SuperSurf Internacional

Andino leva o caneco

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Uma decisão norte-americana fechou o SuperSurf Internacional em um dia típico da cidade do litoral norte de São Paulo que faz divisa com o estado do Rio de Janeiro.

 

Com apenas 17 anos de idade, Kolohe Andino faturou o prêmio de US$ 20 mil da vitória na etapa do ASP World 6-Star, neste sábado de muita chuva na praia de Itamambuca.

 

O vice-campeão foi Tanner Gudauskas, 23 anos, que deixou o surfista local Wiggolly Dantas, 21, nas semifinais. O ubatubense dividiu o terceiro lugar com o pernambucano Halley Batista, 25, barrado pelo campeão Kolohe Andino.

 

“Estou muito feliz. Eu imaginava chegar às quartas-de-final aqui, mas não esperava vencer, então estou muito feliz mesmo”, disse Kolohe Andino. “As condições do mar hoje (sábado), infelizmente, ficaram muito difíceis e acredito que tive sorte nas baterias para conseguir pegar boas ondas. Na final, eu comecei bem e depois fiquei administrando a vantagem, até porque não tinha muitas ondas”, disse o campeão.

 

Na primeira onda, Kolohe começou com um aéreo “no hands” e mandou mais uma série de quatro batidas numa boa esquerda. A nota 7,5 recebida foi a maior da bateria final. Tanner respondeu com um aéreo reverse, mas foi só na onda que valeu nota 5.

 

Kolohe não demorou a surfar uma direita que abre bem para ele aplicar uma sequência de batidas e rasgadas até o fim da onda que recebeu um 6,83.

 

Com estas duas notas, a nova sensação do surfe americano estabeleceu o placar da vitória por 14,33 x 11,33 pontos. A decisão do SuperSurf Internacional acabou valendo a 34a posição no ranking que classifica os 32 primeiros para o ASP Dream Tour de 2012.

 

Kolohe Andino ficou com os 3.500 pontos da vitória e Tanner Gudauskas subiu do 42o para o 38o lugar com os 2.640 pontos do vice-campeonato.

 

“É um prazer fazer uma final e dividir um pódio com o Tanner (Gudauskas), que é lá da Califórnia também como eu. É a primeira vez que eu venho aqui para Itamambuca, fiquei esta semana toda na casa do Guigui (Wiggolly Dantas) e até achei que a final seria com ele. Para nós, era improvável uma final americana aqui com tantos brasileiros bons, como o Halley (Batista) que estava se destacando nas ondas de hoje”, disse o filho de um ex-competidor do ASP World Tour, Dino Andino.

 

Para chegar à final, Kolohe passou em segundo lugar no primeiro confronto do dia, quando Halley Batista surfou a melhor onda do sábado – nota 9,10. Depois, o californiano ganhou um duelo direto por vagas para o G-32 do ASP World Ranking contra o paulista Thiago Camarão (41o) nas quartas-de-final.

 

E na semifinal, vingou a derrota sofrida para Halley Batista. Já Tanner despachou dois paulistas nas fases decisivas, Alex Ribeiro nas quartas e Wiggolly Dantas na semifinal.

 

Tanner também ficou feliz com o resultado, apesar de ter ganho só metade do prêmio oferecido para o campeão, US$ 10 mil.

 

“Pena que logo hoje o mar ficou menor e depois que a maré encheu as condições se tornaram mais difíceis ainda”, lamentou Tanner. “Mesmo assim, estou feliz por ter feito a final. Tentei de tudo para vencer, mas não foi possível. Quase todas as ondas fechavam rápido ou não abriam, então parabéns para o Kolohe, que mereceu mesmo a vitória porque surfou as melhores ondas da bateria”.

 

Apenas três estrangeiros chegaram ao sábado decisivo do SuperSurf Internacional, com nove brasileiros. O australiano Mitch Crews foi eliminado por Halley Batista na abertura das quartas, mas ninguém conseguiu parar os dois representantes dos Estados Unidos.

 

Depois de duas grandes apresentações, o cometa Halley do Nordeste não achou as ondas contra Kolohe Andino na primeira semifinal.

 

“Infelizmente o mar baixou para as semifinais e a maré mais cheia dificultou meu posicionamento, mas foi feita a vontade de Deus”, disse Halley Batista. “O terceiro lugar também foi bom pra mim. Deu para subir posições no ranking e agora é buscar mais um bom resultado no Arpoador na semana que vem. Preciso disso pra atingir a meta que é ficar entre os 96 primeiros do ranking neste ano, para poder correr as etapas Prime do ano que vem”, comentou Batista.

