e logo após encontramos nosso filho Ian e nosso parceiro de time (Hang Loose) Eric Bahia e o amigo Fabio Meira, já estávamos com aquela visão maravilhosa do empreendimento. Nossa, como a piscina é grande! Maior que um campo oficial de futebol, indagamos. Não demorou também para recebermos as instruções de um dos instrutores, afinal regras ali são importantíssimas, principalmente quando alguém cai na onda da frente próximo a parede de concreto, pois a possibilidade de colisão do surfista seguinte é eminente.

Quando pisquei o Ian já vinha dentro do tubo da direita estolando de backside. Rapidamente segui para o outside maravilhado com as cenas que estava vendo. Me ambientando e recebendo instruções de todos para o modelo de onda avançado cujo estava programado para aquele momento. Por falta de atenção acabei indo na onda “fake”, ou seja, a mais fraca da série de quatro ondas, justamente uma rebarba para que a água fosse se acomodando para a próxima sequencia, que aliás não demoraria nada.

Mas foi bom ter errado, pois apesar de boa e rodar um pouco, era apenas metade da onda original. Base lip e tubo quadrado no final era a pedida. Errei um bocado, altas vacas, mas a medida que o tempo ia passando com as ondas surfadas eu me encaixava.

Em minha penúltima nesta sessão inicial consegui encaixar duas boas batidas e emplacar atrasado no canudo, ainda deu tempo para a última manobra final. Ian seguia arrebentando e Eric também. Outros presentes também iam desmitificando as ondas, tanto os marinheiros de primeira viagem como eu quanto os moradores do empreendimento.

Destaque para Caio Segall, Bruno Amaro e um goofy residente, que no momento não lembro o nome (sorry). Pareciam acionar um piloto automático para fazerem as ondas direitinho como mandava o figurino. Após uma hora de séries, passamos para a onda iniciante, ótima para quebrar o gelo da patroa e do amigo Fabio, entre outros presentes. No meu caso para dar início aos testes com os quatro diferentes modelos de prancha que levei.

Ondinha de meio metrinho cavadinha no início e parede cheia depois. Uma delícia para fish e longboard, cujo foi a escolhida por Ian pra dar aquela descontraída e acompanhar a mãe em sua primeira investida. A turma se divertiu. O dia inteiro foi assim, com sessões intercaladas com os variados estilos de onda, sempre iguais para direita e para esquerda, do outro lado do píer divisor.

O tudo de backside não era fácil. Aliás, a possibilidade de completá-lo era mirar o final da onda e seguir no corte, mas a partir do momento que queria-se ficar deep ou fazer qualquer outra graça, era vaaaaca! Levei muitas, não consegui dominar. Logo de pronto aceitei o convite para ficar mais um dia, pois essa era a chance de treinar pra encaixar.

Estávamos exaustos e o sonho a noite com o ocorrido durante o dia foi consumado. No dia seguinte as máquinas foram ligadas ao meio dia. Sol a pino e o maior visual para as lentes dos fotógrafos e videomakers residentes no atual momento. Sebastian Rojas, Aleko Stegiou e Adriano Ferres. Essa galera fica de quarta a domingo captando altas imagens!

Consegui encaixar bem na sessão inicial para a direita. Mas esse bem não foi um domínio, pois o tubo quadrado seguia difícil. Surfei com uma 4’10 Petit Piolho Model e ao mesmo tempo que mudanças ajudavam, também atrapalhavam. O pé ficava saindo da rabeta e quando fui pra esquerda quase tomo uma “gemada” das fortes, ou seja, uma pranchada nas partes íntimas.

O tubo da esquerda foi meu calo, devo ter completado uns seis, o resto foi wipeout. Bom, ficou na mente, para dominar tenho que voltar (risos). E a patroa pirou! Pegou seu tão sonhado tubo e virou vacas épicas. No dia seguinte eram dores que apareciam em locais diferentes, locais que mesmo com o mesmo exercício em cima, devido a repetição se mostraram agudos.

Foram dois dias maravilhosos, novos amigos do surfe e do empreendimento, cujo muito hospitaleiros, nos deixavam bem a vontade. Seguem nossos agradecimentos e parabéns Praia da Grama, baita empreendimento.