Billabong Rio Pro

A Barra vai pesar

Kelly Slater, Billabong Rio Pro 2011, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ). Foto: Fábio Minduim.

Kelly Slater participa de mais uma edição do circuito mundial no Brasil. Foto: Fábio Minduim.
Carissa Moore defende o título feminino na Barra da Tijuca. Foto: © ASP / Cestari.

Apresentado pela Prefeitura do Rio e pela Riotur, o Billabong Rio Pro 2012 reúne os melhores surfistas do mundo entre os dias 9 e 20 de maio na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ).

Esta será a terceira etapa do ASP World Tour 2012 e terá a maior premiação da temporada, oferecendo US$ 625 mil em prêmios (US$ 500 mil na competição masculina e US$ 125 mil na feminino).

Um time de sete brasileiros vai tentar repetir o feito de Adriano de Souza, o Mineirinho, vencedor da etapa em 2011 diante de um público que lotou a praia da Barra da Tijuca.

Além de Mineirinho, a seleção brasileira conta com expoentes da nova geração como Gabriel Medina e Miguel Pupo, ambos de São Paulo, Alejo Muniz, de Santa Catarina, Jadson André, do Rio Grande do Norte, e os mais experientes Raoni Monteiro (RJ) e Heitor Alves (CE).

Apesar de jogar em casa, o time verde-e-amarelo sabe que não terá vida fácil, pois enfrentará alguns nomes consagrados do esporte como Taj Burrow, Joel Parkinson, Owen Wright, Jordy Smith e o onze vezes campeão mundial Kelly Slater.

Um dos principais responsáveis pela volta do Circuito Mundial ao Rio de Janeiro em 2011, depois de oito anos em Santa Catarina, o prefeito Eduardo Paes comemora a confirmação da cidade como um dos principais destinos esportivos do mundo:

“Ver o Rio de Janeiro de volta ao calendário das grandes competições esportivas no mundo só confirma o ótimo momento que a cidade está vivendo e a nossa vocação para a prática do esporte ao ar livre. Pelo segundo ano consecutivo, as praias cariocas se transformarão no cenário da etapa brasileira do Campeonato Mundial de Surf”, diz Paes.

“Um presente a mais para os cariocas, que poderão assistir de perto ao espetáculo dos campeões do mar e, quem sabe, como no ano passado, aplaudir a conquista de um brasileiro. Que muitos outros Billabong Rio Pro aconteçam em nossas praias. Surfistas e amantes do esporte que é a cara do Rio serão sempre bem-vindos”, completa Paes.

No ano passado, o surf mostrou que realmente tem a cara do Rio. O evento levou mais de 80 mil pessoas à praia e ultrapassou os dois milhões de espectadores na transmissão ao vivo pela internet, além de chegar aos trending topics Brasil do Twitter durante a final masculina.

“Este é o segundo ano da GEO na realização do evento e para nós é um prestígio imenso ter levado a etapa de volta ao Rio de Janeiro em 2011. Novamente será uma grande oportunidade para o público conferir o campeonato com ídolos mundiais e as estrelas brasileiras da modalidade brilhando nas ondas cariocas”, ressalta Leonardo Ganem, presidente da GEO Eventos, realizadora do evento.

Além do Brasil, a Billabong patrocina as mais importantes competições do circuito como as etapas do ASP World Tour de Teahupoo (Tahiti) e Pipeline (Hawaii), que encerra a temporada anual no mês de dezembro.

Além dos 34 surfistas que compõe o ranking da ASP (Associação Profissional de Surf), mais dois nomes competem como convidados do evento. Um deles é Peterson Crisanto, paranaense de 20 anos que venceu uma das etapas do Pro Junior no mês de fevereiro na Austrália e competiu entre os ídolos da elite mundial no Rio Pro de 2011.

A elite feminina está de volta à Cidade Maravilhosa em 2012, no Billabong Girls Rio Pro, quinta etapa do circuito mundial das mulheres, mas com um desfalque sério: a cearense Silvana Lima sofreu uma contusão na Austrália, teve de operar o joelho e ficará longe das ondas por dez meses.

Porém, a catarinense Jacqueline Silva, que ano passado não competiu por estar machucada, desta vez vai lutar pelo título nas ondas cariocas, contra as estrangeiras Stephanie Gilmore, Sally Fitzgibbons, Carissa Moore, campeã no ano passado, Sofia Mulanovich, Courtney Conlogue e Alessa Quizon, havaiana vice-campeã mundial do World Junior e que entra na lista como wild card.

Este ano a competição contará com três sedes para a realização das baterias, sendo a principal na Barra da Tijuca (Postinho) e as outras duas alternativas no Arpoador e no Canto do Recreio, sempre dependendo das ondas e das condições climáticas. O objetivo da organização é proporcionar melhores condições de onda nesta época do ano, garantindo um evento espetacular.

História Apesar de a história registrar que o primeiro brasileiro a ficar em pé sobre uma prancha de surf foi em Santos, o surf como esporte nasceu de verdade no Rio de Janeiro, nas ondas que quebram no Arpoador. Foi ali que surgiu uma primeira geração de surfistas.

Mergulhadores que se arriscavam nas ondas em dia que o mar estava agitado e não era possível sair para pescar, no final da década de 50, começo dos anos 60. Nomes como Jorge Paulo Lemann, Arduíno Colassanti e Jorge Grande fizeram história nos primórdios do surf nacional.

Nos anos 70, o surfe engatinhava rumo à profissionalização, com o surgimento do primeiro Circuito Mundial, em 1976. E o Rio de Janeiro já estava lá, com o histórico Waimea 5000. Mesmo com feras como Reno Abellira, Buzzy Kerbox, Shaun Tomson e Michael Ho, os brasileiros venceram as duas primeiras edições. O inesquecível Pepê Lopes foi campeão em 1976 e Daniel Friedman venceu em 1977. A primeira vitória estrangeira aconteceu no ano seguinte, com o australiano Cheyne Horan.

Até 1982, o Waimea 5000 fez parte do calendário da ASP, mas o Brasil ficou fora do tour por três anos, voltando com uma etapa em Florianópolis. O exílio carioca durou até 1988, quando o circuito inaugurou as ondas da Barra, com a realização do Alternativa Surf International. A presença dos melhores do mundo, como o mito Tom Carroll, parou o trânsito na Barra, que ainda não tinha pista dupla na orla.

De 1988 até 1991, o Rio de Janeiro esteve presente no Circuito Mundial de Surf, ao lado de outras cidades como Florianópolis, Guarujá e Ubatuba. A partir de 1992, a ASP mudou o formato da competição, criou duas divisões e o Brasil passou a contar com apenas uma etapa da elite mundial, o chamado World Championship Tour (WCT), no tradicional ponto da Barra da Tijuca, próximo ao Posto 4.

O público carioca teve o privilégio de ver Kelly Slater conquistar o primeiro de seus dez títulos mundiais, em 1992. Slater mais uma vez, além de Mark Occhilupo e Sunny Garcia, também garantiram o título da temporada nas ondas cariocas.

Em 2001, último ano de disputa no Rio, os dois dias finais de competição aconteceram em pequenas, mas excelentes ondas do Arpoador, com a vitória de Trent Munro. Em 2002, a etapa continuou no Estado do Rio, mas desta vez em Saquarema, de onde partiu para Santa Catarina, Imbituba, onde ficou até 2010.

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