Lagoa Surfe Arte

A grande sacada

Julio Adler, Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE) .

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Julio Adler é um dos palestrantes do Lagoa Surfe Arte 2017. Foto: Nilton Baptista.

 

Confirmado entre os dias 10 e 20 de outubro, o Lagoa Surfe Arte 2017 apresenta o documentário “Saca – o Filme de Tiago Pires”, dirigido por Julio Adler, que também é convidado para palestrar durante a semana de programação do evento.

Chegando a sua terceira edição, entre 10 e 20 de outubro, o Lagoa Surfe Arte mantém sua proposta em apresentar ao público uma seleção do que há de melhor na cultura do surfe no Brasil e no mundo.

 

O evento que acontece todos os anos em Florianópolis (SC) vem com um festival de cinema de quatro dias, tornando-o maior festival de audiovisual surfe do país, e um dos maiores da cultura surfe, prestigiando artistas e produtores brasileiros e convidados estrangeiros.
 
Além de ter como destaque o II Festival de Curtas Metragens e uma Vernissage dentro do CIC (Centro Integrado de Cultura), a edição deste ano contará ainda com a Mostra de Longas Metragens, exibindo produções inéditas, e uma das películas dentro da programação será “Saca – o Filme de Tiago Pires”, dirigido por Júlio Adler. O filme será exibida no formato première em cinema no Brasil.
 
Além da obra sobre a vida de Tiago Pires, principal surfista português de todos os tempos, Júlio será o palestrante convidado da terceira edição do evento. Aproveitando a oportunidade nós batemos um papo com ele. Confira a entrevista abaixo.
 

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O jornalista ao lado de Tiago Pires, Isabel Corte Real e João Valente na divulgação do filme “Saca – o Filme de Tiago Pires” em Portugal. Foto: Arquivo pessoal.

 

O que você vê de diferente no cinema surfe de hoje comparado com a época em que começou a fazer vídeos e filmes de surfe?
 
Começa pela facilidade dos meios e equipamentos. Hoje é muito mais fácil adquirir e publicar com frequência e qualidade. Naturalmente aumenta também a quantidade de merda no mercado. De resto, continua sendo um nicho de gente apaixonada pelo que faz e ganha quase nenhum dinheiro para sobreviver.
 
Em 2016 você foi jurado do LSA no I Festival de Curtas e tem uma vasta experiência como roteirista e produtor de obras importantes. Qual sua opinião sobre a qualidade das produções brasileiras ligadas ao surfe?
 
Loïc (Wirth) é um diretor extraordinário. De todos loucos que arriscam lançar obras audiovisuais com surfe sem o apoio da indústria de surfwear ou canais pagos, o olhar e a criatividade do Loic está muito distante do resto. Gosto do bom humor do Zanin (Bruno), adoro tudo que a turma da Surfari produz. Admiro a elegância do Pablo Aguiar e Bernardoni (Mickey). Tenho um respeito enorme pelo trabalho do Luciano Burin.
 

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Retrato de Julio. Foto: Harleyson Almeida.

Como você avalia a atual fase do surfe no país? Acha que toda essa visibilidade é positiva para o esporte de maneira geral ou pode atrapalhar em alguns aspectos?
 
Estamos numa época de contradições. Nunca houve tanto dinheiro destinado ao surfe e ao mesmo tempo os surfistas competidores estão completamente abandonados. Excetuando as grandes estrelas, não há projeto significativo que inclua verba, execução, planejamento. O fato da principal revista ter falido e sumido completamente do mercado mostra o quanto a recente exposição pode ser maléfica.
 
Uma de suas últimas produções foi o documentário sobre o Tiago Pires, que será exibido este ano no LSA. O que o público pode esperar desse filme?
 
Difícil falar do próprio filme. É honesto. Conta uma história que é familiar para todos nós. Tom Carroll considera o melhor documento sobre um surfista no tour, isso tem um grande peso. A trilha sonora é quase toda original, feita exclusiva para o filme pelos virtuosos João Paulo Eliciano e Luis Nunes. Tivemos ainda a sorte e a felicidade de contar com o baterista do Sonic Youth em 3 faixas.
 
Sobre o Lagoa Surfe Arte O festival Lagoa Surfe Arte tem como grande objetivo ser vitrine da cultura surfe e promover um encontro entre os amantes do esporte e do estilo de vida.

 

Realizado pela primeira vez em janeiro de 2016, o evento chega à terceira edição como um dos maiores festivais de cultura surfe do Brasil. Idealizado por Fabrício Flores, creative shaper das alternativas pranchas Sea Cookies Handshapes, o evento vem crescendo e ganhando reconhecimento a cada edição.
 
Em outubro de 2016, o LSA apresentou seu formato anual com mais dias de programação e entrou para o calendário da cidade. Além das exposições de obras de artistas catarinenses e estrangeiros, o público que comparece ao LSA pode participar das palestras, mesas-redondas e cursos, ver e votar nos melhores filmes do Festival de Curtas e tem a oportunidade de assistir filmes inéditos na tela do cinema.

 

O conteúdo da programação cria momentos únicos e aproximação com lendas vivas, como o que aconteceu com a ilustre participação do Tito Rosemberg, uma referência para os aventureiros, mochileiros e surfistas e que encabeça a crescente lista de palestrantes do LSA. O evento reune surfistas e não-surfistas, todos os apaixonados pelo belo e pela arte. Existe muito conteúdo de qualidade dentro do universo do surfe e o Lagoa Surfe Arte é onde tudo se encontra.
 
Para saber mais, acesse o site Lagoa Surfe Arte.

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