 

Depois, mesmo contando com toda a torcida da família que tem um comércio de alimentos em Itamambuca, Wiggolly Dantas não conseguiu impedir uma decisão americana na sua praia.

 

“Não deu, o mar estava muito difícil, eu não consegui pegar as ondas boas no começo e perdi”, lamentou Dantas. “Mas, o terceiro lugar também é um bom resultado. Surfei bem à vontade, em casa, agora tem outros campeonatos importantes até o final do ano e vou treinar bastante para tentar subir ainda mais no ranking”, disse o local.

 

Wiggolly Dantas saiu da 78a para a 64a posição no ranking mundial unificado da ASP, enquanto Halley Batista saltou de 189 para 128 com os 2.080 pontos do terceiro lugar no SuperSurf Internacional, que valeu um prêmio de US$ 5 mil.

 

Derrotados nas quartas, os paulistas Thiago Camarão e Alex Ribeiro, o catarinense Tomas Hermes e o australiano Mitch Crews, receberam US$ 2.850 mil e 1.560 pontos pelo quinto lugar.

 

A “perna brasileira” de fim de ano da ASP South America agora segue para o Rio de Janeiro, onde na terça-feira começa outra etapa com nível 6 estrelas de US$ 145 mil valendo 3.500 pontos no ranking mundial.

 

O Quiksilver Brasil Open of Surfing vai até outro domingo na praia do Arpoador, onde será definido o campeão sul-americano profissional da temporada 2011 no ASP South America Surf Series.

 

Resultado do SuperSurf Internacinal 2011

 

1 Kolohe Andino (EUA)

2 Tanner Gudauskas (EUA)

3 Halley Batista (Bra)
3 Wiggolly Dantas (Bra)

5 Mitch Crews (Aus)
5 Thiago Camarão (Bra)
5 Tomas Hermes (Bra)
5 Alex Ribeiro (Bra)

9 Junior Faria (Bra)
9 Rodrigo Dornelles (Bra)
9 Franklin Serpa (Bra)

9 Jano Belo (Bra)

 

G-32 do ASP World Ranking 2011 depois de 40 etapas

1 Kelly Slater (EUA) – 71.000 pontos
2 Jordy Smith (Afr) – 52.225
3 Owen Wright (Aus) – 50.900
4 Taj Burrow (Aus) – 45.070
5 Julian Wilson (Aus) – 44.156
6 Jeremy Flores (Fra) – 43.950
7 Joel Parkinson (Aus) – 43.457
8 Adriano de Souza (Bra) – 38.450
9 Gabriel Medina (Bra) – 36.620
10 Damien Hobgood (EUA) – 35.820
11 Michel Bourez (Tah) – 35.450
12 Mick Fanning (Aus) – 35.399
13 Alejo Muniz (Bra) – 35.199
14 Adrian Buchan (Aus) – 34.141
15 Josh Kerr (Aus) – 33.999
16 Heitor Alves (Bra) – 31.445
17 Bede Durbidge (Aus) – 29.763
18 Raoni Monteiro (Bra) – 27.845
19 Matt Wilkinson (Aus) – 27.650
20 Jadson André (Bra) – 25.640
21 Miguel Pupo (Bra) – 24.753
22 Patrick Gudauskas (EUA) – 24.270
23 Chris Davidson (Aus) – 23.708
24 Travis Logie (Afr) – 23.117
25 Taylor Knox (EUA) – 24.300
26 Dusty Payne (Haw) – 21.975
27 C. J. Hobgood (EUA) – 21.700
28 Kai Otton (Aus) – 21.650
29 Brett Simpson (EUA) – 21.600
30 Yadin Nicol (Aus) – 21.371
31 Kieren Perrow (Aus) – 20.900
32 Tiago Pires (Por) – 20.516
40 Willian Cardoso (Bra) – 18.393 pontos
41 Thiago Camarão (Bra) – 18.118
42 Jessé Mendes (Bra) – 17.982
49 Junior Faria (Bra) – 14.461
52 Hizunomê Bettero (Bra) – 12.965
58 Leonardo Neves (Bra) – 11.314
64 Wiggolly Dantas (Bra) – 10.379
87 Tomas Hermes (Bra) – 7.504
88 Jano Belo (Bra) – 7.151