Coluna do Doc

Água de coco e doença de Chagas: nada a ver

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São infundados os boatos de que a água de coco em Caraguatatuba estão contaminados.. Foto: Emilío Campi.
Recentemente uma notícia circulou pela internet com o título “Litoral Paulista em Alerta”, e dizia da possibilidade de que cocos vindos daquela região poderiam estar contaminados por um agente infeccioso chamado Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas.

 

Muitas pessoas me ligaram apavoradas com a possibilidade de ter contraído uma doença que até então não tem tratamento e torna o coração progressivamente insuficiente.

 

Fui atrás das informações e elas parecem não passar de boatos, a começar pelo nome Mario Brandão de Lima Neto – não há  registro no Conselho Regional de Medicina com este nome ( caso ele exista, por favor entrar em contato) e o jornal eletrônico chamado Litoral Virtual.com.br, que faz a cobertura do litoral paulista, foi consultado e eles responderam o seguinte:

 

“O setor de zoonoses da Prefeitura Municipal de Caraguatatuba vem esclarecer que a matéria “Litoral Paulista em Alerta”, veiculada na internet através de mensagens de correio eletrônico, que fala sobre um possível risco de contágio de Doença de Chagas pelo consumo de água de coco não contém dados verdadeiros. O município de Caraguatatuba não registra nenhum caso novo dessa doença desde o ano de 2000. A matéria cita como fonte de informação o jornal Folha de S. Paulo do dia 27 de julho de 2003, que não confirma ter publicado tal notícia”.

 

Outro dado que o texto possui é de que “os coqueiro têm baixa imunidade”. Neste caso, o chefe da seção de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, biólogo Ricardo Souza, esclarece que os coqueiros pertencem ao reino vegetal e, portanto, não dispõem de sistema imunológico.

 

Segundo ele, até o momento, não existe nenhuma relação entre a doença de Chagas e a água de coco, pois essa enfermidade é adquirida pela picada de um inseto conhecido como Barbeiro.

 

Assim, galera, é pouco provável que a ingestão daquele coco gelado à beira-mar vá fazer mal.