Muito se fala das ondas de Lobitos. O que mais eu ouço sobre o lugar são histórias das esquerdas lindas e solitárias que quebram na área petrolífera do Norte do Peru.
É claro que não há dúvidas sobre a qualidade da onda, principalmente em Lobitos. O pico recebe melhor as ondulações de Sul e Sudoeste no outono / inverno e de Norte no verão. É uma extensa parede, tanto para experientes ou iniciantes.
Porém, há alguns anos o lugar deixou de ser esse sonho quebrando sem nenhum surfista. Em uma parceria com o free surfer Lucas Medeiros de Paula, pude comprovar isso agora em julho, quando no início da manhã e no final da tarde o outside ficava intransitável, com mais de 50 surfistas. A alternativa – adotada por muitos brasileiros como nós – foi cair nos picos ao lado, como Piscinas, Baterias e Mancora.
A comunidade, sempre hospitaleira, está preocupada com os rumores de que estrangeiros pretendem comprar Lobitos para construir condomínios de luxo e centros comerciais. O plano da de uma empresa dedicada a atrair investimentos estrangeiros e nacionais está previsto para ser implementado ainda neste ano.
Mesmo com o desenvolvimento recente na pequena vila, as ruelas vazias e casas abandonadas pelos ingleses – depois da tomada do poder pelo governo peruano – dão um certo ar de cidade fantasma. O que junto à fauna e flora local vira um cenário perfeito para qualquer cinegrafista e surfista.
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Foto de capa Paulo Camargo