Um novo ciclone se forma nesse sábado, na mesma região do ciclone anterior e promete gerar ressaca na costa sudeste do Brasil. Preparem suas pranchas, a partir de domingo o mar volta a subir em toda costa brasileira.
Penso que esta seja a tônica deste inverno de 2023. Quando a circulação atmosférica ficou sob domínio do Anticiclone, ou Alta Subtropical do Atlantico Sul, vemos os ciclones rodando entre as Ilhas Malvinas e as Ilhas Sanduiche do Sul, ou melhor, Ilhas Geórgia do Sul e Sanduiche do Sul para ser mais correto. E agora em julho, voltaram a se intensificar na região sul-sudeste.
No nordeste, porém, vemos ondulações geradas no meio do Atlântico Sul e até vindas do outro lado na África incidindo na costa, principalmente do centro da Bahia (Salvador) até o Rio Grande do Norte.
O escoamento de altitude (200 hPa), conhecido pelas correntes de jato de altos níveis, apresenta uma bifurcação com parte sendo dirigida para 60°S e outra parte sendo canalizada em 25-30° S (vejam os mapas da www.wxmaps.org). Isso indica que temos energia da circulação atmosférica confluindo na região sul para gerar um novo e forte ciclone.
Então, um novo ciclone vai se formar na região sul/sudeste quase na mesma posição do ciclone da semana anterior. Os modelos indicam que será entre a costa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, gerando ondas grandes do Sul do Rio de Janeiro a São Paulo.
As ondas ficaram com altura significativa da ordem de 2,0-2,5 metros, mas não se enganem pois o oceano está bastante intenso desde o início do mês de julho.
Mapas de pressão atmosférica em superfície para sexta, sábado e domingo mostram um ciclone se formando na região Sul, talvez um pouco mais para Sudeste como na semana passada. Também teremos ondas vindas das Malvinas (Fonte CODA).
Segunda e terça-feira serão os melhores dias em toda a costa brasileira, e estas condições se mantém boas até quarta também na maioria das praias do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Norte. Muita onda galera!
Previsão das Ondas
Região Sul: As ondas entram já nesta sexta-feira do quadrante S, a partir do meio-dia, e chegam com 1,5 metro, fabricadas na região entre Malvinas e Sanduiche. Final de tarde de sábado o ciclone se forma entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, gerando uma nova ondulação de SE no domingo. A altura vai subir e vai ter uma cara de ressaca por causa do vento local, e as condições melhoram na segunda.
Em Santa Catarina, ainda no sexta, uma mistura de ondulações de Sul com ondulação de Leste faz de Floripa uma ilha de convergências de ondas, e o indicado é procurar os picos com lajes rasas, pois filtram melhor a ondulação. Entretanto, para aqueles que preferem ondas menores, a pedida é praias bem abrigadas como Matadeiro, porém sem correr riscos, pois ondulações misturadas tendem a fazer o mar ficar um pouco maior.
Os mapas de previsão mostram o oceano todo vermelho, o que indica ondulações excelentes até segunda feira. A preferencial parece vir de SE em todos os dias, mas é no sábado para domingo que o ciclone vai colocar mais energia, quando as ondas devem passar dos 2 metros nas praias mais expostas. Silveira, Campeche e as lajes da Penha e Jaguá são indicadas para os big riders
Na segunda, o mar ainda vai estar com ondas grandes, mas o vento fraco deve proporcionar condições perfeitas para todas as praias do litoral sul.
Região Sudeste: As ondas entram de SE-L até sábado, com virada nas condições no domingo.
O mar se mantém bom e perfeito com ondas de 1,5 a 1 metro durante sexta e sábado, quebrando bem nas praias mais expostas para essa direção da ondulação. No domingo, a condição vira de S-SE e o mar cresce de novo, agora com uma ondulação bem focada na costa sudeste, vai proporcionar boas ondas até terça e quarta.
Para os surfistas menos experientes, a dica é curtir o sábado mais pela manhã. Já aqueles preparados para qualquer condição se preparemm pois vamos ter ondas boas e grandes. O vento pode ser um problema ainda no domingo, mas a partir de segunda e principalmente na terça as ondas ficam perfeitas.
A altura no domingo é de 2-2,5 com período de 12 segundos, e aumenta a altura com o ciclone se intensificando de SE. As melhores praias são Leme, Arpoador, Prainha, Itacoatiara (grande) Forte (Cabo Frio) e Peró no litoral do Rio de Janeiro, Barra da Tijuca também, mas aí o Píer e Postos 3 e 4 devem segurar melhor estas ondas.
No litoral de São Paulo, várias praias quebram perfeitas no domingo e principalmente na segunda-feira. Teremos uma constância de ondas durante este fim de semana e a próxima semana.
Os surfistas menos experientes devem preferir as ondas do sábado com 1 metro, enquanto os mais preparados vão curtir domingo, segunda e terça.
Região Nordeste: Os surfistas do nordeste nunca viram tantas ondulações, sejam de anti-ciclogênese ou de ciclone, e temos ondas chegando de direções com pouca diferença de angulação, e mesmo período. Isso faz com que as ondas fiquem grandes e com muita força.
Estas condições devem se manter nessa sexta e sábado, mas no domingo baixa um pouco e principalmente segunda o mar volta a crescer de SE com componente de S. Também vinda de uma ondulação fabricada lá no meio do Atlântico do quadrante SE-L, deve favorecer novamente as condições de ondas grandes no meio da semana.
O oceano tá ficando vermelho no Nordeste de tanta ondulação que está chegando por lá.
As lajes vão continuar a quebrar nesta sexta, na terça sobe novamente. Domingo, no litoral todo teremos ondas um pouco menores para os surfistas menos experientes.
Região Norte: A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) está bem intensa, o que favorece a formação de ondulações do quadrante NE-N. Nesta sexta ainda com ondas na faixa de 1,5 metro.
Sábado e domingo as ondas baixam um pouco para 1 metro, mas sobem novamente no domingo e vamos ter ondas até terça-feira onda com 1,5.
Praias como Titanzinho (Fortaleza) e Paracuru são sempre preferidas pelos surfistas locais, mas vai rolar ondas boas em praticamente toda região.
Eu diria para os paraenses também procurarem as ondas em locais como Algodoal, Salinas e Ajuruteua, mas eu sempre quis pegar ondas em Coroa Grande, do outro lado do Rio Caeté. Na ponta de Maracaçumé e na região de Alcântara (Maranhão) tem os picos menos conhecidos desse Brasil. Bora lá conferir e mandar umas fotos aqui pra nós.
O Atlântico Sul acordou e tem ondas para todos os gostos!
