The Board Trader Show

Bruno Alves exibe portfólio

Pódio em Bells Beach, 1986, com Tom Carroll em primeiro e Tom Curren em segundo .

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Pódio em Bells Beach, 1986, com Tom Carroll em primeiro e Tom Curren em segundo. Foto: Bruno Alves.

 

“O Oceano”, nome dado à próxima exposição de artes e fotos da feira The Board Trader Show, que acontece entre os dias 28 e 30 de setembro em São Paulo, foi inspirado na magia única, imensidão infinita e cores sedutoras dos oceanos, que servem como inspiração para as vidas de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Os artistas e fotógrafos que participarão da exposição têm sua vidas conectadas aos oceanos, e lá que buscam suas inspirações, alegrias e energia para suas vidas diárias.

Estamos trazendo um time de peso com nomes conhecidos mundialmente nos meios da fotografia e surf art. Um verdadeiro show de cores, criatividade, técnicas e o mais alto nível de fotos.

Vocês poderão acompanhar por aqui, semanalmente, os perfis de artistas e fotógrafos que estarão na exposição “O Oceano”, durante a The Board Trader Show.

Bruno Alves, natural de São Paulo (SP), nascido em 1960, é formado em Ciências Econômicas pela FMU, mas optou em trabalhar na fotografia como repórter fotográfico e editor de fotografia.

A fotografia começou cedo na sua vida, desde criança, quando com ganhou do seus pais uma Rio 400. Na adolescência, ganhou um Nikon OS III, uma câmera aquática que não possuía fotômetro e o foco era calculado por campo focal, o que fazia que cada foto fosse calculada. Nesse período viajou todo o litoral brasileiro descobrindo praias para surfar e fotografando tudo que encontrava pela frente, desde o Amapá até Santa Catarina.

Em 1983, no último ano de economia, fundou a revista Fluir, assumindo a edição fotográfica da revista e a fotografia. Foi uma transição forçada de fotografia amadora para profissional, e de um quase profissional de economia para um fotógrafo. Fez durante esse período diversas coberturas de eventos de surfe, skate, asa delta, biociclos, ecologia e música.

Viajou o mundo atrás de imagens de ondas, explorando diversos lugares remotos principalmente na América Central, África e Indonésia,  focando mais as imagens aquáticas, que o forçava nadar muito para conseguir uma imagem expressiva, e com isso nadou em diversos oceanos e mares, passando por toda a sorte de dificuldades que esse tipo de fotografia oferece.

Cobriu por quatro anos o circuito mundial de surfe da ASP, na Austrália, EUA, Brasil e principalmente as pernas sul-africanas. Cobriu o primeiro campeonato de surfe In Land na Pensilvânia, em uma piscina de ondas.

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Guarujá (SP). Foto: Bruno Alves.

 

Em 1984, em uma das reportagens da África do Sul, atacou duramente o regime do Apartheid, e com isso foi banido da África do Sul como cidadão não grato, e essa situação perdurou até a eleição do Mandela, quando foi anistiado.

A revista Fluir se tornou nessa época a principal revista de surfe do Brasil e ganhou o prêmio The Best Print Mídia, oferecido no Hawaii pela ASP  (Association of Surf Professional) pela melhor cobertura mundial do circuito de surfe no ano de 1989.

 
Editou, além da Fluir, a revista Skatin, BodyBoarding e foi um dos criadores da revista “Os Caminhos da Terra”. No fim dos anos 80, junto com seus sócios, vendeu os títulos para a editora Azul do grupo Abril, onde foi trabalhar registrado em carteira como fotógrafo e editor de fotos da revista Terra. Foi nesse período que começou a fazer outros tipos de reportagens, cobrindo viagem, aventura, ecologia, meio ambiente, humanismo, e com isso as fotos de surfe começaram a declinar, mas nunca pararam. Viajou o mundo por mais de 50 países, várias possessões pela Antártida e  por muitas partes do Brasil.

Em 1992, saiu da editora Azul e passou a trabalhar em outras áreas para pagar as contas, mas manteve-se também como free lancer de fotografia. Nesse período, fez as viagens mais inusitadas, sendo um colaborados assíduo da revista Marieclaire da editora Globo, Próxima viagem, Viagem e Turismo, e colaborou com outras tantas, como Veja, Icaro, através do seu arquivo que ficava na Reflexo Texto e Fotos. Fez algumas reportagens para Folha de São Paulo, falando sobre viagens de surfe.

Fotografou, a convite da editora de livros de arte DBA e o Banespa, um livro exclusivo sobre o interior de São Paulo, cobrindo a cultura e os costumes sertanejos, com texto de Rolando Boldrin.

Colaborou com dezenas de outros livros, foi convidado a fazer um livro sobre os lixeiros urbanos, intitulado o Rosto e o Resto, pela editora A Books. Teve uma honrosa página dupla publicada no livro Famílias da National Geographic, que homenageava as famílias do mundo, com as melhores fotos de famílias desde a fundação da revista por quase um século.

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Expedição Noronha. Foto: Bruno Alves.

 

Fez reportagens extremamente variadas nesse período, como dormir nas selvas numa tribo de cortadores de cabeça que nunca viu o homem branco, até pegar o trem mais chic do planeta o Rovos Rail que sai da Cape Town indo até o Zimbábue, ou acampar nas savanas de Botswana sob os gritos de hienas e leões ou descer em minas de carvão em plena atividade a ir no melhor hotel de Aspen embaixo da pista de ski.

Nunca foi de participar de concursos, mas por convite do irmão entrou no festival do minuto, e sua foto de uma família que morava debaixo de uma ponte de São Paulo ganhou o primeiro lugar na categoria fotografia, ficando exposta em vários outdoors da cidade com o logotipo do festival.

Ainda nos anos 90, foi convidado pelo Banco Central para fotografar um personagem caipira, que sairia em bico de pena na cédula de 10 reais de plástico, comemorativa dos 500 anos descoberta do Brasil.

No fim dos anos 90, sofreu um acidente que quase lhe custou a vida, numa reportagem na Pororoca do Rio Araguari, quando a onda atingiu sua embarcação e ficou náufrago no meio do rio em baixo de uma chuva torrencial. Esse fato foi foco de reportagem da Terra, e acabou sendo convidado para uma entrevista com o Jô Soares no programa Jô Soares 11:30 no SBT, onde ficou em dois blocos mostrando fotos e falando sobre suas aventuras.

 
Na virada do século, dirigindo uma pick up por 17 mil quilômetros com seus filhos pequenos, foi até o Ushuaia passando pelo oceano Pacífico e depois pelo Atlântico, e de uma viagem de família sem muitas pretensões jornalísticas, acabou virando uma grande reportagem publicada pela Terra com direito a poster folder.

Ainda no final dos anos 90 fundou uma escola de futebol e um clube de Society, e por 11 anos ficou nesse ramo, mas paralelamente continuou viajando e fotografando, nunca parou.

Com o advento da foto digital, deixou de ser super requisitado pelas revistas, pois hoje essa atividade ficou acessível e fácil para todos, inclusive aos redatores, que hoje podem fazer os dois trabalhos, com economia para a editora.

Com esse fenômeno, partiu para fotos de eventos, casamentos, personagens e festas, mas continuou fazendo reportagens com menos intensidade. Recentemente, viajou pela Indonésia com o seu filho para surfar, e a história e fotos dessa viagem será publicada em outubro, na revista “The Surf Journal”, uma edição de surfe de luxo americana que tem sua versão nacional.

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