O Brasil segue com força máxima para tentar aumentar para 10 o recorde de títulos no Mundial Junior da WSL. Na última quinta-feira (11), o evento rolou com ondas maiores e mais desafiadoras em Oceanside Pier, Califórnia (EUA), e só teve competição masculina.
Clique aqui para ver as fotos
Clique aqui para ver o vídeo
Os três brasileiros passaram para as quartas de final do World Junior Championships. Ryan Kainalo venceu a bateria registrando um novo recorde de 15,83 pontos, Heitor Mueller ganhou a primeira nota na casa dos 9 pontos do dia e Leo Casal confirmou os 100% de vitórias verde-amarelas nas oitavas de final.
As oitavas de final femininas ficaram para esta sexta-feira (12). A peruana Sol Aguirre, tetracampeã sul-americana Pro Junior da WSL South America, está na segunda bateria com a havaiana Eweleiula Wong. E a brasileira Laura Raupp, que na última quarta-feira (10) bateu todos os recordes entre as meninas, enfrenta a japonesa Nanaho Tsuzuki.
O World Junior Championships decide os últimos títulos mundiais de 2023 da WSL tem transmissão ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.
Nas quartas de final masculinas, o catarinense Heitor Mueller encara o vice-campeão mundial Junior de 2022, Levi Slawson. Ryan Kainalo duela contra outro norte-americano, Jett Schilling. São os dois últimos representantes dos Estados Unidos. Os norte-americanos não possuem nenhum título do Mundial Junior Sub-20 da WSL.
Leo Casal despachou um deles, vingando a derrota sofrida para Taj Lindblad na primeira fase. Agora, enfrenta o atual campeão mundial Pro Junior Jarvis Earle, da Austrália.
A quinta-feira amanheceu com um novo swell, com altas ondas em Oceanside Pier e a comissão técnica decidiu aguardar as condições do mar melhorarem. As oitavas de final masculinas só foram iniciadas às 11h30 (às 16h30 horário de Brasília) e as da categoria feminina foram adiadas para a sexta-feira.
O dia começou com uma tranquila vitória do californiano Levi Slawson sobre o australiano Harley Walters, que tinha feito o maior placar do campeonato na repescagem. Na sequência, os brasileiros enfrentaram os recordistas de nota dos dois primeiros dias nas ondas de Oceanside Pier.
O vice-campeão sul-americano de 2023, Heitor Mueller, abriu a segunda bateria com uma nota 6,0 e o havaiano Shion Crawford começou com 7,17 na primeira onda. Na quarta-feira, shion conseguiu a maior nota do evento, um 9,33. O havaiano se manteve na frente na segunda, somando 5,53 contra 5,50 do brasileiro. Heitor então soube esperar por uma onda boa para combinar três manobras fortes. Os juízes deram nota 9,0 e Shion Crawford não conseguiu os 7,84 pontos que precisou para virar o placar, encerrado em 15,00 a 13,20 pontos para Heitor Mueller.
“Essa onda foi incrível. Foi um disparo de adrenalina”, diz Heitor Mueller. “Eu peguei a onda, dei uma rasgada, fiz outra e uma batida bem forte na junção. Essa batida, eu achei até que ia errar, mas acabou que deu certo. Os treinos na Prainha, onde eu moro (em São Francisco do Sul-SC), foram bons para conseguir isso e estou muito feliz. Quero agradecer todo mundo que está na torcida por mim, estou focado, a prancha está muito boa e vamos com tudo”.
Recorde de pontos
Na quarta bateria das oitavas, o campeão sul-americano Pro Junior de 2023, Ryan Kainalo, enfrentou o sul-africano Luke Thompson. O ubatubense largou na frente, com 6,50 na primeira onda e logo pegou outra para somar 5,50. O sul-africano também começou bem, com 6,73. Na onda seguinte, o brasileiro acertou um aéreo e trocou 5,50 por 6,17. Na metade dos 30 minutos da bateria, Thompson pega uma esquerda e assume a ponta com nota 6,10.
Ryan Kainalo fica precisando de 6,34 e outra série de ondas só entra quando restavam 10 minutos para o término. Kainalo escolhe bem, faz três manobras no crítico e ganha 7,50 dos juízes. Em outra onda, Ryan fez outra combinação de três batidas verticais e rasgadas, que arrancam nota 8,33. Com a nota, Ryan Kainalo sacramentou a vitória com um novo recorde de 15,83 pontos, contra 12,83 do sul-africano.
