O ISA World Masters Surfing Championship foi encerrado em ondas perfeitas com cerca de 1,5 metros e muito sol em Punta Rocas, Peru. O evento é o único torneio mundial para maiores de 35 anos.
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Além de vencer três das quatro categorias em disputa, a equipe sul-africana mostrou muita consistência e um nível elevado de surf, para conquistar também o lugar mais alto do pódio na disputa por equipes, assim como no ano anterior. Dos oito participantes sul-africanos, cinco chegaram às finais.
A Austrália também brigou forte pela disputa de equipes, mas acabou ficando em segundo lugar, seguida do Brasil que ficou em terceiro.
A primeira categoria a ser decidida foi a Damas Master, vencida pela favorita sul-africana Heather Clark, que realizou uma excelente campanha durante todo evento. A local Rocío Larrañaga ficou em segundo lugar, a australiana Sandra English em terceiro e a brasileira Briggite Mayer em quarto.
A ex-integrante do WCT se mostrou muito satisfeita ao sair da água. “Me sinto muito feliz, porque quando eu estava no WCT, acho que em 2003, estive muito perto do título mundial, porém não o conquistei. O sonho de todo surfista é ser campeão mundial, seja um título master ou qualquer outro, e hoje eu conquistei meu título mundial. Estou muito contente com a qualidade das ondas, pelo apoio da minha equipe, família e dos locais”, comemora Heather Clark.
Na seqüência veio a decisão da categoria Grand Masters (acima de 40 anos). O defensor do título master, Magoo de la Rosa, travou uma batalha acirrada do começo ao fim contra o australiano Rob Page, que já foi vencedor do Pipe Masters em 1988.
O local Magoo começou bem a bateria e marcou 6.23 em primeira onda. Rob Page deu o troco logo em seguida e marcou 7.33. Na seqüência o peruano marcou 6.77 pontos que foram respondidos com 6.73 por parte do australiano, que o deixou em combinação.
Magoo não conseguiu encontrar a onda que precisava e a cinco minutos do término Rob Page aumentou ainda mais sua pontuação, em uma onda que lhe valeu 7.93 pontos, garantindo assim seu título na categoria. O brasileiro Jojó de Olivença ficou com a terceira colocação e o sul-africano Andre Malherbe com a quarta.
Page saiu da água chorando e emocionado. “Este título significa 30 anos de surf e trabalho duro para mim. Hoje foi o dia. Enfrentei dificuldades para vencer Magoo, que é um grande surfista e meu melhor amigo no Peru, portanto estou muito emocionado. Saí da água chorando porque trabalhei muito para chegar a este lugar, são 30 anos de trabalho”, emciona-se Rob Page.
Os atletas com mais de 50 anos de idade foram pra água em seguida, para decidir o título da categoria Grand Kahunas.
O sul-africano Chris Knutsen dominou a bateria do começo ao fim. Com uma ótima escolha de ondas, Chris surfou apenas as duas ondas que precisava para vencer e marcou 8.17 pontos em cada uma delas. O local Paco del Castilho ficou em segundo lugar, o australiano Frank Hayter em terceiro e o porto-riquenho René González em quarto.
“Quando planejamos vir para cá há dois meses atrás, eu não sabia se deveria competir na categoria Kahunas ou na Grand Kahunas e acabei competindo na categoria nova. Estou muito feliz, isto é muito bom para mim. Quero agradecer a todos minha família pelo apoio que sempre me deram. Este evento me deixa muito contente pela camaradagem que houve durante todo tempo”, explica Chris Knutsen.
Os competidores da categoria Kahunas foram os responsáveis pela decisão do título por equipes, com os sul-africanos Nick Pike e Marc Wright se alternando entre as duas primeiras posições durante toda bateria. Nesta disputa entre amigos, Wright levou a melhor, quando a vinte segundos do término pegou uma boa direita que selou sua vitória. Em terceiro lugar ficou o peruano Jorge Posso e em quarto o australiano Rob Baldwin.
O campeonato foi encerrado com a categoria mais jovem, a Masters (acima de 35 anos), que foi dominada o tempo todo pelo porto-riquenho campeão e defensor do título Juan Ashton, que apresentou seu surf sólido, sempre atacando o lip e cavando com estilo.
Ashton surfou três ondas na final e suas melhores notas foram 8.83 e 8.67 pontos, além de descartar um 7.93, para deixar o bicampeão brasileiro Ricardo Toledo com a segunda colocação. Rob Page, que competiu em duas categorias, ficou em segundo, e seu compatriota Jay Sharpe em quarto. Com a vitória, Ashton sagrou-se o primeiro bicampeão da história na categoria Masters.
Ao sair da água, o porto-riquenho pegou a bandeira de seu país para comemorar com a galera. “Desta foi muito mais difícil que meu título anterior. Estou muito gripado e estive de cama nos últimos dias, portanto tive que poupar energia e dar o melhor de mim nas poucas ondas que peguei. Me sinto incrível (risos)”, vibra Juan Ashton.
O presidente da ISA Fernando Aguerre encerrou o evento com agradecimentos. “Agradeço ao povo peruano e a Federação por ter nos recebido de braços abertos. Os 150 visitantes partem com a fraternidade peruana estampada em seus corações. A famosa fonte da juventude está mais perto do que pensamos: são as ondas do mundo. Não deixamos de surfar porque ficamos velhos, mas ficamos velhos porque deixamos de surfar”, encerra Aguerre.
A segunda edição do anual ISA World Masters Surfing Championship não poderia ter encerrado de forma melhor, com música ao vivo e todas equipes reunidas em uma grande festa na praia, com espírito de camaradagem entre os 17 países participantes.
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Resultados do ISA World Masters Surfing Championship 2008
Equipes
1 África do Sul
2 Austrália
3 Brasil
4 Peru
5 Puerto Rico
Masters
1 Juan Ashton (Prc)
2 Ricardo Toledo (Bra)
3 Rob Page (Aus)
4 Jay Sharpe (Aus)
Grand Masters
1 Rob Page (Aus)
2 Magoo de la Rosa (Per)
3 Jojó de Olivença (Bra)
4 Andre Malherbe (Afr)
Kahunas
1 Marc Wright (Afr)
2 Nick Pike (Afr)
3 Jorge Posso (Per)
4 Rod Baldwin (Aus)
Grand Kahunas
1 Chris Knutsen (Afr)
2 Paco del Castillo (Per)
3 Frank Hayter (Aus)
4 René González (Prc)
Feminino Masters
1 Heather Clark (Afr)
2 Rocío Larrañaga (Per)
3 Sandra English (Aus)
4 Brigitte Mayer (Bra)