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A luz no fim do tubo de Teahupoo

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A onda de Teahupoo aguarda os melhores surfistas do mundo no Tahiti. Foto: Aleko Stergiou.

A etapa do Tahiti pode ser sonho para uns e pesadelo para outros. A temida bancada de Teahupoo já vitimou e consagrou surfistas talvez na mesma proporção. Rasa, rápida, oca, perfeita, traiçoeira e com somente uma opção: o tubo.

 

Muitos surfistas já declararam não se sentir à vontade naquele lugar. Muitos já boiaram durante toda uma bateria devido às condições casca-grossa que encontraram, ao mesmo tempo que o oponente arrancava notas 10 dos juízes. Ou seja, a atitude conta muito, mas cada um tem o seu limite.

 

É um evento bem diferente do WQS, em que os surfistas podem escolher as etapas que irão correr, onde os cerca de 190 surfistas se confundem em meio aos inscritos, aos resultados, às performances e até ao público nas areias.

 

No WCT a parada é completamente outra, todos são nome e sobrenome, estilos reconhecidos, expectativas, pressão, cobrança, transmissão, alto índice de audiência e muito mais.

 

Interessante ressaltar que os surfistas mais cobrados na coluna da Gold Coast do Torcedor Fanático foram aqueles que mais se esforçaram na etapa de Bells Beach e avançaram alguns rounds. Prova que, por mais ácidas que sejam as críticas, o objetivo é, de certa, forma alcançado.

 

Inversamente ao que dizem os atletas nos bastidores, uma linha crítica nova, como nunca antes fora feita no mundo do surf, a intenção é impulsionar os resultados para cima e não denegrir imagens ou arruinar carreiras.

 

A hora é agora, a exposição é máxima e quem vacilar vai ser analisado, ao mesmo tempo que quem mandar bem tem as glórias merecidas.

 

Quem quer ser top dos tops não pode esperar as etapas onde as ondas são menores e menos perigosas para alcançar algum resultado significativo. Ao contrário, são nessas etapas mais temidas onde os próprios atletas idealizam o tal ?Dream Tour?, tanto é que nas entrevistas de todos os top 5 ao final do ano passado, todos reclamaram do tamanho e qualidade das ondas justamente nessas etapas tão aguardadas. Profissional de atitude gosta de ser coroado no Maracanã com casa cheia com golaço de bicicleta!

 

Mesmo assim, o resultado dos brasileiros num circuito considerado de merrecas foi de médio pra ruim no ano passado. Curioso ou desastroso?

 

Curioso também é constatar que nossa principal esperança nessas etapas não é um top do WCT! Bruno Santos rouba a cena ao entocar fundo e muito fundo nas ondas mais cracas do tour. Seria essa uma prova de que na realidade o WQS não é o melhor parâmetro para escolher quais são os melhores surfistas do mundo para o circuito da primeira divisão?

 

Antes da prova começar meu elogio vai para Heitor Alves que nunca tinha ido para Teahupoo e foi treinar, mas calma aí, como que um top do nível de Heitor nunca tinha remado naquelas águas?

 

Como que seus antigos patrocinadores nunca o mandaram pra lá, já que o objetivo claramente era o WCT? Agora, quando faltavam três semanas para tocar a sirene mandaram o menino pra se familiarizar com as pranchas e com a onda!

 

Como um menino desses entra na água contra um cobra do circuito que sabe até onde é a toca do ouriço na bancada? Esse é um recado para os patrocinadores dos próximos tops que virão nos anos seguintes, mandem os meninos viajar para as ondas do circuito, só assim o trabalho de base tem sentido.

 

E muita vibração positiva para nossos atletas, nada de se esconderem nas desculpas esfarrapadas pois agora não tem mais torcicolo, dores lombares, prancha ruim, juiz duvidoso etc. Tratem-se de esconder atrás da cortina de água, para quem não conhece: muito prazer, a cortina se chama “tubo”!