Palavra do editor

Análise pré Brasileiro de SUP Wave

Análise pré Brasileiro de SUP Wave.

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Análise pré Brasileiro de SUP Wave. Foto: Reprodução.

 

Após meses de espera, finalmente o Circuito Brasileiro de SUP Wave receberá sua primeira etapa – graças à coragem de empresários dispostos a apoiar a modalidade em tempos de crise e ao empenho da CBSUP.

Entre os dias 25 ao 28 de agosto, a Praia Mole, em Florianópolis (SC), receberá os maiores nomes do Brasil na modalidade em busca de precisosos pontos no ranking. Senhoras e senhores, estamos falando do Praia Mole Wave Challege.

Há, ainda, a possibilidade de se realizarem mais duas etapas em 2016. Não é fácil, mas nos bastidores sabemos que há muito empenho para a viabilização dessas provas, uma no sul e outra no sudeste brasileiro. A torcida agora é para que empresários e poder público façam sua parte e contribuam para a viabilização dessas etapas.

Mas, de concreto, por enquanto, temos o Praia Mole Wave Challenge. E o quê esperar dessa competição?

Desde a última etapa em nível nacional, o IWC 2015, realizada em Ibiraquera (SC), novos nomes foram surgindo enquanto outros, evoluindo. É difícil traçar um prognóstico e fazer apostas quando as competições são tão escassas. No entanto, a internet nos oferece uma janela para observarmos o que os atletas têm “aprontado” por ai. Além disso, a primeira etapa do Paulista de SUP Wave, realizada em Ubatuba, no final de julho, já nos dá uma ideia do veremos na Praia Mole. E neste final de semana, em Balneário Camboriú (SC), teremos a primeira etapa do Catarinense de Wave, com a presença de vários tops.

Tenho cá meus favoritos para o Brasileiro de Floripa, mas não ficarei surpreso se um nome inesperado avançar à final. E provavelmente alguém irá dizer que eu deveria ter destacado mais (ou menos) determinado competidor. Normal, não sou nem quero ser dono da verdade, mas, como vejo, acompanho e escrevo sobre as competições de SUP Wave desde a realização da primeira prova nacional, em 2009, além de ter sido competidor, é impossível resistir à tentação de escrever uma lista!

Isso esclarecido, vamos ao meu prognóstico para a primeira etapa do Brasileiro:

MEUS FAVORITOS

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Favoritos. Análise pré Brasileiro de SUP Wave. Foto: Reprodução.

 

Caio Vaz – Atual campeão brasileiro e mundial, viajando direto pra surfar altas ondas. Alguém duvida que ele seja favorito? Pois é, por incrível que pareça, mais de uma vez ouvi nas competições algumas pessoas reclamando que os juízes favorecem o Caio. Meu amigo, quem diz isso provavelmente não vê as baterias do cara. A verdade é uma só: Ele surfa muito e compete melhor ainda. Tem sangue frio. Sabe escolher as ondas certas e arrancar a nota que precisa. Para completar, está no auge de sua forma física e vem direto da Indonésia pra competição. Vai ser difícil segurar o Caio, mas não impossível.

Luiz Diniz – Você conhece o Luiz Diniz? Não? Então, meu amigo, para tudo e assista a esse vídeo. Vou dar minha opinião sobre esse cara: É o melhor SUP surfista do Brasil na atualidade em ondas de fundo de areia. Simples assim. Mas, como em uma competição surfar bem não basta, não dá pra dizer que ele leva a etapa. Mas, que tem muita chance de levar, ah, isso tem!

Wellington Reis – Estilo impecável e muita pressão nas manobras. O Wellington Reis é um cara que, pelo surfe que apresenta, merecia ter vencido uma etapa de Brasileiro há um tempo. Continua surfando acima da média. Talvez falte acreditar um pouco mais me si durante baterias decisivas. Não sei. Em minha opinião foi o melhor surfista ao longo do IWC 2015, mas, na final não se encontrou acabou ficando em quarto. Mesmo assim, continua focado e treinando firme, por isso, ainda é um dos meus favoritos.

Adriano Trinca Ferro – O maior expoente do “Power SUP Surf” brasileiro vai competir em seu estado e terá a torcida a seu favor. O Trinca vem “batendo na trave” há alguns anos. Em 2015 ele quase leva a etapa de Ibiriaquera. Será que chegou a sua vez?

Leco Salazar – Já foi o tempo em que ninguém chegava perto do nível do surfe do Leco. Hoje em dias as coisas estão mais parelhas, mas a qualidade de seu surfe continua impressionante. Nos últimos tempos tem aprimorado sua técnica em manobras progressivas e é exímio competidor. Um título mundial na bagagem e já está há um bom tempo sem vencer uma competição de SUP (sim, em dezembro de 2015 ele venceu o Guarujaense, contra grandes nomes, mas me refiro a competições de nível nacional e mundial, onde ele tem vários títulos). Se chegar a Floripa “com fome de pódio” vai dar trabalho. E acho que ele está com fome…

Ian Vaz – 2016 parece ser o ano do caçula dos Vaz Brothers. Até a prova técnica da primeira etapa do Brasileiro de Race ele venceu! E, recentemete, levou a primeria etapa do Paulista de Wave. No free surfe arrebenta e, a julgar pelo quê estamos vendo esse ano, pegou gosto pela competição.

