Felipe Perusin cava forte em uma onda de responsa. Pipeline, Hawaii. Foto: Luis Claudio Duda. |
É isso aí, e com muito orgulho. Como é duro ser bodyboarder, mas ao mesmo tempo, quanto orgulho sinto da minha escolha. Na categoria masculina, existem brasileiros do nível de GT, Paulo Barcellos, Hermano Castro, Boto, Jorge Baggio, Roberto Bruno e Luis Gustavo.
E também uma galera nova: Magno de Oliveira, Felipe Perusin, Guiga, Uri Valadão, Tiago Nurenberg, todos vem pra cá na raça, com uma vontade incrível. Os caras se superam, colocam para baixo, dignificam o esporte e o nome do nosso país, mesmo com pouco ou até nenhum apoio.
Chego a ficar emocionado ao ver Paulo e Hermano sendo, sempre, dois dos melhores seres humanos em Pipeline gigante. Atletas de um esporte sem apoio, marginalizado por empresas que vendem produtos para os praticantes e dão as costas para os que realmente mostram serviço por aqui, principalmente quando o bicho pega.
Hermano Castro é um dos brasileiros com maior know-how no Hawaii. Foto: Luis Claudio Duda. |
Tenho assistido disputas épicas entre nossos heróis e Pipeline. Tenho feito fotos e vejo muita vontade, tanto dos jovens, quanto dos veteranos. Felipe Perusin tem evoluído a cada queda, botando para baixo em bombas de responsa. Maguinho é dono de um grande talento, um dom de surfar aqui. Nasceu para surfar pesado. O baiano Uri tem tudo para ir mais longe, se vier outras vezes.
O Baggio, só vai nas bombas. O cara é doido, caiu no Waimea mais psico que já vi na vida. Tiago é cheio de vontade também. Fabio Sasso é um mito, sujeito carismático, um gênio. Grande parceiro de V-land.
O campeão mundial Paulo Barcellos, se prepara para encarar a roleta russa de Pipeline. Foto: Luis Claudio Duda. |
Em Pipe, é impressionante o número de bodyboarders na água. E fico feliz de ter visto uma nova safra de bodyboarders brasileiros se aventurando por aqui. Um maluco de 16 anos – o Guiga – caindo em mares de responsa. O campeão brasileiro Roberto Bruno foi excepcional, surfando para car… em Pipe, em um dia cabuloso.
O Paulo Barcellos só vai naquelas em que todos não querem ir, pensando que vão morrer. São nessas que ele vai. Se não tiver risco de vida, ele e o Hermano nem remam. Haja anjo da guarda, eu até empresto os meus.
Guiga mostrou coragem no Hawaii, mesmo tendo pouca idade. Foto: Luis Claudio Duda. |
Este tem sido um capítulo à parte. É impressionante como alguns locais têm o coração de pedra. Vou dar um exemplo: imaginem que um desses estressados pode escolher uma onda de 10 pés perfeita, pegar um tubo alucinante, perfeito e, no dia seguinte, brigar e discutir com alguém em um mar de 4 pés, por causa de uma merreca mexida.
Saudades do crowd do Brasil. Espero poder chegar por aí, ainda este ano. Surfar minha querida Paúba, chegar em Itacoatiara, no Sul. E aproveitar um pouco da hospitalidade do crowd do Brasil, um povo alegre, humilde, guerreiro e de bom coração.
O tetracampeão brasileiro Roberto Bruno cheio de disposição em sua segunda temporada havaiana. Foto: Luis Claudio Duda. |
Galera, sintam orgulho do nosso bodyboard, que é o esporte que mais títulos deu ao Brasil até hoje. Não liguem para o que falam dos bodyboarders, lembrem-se que quando rola os mundias amadores, nossos pontos são sempre cruciais para o Brasil ser campeão ou mesmo vice.
Vejo em revistas especializadas alguns frustados que nunca foram ou serão nada conseguindo seus cinco segundos de fama de maneira absurda, com piadinhas sem fundamento. Tenho pena desses figuras, que nunca pegaram ou pegarão um tubo do tamanho da sala. Coitados, vão ficar nas rasgadinhas mesmo.
Um abraço a todos e lembrem-se que o melhor veículo para se passear em tubos “de macho” continua sendo o nosso bom e velho bodyboard…