Roberto Perdigão, da ABRASP, e Evandro de Abreu, da Abril: contrato renovado por mais três anos. Foto: Ricardo Macario. |
Os valores não eram os esperados pelo Conselho-Executivo da Entidade, mas foram aceitos devido a atual situação econômica mundial, com todos os esportes também sofrendo um reajuste para menos em suas contas.
Além disso, o SuperSurf terá algumas mudanças e passará a ser aberto para mais surfistas além dos Top 46. Com isso, centenas de outros atletas e principalmente os representantes do país no circuito mundial WCT ganham uma chance de também participar do SuperSurf e, assim, poderem disputar o título brasileiro da temporada.
As novas regras e os formatos a serem utilizados ainda estão sendo definidos, mas o principal foi a confirmação de que o SuperSurf 2003 terá uma premiação total de R$ 300 mil para um mínimo de cinco etapas, além de cinco automóveis no valor mínimo de R$ 20 mil cada.
“Os valores da premiação foram aceitos pelos surfistas em função do atual momento. Porém, incluímos três importantes sugestões para a renovação do contrato, que foram aceitas pela Abril”, ressalta Roberto Perdigão, diretor-executivo da ABRASP.
“A primeira foi a manutenção da categoria Feminino através de uma negociação paralela com patrocinadores afins. Conseguimos também garantir a abertura do SuperSurf para que mais atletas possam competir nas etapas, além da abertura do ranking brasileiro para outros eventos, o que irá valorizar novamente os circuitos regionais. Em função da sua premiação e da pontuação elevada, o SuperSurf continuará sendo o carro-chefe do Circuito Brasileiro de Surfe Profissional. É interesse da ABRASP e de todo o surfe brasileiro mantermos o compromisso de o SuperSurf ser a principal competição do país”, explica Perdigão, representante das decisões do Conselho-Executivo da ABRASP, formado por cinco surfistas e pelas quatro principais entidades estaduais filiadas.
O circuito SuperSurf já se consolidou no cenário nacional e iria fazer falta. Foto: Ricardo Macario. |
“Podemos aplicar vários formatos, inclusive o que deu início ao Circuito Brasileiro, em 87, com os Top 16 estreando no evento principal já em baterias homem-a-homem, com este sistema de disputa preferido pela maioria dos surfistas podendo seguir até a grande final. Vamos tentar escolher o melhor formato para manter o sucesso que o SuperSurf apresentou nestes três primeiros anos. E com certeza ganharemos maior interesse do público e divulgação na mídia com o Circuito sendo aberto, pois todos os melhores surfistas do país poderão participar, inclusive nossos representantes no WCT que hoje não fazem parte do grupo do SuperSurf”, lembrou Klaus.
Depois da comprovada eficácia no Circuito Mundial, a ABRASP aplicou o mesmo formato utilizado desde 92 pela ASP (Association of Surfing Professionals), também implantando duas divisões no Circuito Brasileiro. O Grupo Abril comprou os direitos da disputa principal e criou o SuperSurf, realizando seis etapas nas melhores ondas do país.
Logo em sua primeira edição, no ano 2000, a competição ganhou destaque especial na grande mídia e também nos veículos especializados, com as revistas voltando a realizar uma grande cobertura do Circuito Brasileiro.
Neste ano, a terceira edição do SuperSurf será encerrada nos dias 06 a 10 de novembro na Prainha, Rio de Janeiro (RJ), totalizando R$ 600 mil em prêmios em seis etapas, fora a bolsa especial em dinheiro aos dois primeiros colocados do ranking e as duas Saveiros SuperSurf, série especial da Volkswagen, oferecidas para os campeões brasileiros.
“A Abril ficou muito satisfeita com a renovação, porque acredita na ascensão do surf no Brasil”, disse Evandro Abreu, Gerente de Produto da Unidade Jovem do Grupo Abril, responsável pela produção do SuperSurf.
“Nosso objetivo é continuar com este projeto que ajudamos a criar. O SuperSurf já se transformou num produto valorizado e consolidado no mercado e queremos continuar colaborando e participando junto com a ABRASP e com os surfistas do crescimento deste esporte ainda por muitos anos”, prometeu Evandro.
O atual presidente da ABRASP Pedro Muller endossou os novos valores do acordo. Foto: Divulgação. |
“A renovação foi muito longa e cansativa, mas acredito que foi boa para nós pela situação do país. Também achei superpositiva a abertura do SuperSurf, que vai dar novo ânimo para muitos surfistas que estavam parados por aí. A premiação está bem próxima do que queríamos e o Evandro (da Abril) se esforçou bastante, quebrando a cabeça para poder oferecer o melhor possível”, elogiou o ainda dono do recorde de oito vitórias no Circuito Brasileiro, do qual participa desde a sua fundação, em 87.
“O nosso esporte teve o primeiro boom em 87, que se repetiu com a criação do SuperSurf e, sem dúvidas, seria uma perda enorme para o surfe brasileiro se ficássemos sem esta competição”, concluiu Muller.