Brasileiro Profissional

Abrasp reformula circuito

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Brasil Surf Pro passa a se chamar Brasil Tour Super Series em 2012. Foto: Aleko Stergiou.

Depois da perda de seu principal patrocinador, o Circuito Brasileiro Profissional será totalmente reformulado pela Abrasp (Associação Brasileira de Surf Profissional) a partir de 2012.

A disputa já começou no último final de semana, na primeira etapa do Circuito Nordestino Pro vencida pelo pernambucano Halley Batista. Além do sistema de ranking, o formato de baterias também foi alterado para dar maior visibilidade à principal competição do país.


Longe das boas notícias anunciadas no início da temporada de 2010, como premiação recorde de R$ 1 milhão e aumento do número de atletas na elite, o novo formato é uma aposta para o cenário do mercado e terá que provar-se na prática durante este ano.


Agora o sistema de ranking passa a ser unificado e as competições regionais valem pontos para o campeonato. A Abrasp também visa melhorar algumas questões como transmissões via internet e formato de disputa (no qual o competidor entra no mar pelo menos duas vezes).

O antigo Brasil Surf Pro e o Brasil Tour, primeira e segunda divisão da elite nacional, foram extintos e agora os eventos organizados pela entidade passam a ser chamados de Brasil Tour Top 100 e Brasil Tour Super Series.

Marcelo Andrade, diretor-executivo da Abrasp, esteve na redação do Waves na última terça-feira para esclarecer as principais mudanças do circuito. O dirigente ainda afirmou que cada etapa terá um patrocinador próprio, e busca apoio financeiro para realizar as etapas do Brasil Tour Super Series.

Qual o principal motivo desta mudança?

Nossos principais patrocinadores já tinham nos alertado sobre a dificuldade de orçamento para aprovar as cinco etapas para este ano. O valor era muito alto e eles afirmaram que está difícil para o mercado. Com esse novo formato, os patrocinadores têm mais opções propostas e podem ajustar os orçamentos da maneira que convêm a eles. Desta forma esperamos atrair outros patrocinadores.

Quantas provas terão na divisão de acesso e no Super Series? Quais estão confirmadas?

Temos algumas provas fechadas no Nordeste, em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, e outras em negociação. Temos 14 provas já confirmadas para este ano, entre regionais e Top 100, nossa expectativa é que esse número fique entre 15 e 20, já que normalmente confirmamos etapas durante o ano.

Com este novo formato, dificulta ou facilita o ingresso de novos nomes na elite nacional?

No final vai facilitar. Os atletas que se destacarem terão mais possibilidades e entrar no tour. A partir de 2013, isso vai ficar melhor ainda. Além dos 30 primeiros que se classificam no final de 2012 teremos mais 24 vagas para serem preenchidas com atletas que estiverem bem no ranking atual. Por isso é importante que os competidores compareçam ao máximo de etapas possíveis.

Quais são os principais benefícios do novo formato?

O beneficio é que poderemos ter vários investidores e eles podem escolhes onde vão fazer o campeonato, quanto vão gastar dependendo da premiação, a época que eles querem fazer e principalmente ter a possibilidade de fazer uma transmissão de internet melhor, pois há algum tempo estamos constatando que as transmissões de internet não estão muito boas e isso é muito negativo para o tour.

 

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Marcelo Andrade comenta mudanças no circuito. Foto: Lucas Conejero.

Confira as principais mudanças no Circuito Brasileiro Profissional 2012

 

Ranking Em 2012 haverá apenas um ranking para os homens e outro para as mulheres, sem primeira e segunda divisão como no ano passado.

Status A partir deste ano haverá três níveis de evento para circuito brasileiro masculino – BR Tour Regionais, Brasil Tour Top 100 e Brasil Tour Super Series; e dois para o feminino – Brasil Tour Open e Brasil Tour Super Series.

Divisão de acesso O extinto Brasil Tour, como eram chamados os eventos de acesso, deu lugar a dois tipos de eventos com status diferenciado, o BR Tour Regional e o Brasil Tour Top 100.

No BR Tour Regional a premiação oferecida deve estar entre R$ 20 mil e R$ 40 mil e destinar entre 1.000 e 2.000 pontos ao campeão, de acordo com o valor da premiação da etapa.

Nos eventos com status Brasil Tour Top 100, considerados Prime, as disputas destinam entre R$ 60 mil e R$ 80 mil como premiação, além de uma pontuação entre 3.000 e 4.000 pontos. Nesta categoria as disputas contam com 96 atletas. Estarão com vaga garantida os 52 classificados pelo ranking de 2011, os 38 melhores do ranking de 2012, além de seis convidados.

Já entre as mulheres, a divisão de acesso é chamada de Brasil Tour Open. As etapas contam com premiação entre R$ 15 mil e R$ 30 mil e pontuação entre 1.000 e 2.500. Nestas etapas 32 atletas brigam pelo título.

Elite nacional A partir de 2012 a elite nacional é chamada de Brasil Tour Super Series e não mais de Brasil Surf Pro.

As premiações das etapas variam entre R$ 120 mil e R$ 200 mil e oferecem aos competidores entre 6.000 e 10.000 pontos, também de acordo com o valor da premiação.

Participam destas etapas 64 atletas, sete campeões estaduais de 2011, 15 classificados pelo Brasil Tour de 2011, os 30 melhores do ranking Brasil Surf Pro 2011, além de seis vagas para convidados e seis para os melhores atletas do ranking brasileiro vigente, as chamadas vagas móveis.

Nas disputas da elite feminina, também chamadas Brasil Tour Super Series, são destinados aos competidores R$ 40 mil e R$ 60 mil como premiação e oferecidos entre 3.000 e 5.000 pontos. Estas disputas contam com 16 atletas.

Formato As disputas do Brasil Tour Super Series terão um formato diferenciado. Apenas a melhor nota dos atletas será computada e o tempo de bateria varia entre 15, 20 ou 25 minutos, de acordo com as condições do mar.

Na elite masculina os 64 competidores são divididos em 16 baterias de quatro atletas. O primeiro round é sem perdedores. Os atletas acumulam pontuação nos dois primeiros embates, sendo que o primeiro colocado conquista 10 pontos, o segundo 7, o terceiro 4 e o quarto 1. Ao somar a nota das duas batalhas, os 32 primeiros seguem para as oitavas-de-final e os outros são eliminados.

Já entre as mulheres existem dois formatos. O primeiro quando não há disputas masculinas no evento e no segundo quando há disputas masculinas na etapa.

Na primeira, as 16 surfistas são divididas em quatro baterias de quatro atletas. As duas primeiras baterias são sem perdedoras e todas vão para o mar três vezes. Aos somar os pontos dos três embates, as oito melhores surfistas avançam para as semifinais, enquanto as outras voltam para casa.

Já no segundo caso, quando há disputas masculinas na etapa, não haverá fases sem perdedores e a partir da primeira fase as baterias são mulher-a-mulher.

Classificação para 2013 Classificam-se para elite nacional masculina em 2013 os 30 primeiros do ranking de 2012, dez campeões estaduais de 2012, oito convidados, além dos 16 melhores do ranking vigente de 2013.

 

Já entre as mulheres, classificam-se as oito melhores do ranking unificado de 2012, seis melhores do ranking vigente de 2013, além de duas convidadas.