“Estou muito feliz de vencer essa bateria e chegar nas quartas de final. Eu só queria surfar o meu melhor em cada onda e não sabia como estava a situação das notas”, conta Ryan Kainalo. “Eu não conseguia ouvir nada, porque o vento estava bem forte e as ondas quebrando bem longe da praia. Quando aquela esquerda surgiu, eu remei e tentei encaixar manobras com pressão. Depois, fiquei marcando o Luke (Thompson), sem deixar qualquer oportunidade para ele, porque é um ótimo surfista. Estou bem feliz, porque no ano passado perdi nessa rodada. Então, agora só faltam duas baterias para chegar na final”.
Bicampeões mundiais
Logo após a vitória de Ryan Kainalo, Jarvis Earle confirmou o favoritismo contra o japonês Monnojo Yahagi. Jarvis tenta repetir um bicampeonato que apenas três surfistas conseguiram em 22 edições do Mundial Junior da WSL, os também australianos Joel Parkinson em 1999 e 2001 e Jack Freestone em 2010 e 2012, depois do cearense Pablo Paulino em 2004 e 2007.
O Brasil detém o recorde de nove títulos conquistados desde 1998, contra 6 da Austrália, 4 do Havaí e 1 da África do Sul, 1 de Portugal e da França.
A lista de brasileiros campeões foi iniciada por Pedro Henrique em 2000, depois teve Adriano de Souza em 2003, Pablo Paulino em 2004 e 2007, Caio Ibelli em 2011, Gabriel Medina em 2013, Lucas Silveira em 2015, Mateus Herdy em 2018 e Lucas Vicente em 2019. Os últimos a festejarem títulos são de Santa Catarina e mais dois catarinenses vão tentar o décimo troféu de campeão mundial Junior da WSL, Heitor Mueller e Leo Casal, que confirmaram os 100% de vitórias brasileiras em Oceanside Pier.
Leo enfrentou o norte-americano Taj Lindblad. Casal teve que passar pela repescagem e largou na frente, surfando forte de backside uma direita que valeu 6,17. O californiano começou com 4,33 e o catarinense respondeu com 5,77. Taj reagiu na segunda metade da bateria, conseguindo a maior nota do duelo, 6,47. Mas, Leo Casal pegou outra esquerda para atacar forte de frontside e trocar 5,77 por 6,20. Lindblad precisou de 5,90 e o brasileiro fez uma marcação cerrada até o final, para vencer por 12,37 a 10,80 pontos.
Novos recordes
Depois da terceira vitória brasileira, o australiano Joel Vaughan fechou o dia registrando novos recordes no World Junior Championships. Joel já começou de forma fulminante o duelo contra o japonês Tenshi Iwami, massacrando uma onda que valeu 8,17. Essa nota já no critério excelente do julgamento, acabou sendo descartada, pois Joel Vaughan surfou mais duas ondas, que os juízes deram notas 9,43 e 9,10. Com as notas, aumentou para 18,53 o recorde de 15,83, que era do Ryan Kainalo.
A competição é transmitida ao vivo dos Estados Unidos pelo WorldSurfLeague.com e pelo aplicativo e canal da WSL no YouTube.
Resultados da quinta-feira
Oitavas de final masculina – Derrota = 9.o lugar
1 Levi Slawson (EUA) 14,50 x 7,50 Harley Walters (AUS)
2 Heitor Mueller (BRA) 15,00 x 13,20 Shion Crawford (HAV)
3 Jett Schilling (EUA) 10,83 x 10,50 Sam Piter (FRA)
4 Ryan Kainalo (BRA) 15,83 x 12,83 Luke Thompson (AFS)
5 Jarvis Earle (AUS) 11,80 x 10,16 Monnojo Yahagi (JAP)
6 Leo Casal (BRA) 12,37 x 10,80 Taj Lindblad (EUA)
7 Jackson Bunch (HAV) 15,16 x 13,20 Marlon Harrison (AUS)
8 Joel Vaughan (AUS) 18,53 x 12,76 Tenshi Iwami (JAP)
Próximas baterias
Quartas de final masculina – Derrota = 5.o lugar
1 Levi Slawson (EUA) x Heitor Mueller (BRA)
2 Jett Schilling (EUA) x Ryan Kainalo (BRA)
3 Jarvis Earle (AUS) x Leo Casal (BRA)
4 Jackson Bunch (HAV) x Joel Vaughan (AUS)
Oitavas de final feminina – Derrota = 9.o lugar
1 Erin Brooks (CAN) x Noah Klapp (ALE)
2 Sol Aguirre (PER) x Eweleiula Wong (HAV)
3 Ellie Harrison (AUS) x Annette Gonzalez Etxabarri (ESP)
4 Zoe Benedetto (EUA) x Nora Liotta (HAV)
5 Sierra Kerr (AUS) x Keira Buckpitt (AUS)
6 Nanaho Tsuzuki (JAP) x Laura Raupp (BRA)
7 Bella Kenworthy (EUA) x Louise Lepront (AFS)
8 Zahli Kelly (AUS) x Talia Swindal (EUA)
