A história de um vencedor olímpico

Olimpinho pedurando no bico na praia do Moçambique em Florianópolis.

Olimpinho iniciou uma nova vida de vitórias com o longboard. Foto: Rafael Sobral.
Ídolo do surf baiano nos anos 80, Olimpio Batista interropeu sua carreira como surfista profissional devido à falta de investimento no surf da Bahia. Incentivado por amigos, seguiu para o Rio Janeiro para novamente tentar a sorte no surf.

 

Lá, começou a trabalhar e morar numa fábrica de prancha de um conhecido, porém a renda era pouca e Olimpinho mal tinha tempo para surfar, esporte ao qual dedicou a sua vida.

 

Olimpinho voltou a se encontrar como o surf quando começou a trabalhar na escolinha de Rico de Souza. Ali, tinha mais contato com o mar e pôde voltar a treinar.

 

Olimpinho com o sorriso de sempre junto a outro legend baiano Bernado Mussi. Foto: Divulgação.
Baiano carismático, era fácil se encantar com Olimpinho. Várias alunos foram iniciados pelo surfista, até então um shortboarder.

 

Um dos alunos, o empresário Ari  Svartsnaider, começou a ajudá-lo depois de ter aulas particulares com o baiano. Ari insistia que Olimpinho deveria migrar para o pranchão, mas Olimpinho relutou até o dia que foi presenteado pelo mesmo com um longboard e uma viagem para a Costa Rica.

 

Naquele momento iniciava-se uma grande amizade e os primeiros passos de Olimpio

sobre um pranchão. Sua adaptação foi rápida, afinal, Olimpinho era um surfista

de mão cheia.

 

Olimpinho botando para baixo em Playa Hermosa, na Costa Rica. Foto: Renato Lobão.
Ao perceber a evolução e talento de Olimpio, Ari decidiu investir mais na carreira do longboarder. “Olimpinho, tenta obter o visto para os Estados Unidos que nós vamos para o Hawaii no final do ano”, afirmou Ari.

 

Olimpinho estava pronto para realizar o sonho de todo surfista, ir ao Hawaii.

 

“Como um baiano, negro e sem um tostão no bolso vai conseguir um visto para o

Estados Unidos? Mesmo com uma declaração de Ari, como vão acreditar que eu

não vou decidir ficar por lá”, pensou o baiano. Mas contra todas as probabilidades, ele conseguiu o visto.

 

Olimpinho com equipa brazuca em Portugal. Foto: Arquivo pessoal Marcelo Lima.
Olimpinho conseguiu vaga num campeonato local na praia de Haleiwa graças à 

uma desistência. Olimpinho supreendeu vencendo bateria após bateria até

a final.

 

Era clara a vitória do baiano na final, mas o evento terminou sem um

resultado. Divulgaram o resultados e a vitória do mais novo campeão do longboard

apenas 15 dias depois.

 

Retornando ao Brasil, Olimpinho tinha de volta a carreira de surfista profissional, agora como longboarder.

 

Carregado após vitória no Rio Red Bull Longboard International 1999. Foto: Herbert Passos Neto.
Ainda pouco conhecido na modalidade, Olimpinho surpreendeu novamente ao derrotar o tricampeão mundial Colin McPhillips no Red Bull Longboard International 1999, disputado na Barra da Tijuca.

 

Esta vitória rendeu o título de campeão brasileiro de longboard e o dinheiro que faltava para terminar de construir sua casa na praia da Macumba.

 

Casa que acolhia diversos amigos conquistados ao viajar pelo Brasil e o mundo em busca do título mundial de longboard.

 

Olimpinho me contou esta história há sete anos,

Marcelo Freitas, Olimpinho e Rafael Sobral se divertindo no Sega World em Sidney. Foto: Arquivo pessoal.
quando fomos para o mundial da Austrália. Achava o relato tão bom que não queria contá-lo rapidamente.

 

Combinei então que escreveria quando chegasse ao Brasil. Fiz dois filmes com o baiano e, pela correria do dia-a-dia, nunca pude escrever como pretendia. Infelizmente, chegou o deadline.

 

Como para maioria dos amigos, ainda não caiu a ficha da morte dele. Espero que seja vitorioso nesta nova vida como foi aqui, meu amigo baiano.

 

Saiba detalhes da sua morte.

 

Confira galeria de fotos da carreira do campeão

 

Confira abaixo Olipinho em vídeo:

 

Entrevista e barca para Taguaiba (Hang with us)

 

Vitória na Macumba (Petrobras Longboard Classic)

 

Barca para Moçambique (Longboard 2000)

 


 

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