A gigante petrolífera ExxonMobil está no centro de uma grave acusação de burla ambiental, apresentada pelo procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, com o apoio de importantes organizações de defesa do meio ambiente, como a Surfrider Foundation, Heal the Bay, Sierra Club e San Francisco Baykeeper. A denúncia alega que a empresa enganou o público ao promover a ideia de que os plásticos descartáveis são seguros e inofensivos.
A principal acusação é de que a ExxonMobil teria gasto milhões em uma campanha de relações públicas ao longo dos anos para promover falsamente a eficácia dos seus métodos de reciclagem de plástico. Segundo o jornal LA Times, a ExxonMobil defendeu um processo chamado “reciclagem avançada” como uma solução eficaz para combater a poluição causada pelos plásticos descartáveis.
Em 2021, Karen McKee, presidente de soluções de produtos da ExxonMobil, destacou os benefícios dessa técnica, dizendo: “Imagine os seus recipientes de iogurte sendo transformados em equipamento médico para sua próxima consulta e, depois, no painel de um carro com baixo consumo de combustível”.
No entanto, a procuradoria-geral da Califórnia alega que a chamada “reciclagem avançada” é, na verdade, um golpe de marketing. Apenas uma instalação da ExxonMobil realiza esse processo, e apenas 8% do plástico é realmente reutilizado para criar novos materiais. Os outros 92% são processados como combustível e posteriormente queimados, contribuindo ainda mais para a poluição.
Sejal Choksi-Chugh, diretor executivo do San Francisco Baykeeper, condena a postura da empresa: “Os plásticos da Exxon estão envenenando cursos d’água, a vida selvagem e as pessoas. A Baía de São Francisco tem alguns dos níveis mais elevados de microplásticos do mundo. Estamos enfrentando a Exxon para impedir a poluição plástica na fonte. Isso está nos matando lentamente, e não vamos permitir que a Exxon nos faça acreditar que é normal.”
Este caso não é exclusivo da Califórnia ou da ExxonMobil. A ação judicial pode abrir precedentes para processos semelhantes em todo o mundo, responsabilizando as grandes corporações pela degradação do meio ambiente e pela ameaça à saúde pública.