PERIGOSOS

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Perigosos. Análise pré Brasileiro de SUP Wave. Foto: Reprodução.

 

Carlos Bahia – Divide com o Grillo o título de melhor tube rider do SUP brasileiro, compete muito bem e sabe tirar da cartola a manobra que os juízes pedem. Particularmente acho que o Bahia usa pranchas muito grandes e talvez, por isso, suas manobras não sejam muito progressivas – e esse tipo de manobra é cada vez mais valorizado. No entanto, é um cara perigosíssimo que não deve nunca ser subestimado.

Márcio Grillo – Se o mar subir, poucos podem fazer frente a ele na competição. O Grillo tem mostrado uma disposição e go for it pra encarar bombas de SUP fora do comum. No mundial em Sunset, quando as ondas estavam realmente pesadas, foi um dos destaques.

Lucas Medeiros – É um dos meus SUP surfistas preferidos no free surf, e é bom em qualquer tamanho de onda, mas precisa amadurecer mais sua veia competitiva. Tem muita atitude e se joga em ondas cavernosas. Foi para o Tahiti e deu show em Teahupoo, sendo destaque, inclusive na mídia gringa por conta de sua performance de SUP de nessa temida onda. Sua evolução é constante. Os vídeos e as fotos que ele produz mostram isso. Resta saber se sua estratégia competitiva também evoluiu.

NOVA GERAÇÃO QUE VEM COM FORÇA

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Nova Geração. Análise pré Brasileiro de SUP Wave. Foto: Reprodução.

 

Felippe Gaspar – Dos três expoentes da nova geração, acredito que o Felippe é o que tem mais chances de vencer a competição. E tem chances reais. Em onda de fundo de areia o garoto arrebenta e tem veia de competidor. Difícil ver o Felippe tenso numa bateria. Nesse ponto ele me lembra bastante o Caio Vaz. Descontração, sangue frio e surfe no pé. Uma combinação perigosa!

Kainoa Teixeira – Surfa bem em qualquer tamanho de onda, e se destaca quando o mar sobe. Vai competir em casa e com o apoio da família e dos amigos. Meu palpite é que na Praia Mole Kainoa via conseguir o melhor resultado de sua carreira.

Pedro Bessa – Muita gente fora de SP não conhece o Pedro Bessa. Mas o garoto quebra e está em franca evolução. Além disso, Pedro conta com o apoio total da família e treina ao lado de Felippe Gaspar nas ondas do Guarujá. Seu foco ainda é a categoria Junior, até pela questão da idade, mas tem tudo para surpreender na profissional.

PODEM SURPREENDER

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Olho neles. Análise pré Brasileiro de SUP Wave. Foto: Reprodução.

 

Listo aqui competidores que, em minha opinião, não são favoritos ao título, mas podem surpreender, pois têm surfe no pé e vontade de vencer:

Carlos Martins, Bruno Medeiros, Cristiano Macêdo, Junior Lisboa, Alef Araujo, Evandro Santos, Jeferson Comarú, André Magu, Roberto Vicentin, Wallace Morris, Marcos Vidigal, Maicon Rosa e Kauan Terra (um competidor mirim que ainda irá dar muito o que falar em um futuro não muito distate).

Tem ainda o Eric Miyakawa e o Renato Walderley que dispensam apresentações, no entanto, até o momento, nenhum deles confirmou participação na competição.

E AS MULHERES?

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Girl Power. Análise pré Brasileiro de SUP Wave. Foto: Reprodução.

 

Bem meninas, desculpe por dar mais destaque aos marmanjos, isso não tem relação com a qualidade do surfe de vocês, mas, sim à quantidade de competidores homens que é muito maior. Espero que isso mude em Floripa. Será?

Nicole Pacelli e Aline Adisaka ainda estão a um nível acima das demais competidoras. Certo? Bem, calma, antes de concordar, preciso lhe avisar, amigo leitor, que uma garota de Guarujá, chamada Louisie Frumento irá competir. E ela surfa muito. Seu foco é o surfe de pranchinha, mas isso não a impediu de ser vice-campeã brasileira em 2015, com dois segundos lugares nas provas de Ubatuba e Ibiraquera. Então, pense bem se a briga vai mesmo ficar polarizada entre Aline e Nicole. Acho que não!

Correndo por fora, eu destaco a Angela Bauer, competidora veterana, super experiente e
Madu Lula, outro expoente da nova geração do SUP Wave feminino que está em franca evolução.

Pra encerrar esse texto, quero dizer que, claro, existem outros homens e mulheres surfando muito bem além destes de minha lista. E, o mais interessante, dadas as proporções continentais do Brasil, é bem provável que a gente conheça e se surpreenda com alguns novos nomes roubando a cena. Tomara! Pois ai a coisa fica mais divertida ainda.

 

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Luciano Meneghello é editor chefe e fundador do site SupClub. Foto: Kelly Matos.

 

 

 

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