Altas ondas esquentam Pro Júnior

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Mesmo com a vaga garantida para a disputa final na Austrália, Mineirinho faz questão de disputar o evento. Foto: Ivan Storti / FMA.
Com previsão de ondas grandes e os melhores atletas da nova geração do surf nacional, o show de surf está praticamente garantido na primeira seletiva do Billabong Pro Junior, que começa nesta quinta-feira (30/9).

 

Esta é a sétima edição do evento, que conta com duas etapas no Brasil e define o time da América do Sul para o Mundial Profissional Sub-20, além dos títulos sul-americano e brasileiro da categoria.

 

Todos os principais nomes do Brasil com até 20 anos de idade estarão na disputa, que já está mais do que consagrada como uma ?ponte? para o início promissor na carreira profissional.

 

O grande destaque, sem dúvida, é o paulista Adriano de Souza, o Mineirinho, que conquistou o título mundial da categoria no início de janeiro na Austrália.

 

Outros nomes fortes são os catarinenses Willian Cardoso, Jean da Silva e Thiago Bianchini, o cearense Pablo Paulino, os cariocas Simão Romão e Leandro Bastos e os também paulistas David do Carmo, Heitor Pereira, Hizunomê Bettero, Edgley Santos e Júnior Faria.

 

As disputas seguem até sábado (2/10), para que os atletas tenham condições de retornar às suas casas e votar nas eleições municipais.

 

?Estamos trabalhando com a nova geração, o futuro e hoje o país necessita de uma participação, uma consciência dos jovens. Não poderíamos atrapalhar esse momento tão importante em todo o Brasil?, afirma o diretor-técnico do evento, Daniel Friedmann, um dos pioneiros do Brasil no surf profissional.

 

Os melhores da etapa dividem uma premiação de US$ 5 mil, sendo US$ 1,8 mil para o vencedor. O competidores terão mais dois prêmios extras, a ?Kyw Surf Best Wave?, com US$ 200 para o dono da maior nota do evento e o ?Von Zipper Air Show?, uma bateria especial antes da final no sábado, valendo só o aéreo, a manobra mais radical do surf moderno, com R$ 800 para quem voar mais alto.

 

Vale destacar que o campeão do ranking ganha uma passagem aérea para a Austrália, facilitando a sua participação no Mundial.

 

A animação é total. ?A previsão é de mar grande. Vai ser show. Ainda mais que vai ser na Joaca?, afirma Mineirinho referindo-se à praia da Joaquina, um dos ?templos? do surf brasileiro e que já foi palco de eventos históricos da modalidade. Com um aproveitamento acima da média, o campeão mundial chega como grande cotado.

 

No Brasil ele disputou quatro eventos profissionais, chegou à final de todos, vencendo três. No exterior, também fez o nome. Depois de conquistar o título, venceu o Billabong Pro Teen, também na Austrália, o Lost Pro Júnior em Huntington Beach, nos Estados Unidos, foi vice em mais uma disputa australiana sub-20, o Brothers Neilson e chegou à semifinal no WQS 6 estrelas (pontuação máxima), nas Ilhas Maldivas.

 

?Já estou classificado para o Mundial, mas estou indo com o maior gás para Floripa, porque esse campeonato é um grande estímulo à nova geração?, disse o surfista de Guarujá, durante a solenidade do Dia do Surf, realizado na Assembléia Legislativa de SP, onde faturou os prêmios de Revelação e Surfista do Ano, prêmio criado pelo deputado Alberto Turco Loco e que reuniu os principais empresários do segmento e toda a mídia especializada.

 

Outro surfista animado é Jean da Silva. O surfista de São Francisco do Sul também faturou um título importante no exterior, o Nokia Pro Júnior, em Lacanau, na França. Vale lembrar que Jean iniciou a carreira profissional justamente no Billabong Pro Júnior em 2002, quando faturou a vitória na Ilha do Mel (PR). Também merece destaque Willian Cardoso, que está iniciando como profissional este semestre.

 

Aos 18 anos, foi liberado para competir como amador e faturou o título brasileiro Júnior, garantindo vaga para o Mundial da ISA no Tahiti, em dezembro. No ano passado, ele foi vice-campeão mundial da ISA na África do Sul e aparecia como um dos cotados no Billabong Pro Júnior, mas não competiu por falta de patrocínio.

 

?Eu estava sem grana. Agora, quero garantir minha vaga. O Mundial Pro Júnior é um impulso muito grande, reconhecimento e agora que tenho patrocínio bom vou competir com o foco total?, afirma o surfista de Balneário Camboriú, que faz parte da equipe Billabong.

 

O Mundial Pro Júnior foi criado pela Association of Surfing Professionals (ASP), entidade que comanda o surf profissional, em 1998, com o objetivo de estabelecer uma estrutura para os novos talentos.

 

Só para ter uma idéia, o primeiro campeão mundial, em 1998, foi o havaiano Andy Irons, hoje atual bicampeão e líder nesta temporada do WCT. Até agora foram cinco títulos mundiais, com o Brasil levando dois – em 2000, com Pedro Henrique, no Hawaii, e no início do ano com Mineirinho.