Psicodelia no surf

A arte viajante de Tiúba

Tiúba, North Shore de Oahu, Hawaii.

Tiúba manobra com estilo, North Shore de Oahu, Hawaii. Foto: Tony D´andrea.

Elísio Lincoln `Tiúba´ Nogueira, 24, natural de Salvador (BA), viaja desde novembro de 2006 com o objetivo de surfar e registrar os lugares por onde passa, por meio de desenhos e pinturas em suas pranchas.

 

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Ele começou a trip no Hawaii, onde fez pinturas relacionadas ao North Shore em seu quiver.

 

Em seguida, foi para Ilhas Canárias em companhia da namorada e bodyboarder Maira Guimarães.  Encontraram-se novamente na

Criador exibe seus foguetes personalizados, North Shore de Oahu, Hawaii. Foto: Arquivo pessoal Tiúba.

Indonésia e, de lá, seguiram para a

Europa.

 

Por enquanto, Tiúba não sabe quando volta ao Brasil. Está em Barcelona, Espanha, onde expõe em outubro na BOX220 Surfshopbcn.

 

Na exposição, o artista apresenta pranchas pintadas no Hawaii e na Europa, fotos dele surfando com as pranchas, vídeos e trabalhos realizados em 2005 em Sumatra, Indonésia, depois do tsunami.

 

Num momento relax, entre as sessions de surf e arte, Tiúba concedeu essa entrevista exclusiva ao Waves.Terra para contar um pouco de sua história.

 

Seus pais ou outros familiares também são artistas? O que te motivou a começar com desenhos e pinturas?

 

Quando pequeno, lembro-me de ter visto meu pai pintando algumas vezes, e aos 10 anos pintei meu primeiro quadro. Naquela ocasião escolhi uma pintura de Van Gogh como referência.

 

Antes disso, eu já era encarnado em desenho e durante muitos fins de semana da minha infância, ia à casa do meu falecido avô assistir meu tio Flavio luiz (cartunista e caricaturista) desenhar. Sempre curti muito a variedade de trabalhos da minha tia, a artista plástica Claudia Muller.

 

Quando e onde você começou a surfar?

 

Comecei a surfar na Bahia, com 13 anos, na praia de Villas do Atlântico, em companhia dos meus amigos Lalo Giudice e Ângelo Hereda.

 

Você enfrentou algum tipo de preconceito quando começou a surfar?

 

Sempre foi muito difícil entender porque meus pais não deixavam eu surfar durante a semana, uma vez que eu ficava em casa sem fazer absolutamente nada.

 

Hoje já entendo um pouco mais o lado deles e também penso que se não tivesse sido assim, talvez o surf não tivesse o mesmo valor e significado que hoje tem pra mim.

 

Em que lugares você já morou no Brasil?

 

Salvador (BA), Vitória (ES), Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ).

 

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Tiúba relaxa à sombra de Backdoor, Nort Shore de Oahu, Hawaii. Foto: Ricardo Junji.

Como surgiu a idéia de fazer arte em pranchas?

 

Surgiu naturalmente, pois como eu já pintava telas pensei que a prancha seria um bom veículo para mostrar e divulgar minha arte e idéias.

 

Vi também que você já realizou pinturas em carros, guitarras e outras superfícies. Como foram estes trabalhos?

 

Procurei nunca me prender à uma técnica ou superfície específica. A arte pra mim é algo espontâneo, que me acompanha por onde passo, e assim, variados tipos de trabalho e oportunidades surgem ao longo do tempo.

 

Qual o tipo de trabalho que você mais gosta de fazer?

 

Surfar! Na real não sei se gosto muito de pintar, gosto mesmo do

Trabalhos expostos na Wind 220º Surfshopbcn deixam Tiúba amarradão, Barcelona, Espanha. Foto: Arquivo pessoal Tiúba.

resultado das minhas criações, sei lá!

 

Quais são os seus artistas favoritos?

 

Não tenho favorito, mas me fascino por todos aqueles que sabem se expressar através da arte, independente do que os outros vão pensar.

 

Que tipo de som você curte?

 

Uma questão de ocasião, mas para pintar gosto de músicas longas, trance, psicodélico, progressivo e outros.

 

Qual foi sua trip dos sonhos?


Não foi, está sendo!

 

Qual seu pico de surf preferido?

 

Quintal de casa e muitos outros espalhados pelo mundo, que eu vivo procurando.

 

O que a arte e o surf mudaram na sua vida?

 

Hoje posso dizer que a arte faz eu me sentir criança, perder o medo do desconhecido, errar e erguer a cabeça para começar de novo, acreditar nos meus sonhos e fazer com que eles se tornem realidade.

 

E por fim garanto, que dos 13 colégios de diferentes cidades e estados nos quais estudei ao longo da vida, foi no mar onde aprendi e aprendo minhas maiores lições.

 

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