Burleigh Pro

Alejo segue soberano

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Mick Fanning é o carrasco de Caio Ibelli na quinta fase do evento. Foto: Divulgação / ASP.

Marco Fernandez avança mais uma fase em Burleigh. Foto: Ed Amorim.

Alejo Muniz faz campanha arrasadora. Foto: Ed Amorim.

A sexta-feira começou chuvosa em Burleigh Heads, Gold Coast, mas com ondas consistentes de até 1 metro e excelente formação quebrando sem parar durante todo o dia no Breaka Burleigh Pro, evento de nível 4 estrelas do WQS.

 

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A fase dos 32 começou com um balde de água fria do jovem talento de Sunshine Coast, o novato Jack Duggan, que não tomou conhecimento dos tops da elite e surfou como se estivesse no free surf entre amigos.

Bede Durbidge conseguiu virar no finalzinho da bateria, mas o garoto deixou Kieren Perrow e Jay Thompson chupando dedo, em terceiro e quarto consecutivamente.

Sua mãe, Susi, não sabia se ria ou se chorava de tão emocionada ao lado da turma de brasileiros. “Ele passou, ele passou… Meu Deus, ele conseguiu”, foram suas palavras depois da vitória.
 
A segunda bateria tinha brasileiro na água. Marco Fernandez começou meio tímido na bateria. “Estava difícil encontrar a certa, mas quando ela veio eu já sabia o que fazer”, comentou.

De repente, o tempero baiano começou a subir à cabeça e ele mostrou por que é considerado um dos destaques brasileiros da nova geração. Imprimiu seu ritmo e, em um disputa bem acirrada, garantiu-se no próximo round na segunda posição, atrás do neozelandês Richard Christie. Desta vez, os donos da casa Lincoln Taylor e John Cummings ficaram de fora da festa.

Na bateria seguinte, os aussies deram o troco, com Mitch Crews primeiro e Ryan Callinan em segundo. Eles acharam todas as melhores ondas da bateria, para desespero de Santiago Muniz, que vinha fazendo uma ótima estreia na Gold Coast, mas acabou em terceiro nesta disputa. “Agora eu sei por que ninguém que mora aqui quer voltar ao Brasil. Essas ondas são demais”, comentava antes da bateria.

Ele começou muito bem, com a melhor nota da primeira parte da bateria, mas não conseguiu manter o ritmo e, numa sequência de ondas mal escolhidas, não conseguiu tirar mais nenhuma carta da manga, para tristeza geral, já que ele vinha dando um show à parte de surf contemporâneo.

Na última posição ficou o francês Maxime Huscenot. Mick Fanning, de Kirra, era mais uma vez o destaque mais esperado do dia, na quarta bateria. Por pouco o número 3 do mundo não deixa o evento antes do previsto. Na última onda, pintou a estrela e ele conseguiu a virada, garantindo a primeira colocação. “Essa pressão faz bem pra mim, ajuda a treinar minha mente. Estou aqui para me afiar e curtir as ondas, então está tudo bem”, comenta o bicampeão.

Quem também carimbou o passaporte para a próxima fase foi Adam Melling. O australiano viu a vitória sobre Fanning escorrer pelos dedos. “O importante é passar; vitória quero só na final”, soltou Adam. Matt Banting foi o terceiro e o brasileiro Caio Ibelli, campeão da última etapa, na China, amargou a quarta posição. Ele não começou bem, e quando achou a primeira boa nota já não tinha mais tempo para nada. Infelizmente, porque moral pra virar o jogo ele tinha, surf no pé nem se fala.

A bateria quinta bateria foi marcada mais uma vez pela excelente performance de Owen Wright, que despontou diante de seus oponentes, mostrando os degraus da elite mundial e confirmando seu favoritismo. “Estou pronto para esta temporada e com os melhores equipamentos que já tive”, disparou Owen, em mais uma dobradinha australiana, com Davey Cathels em segundo. O neozelandês Billy Stairmand ficou em terceiro e o francês Joan Duru foi quarto.

A sexta bateria começou com um show de aéreos de Brent Dorrington, que venceu e vem sendo apontado como um dos favoritos nessas condições do mar. A segunda vaga foi conquistada pelo português Frederico Morais, e o dono das melhores notas e somatórios do dia anterior, Daniel Ross, deu adeus ao evento em terceiro, tendo outro australiano Nick Vasicek, em quarto.
 
Na água, a sétima bateria. A novíssima geração do surf australiano botou pressão em uma bateria 100% aussie. Thomas Woods foi o melhor, Cooper Chapman o segundo, deixando Stuart Kennedy e Matt Wilkinson em terceiro e quarto, consecutivamente.

Enfim, chega a oitava e última bateria do dia e o catarinense Alejo Muniz não economizou no repertório. Já na primeira onda, 9.00 pontos: uma onda muito bem surfada, com manobras limpas, diversificadas e muita potência. Os juízes adoraram…

Sentou e ficou esperando por mais uma boa onda, a fim de complicar as chances dos outros competidores. Ela veio e mais uma vez Alejo não hesitou, e com 8.83, além de vencer a bateria, já tinha também o maior somatório do dia: 17.83 em 20 possíveis.