Nesta sexta-feira (5/11), “day off” da penúltima etapa do Brasil Surf Pro 2010, o diretor executivo da Abrasp (Associação Brasileiro de Surf Profissional) e economista Marcelo Andrade revela que não tem oposição a um novo mandato à frente da entidade.
Do alto do segundo andar do Hotel Joaquina Beach, de frente para o famoso point catarinense, Andrade fala sobre as eleições bienais da entidade que acontecem neste ano, define o circuito brasileiro profissional como o maior do mundo e comenta sobre a função e os objetivos da Abrasp.
Quais cargos estão em jogo na eleição deste ano?
Nosso conselho se renova de dois em dois anos e tem o seguinte formato: são cinco cadeiras para a categoria Masculino, uma para a categoria Feminino e mais quatro cadeiras destinadas às federações. A diretoria também pode ser substituída – de dois em dois anos – se perder para uma chama de oposição. Normalmente, as chapas concorrem para presidente e vice. Os vencedores escolhem um diretor executivo.
No caso desta eleição, a diretoria sai como situação?
Sim. Existe uma chapa de situação.
Apareceu alguma chapa de oposição?
Até agora ninguém se manifestou. Aceitamos inscrições até o dia 8 de novembro.
Gostaria que falasse um pouco sobre a função da Abrasp…
Buscamos fomentar um calendário anual com eventos de alto nível. Bem ou mal, fazemos o maior circuito profissional do mundo. E não falo somente do Brasil Surf Pro, que por exemplo, dá R$1 milhão em prêmios. Os circuitos regionais, o circuito feminino e os eventos de longboard também são fortes e importantes. Criar ídolos para a nova geração é outro objetivo. Para isso, contamos com o excelente trabalho de base da CBS (Confederação Brasileira de Surf). Enfim, a idéia central é manter um padrão e uma estrutura profissional para os atletas.
Ou seja, a missão da entidade é profissionalizar o surf no Brasil?
Sim, buscamos desenvolver o surf como esporte profissional no Brasil. E todos sabem que ainda não é. Portanto, o mais importante é isso mesmo. Fomentar o surf no território nacional e criar condições para os atletas viverem exclusivamente do esporte.
Quais os planos e projetos da Abrasp para o futuro?
Temos uma estrutura pequena. Tentamos fazer o básico e bem feito. Por exemplo, a Abrasp foi fundada em 1986. Logo, as primeiras gerações de surfistas profissionais já se aposentaram. Muitos tiveram que fazer outra coisa para sobreviver. Deste modo, idealizamos e estamos colocando em prática um projeto para conscientizar os atletas sobre a importância de ter uma previdência privada.
Como você analisa a estrutura atual do surf profissional no Brasil?
A situação econômica do país influencia diretamente no nosso segmento. Sempre que o Brasil cresceu, o surf brasileiro cresceu junto. Em termos de calendário, patrocínio e marcas, o surf nacional não para de se desenvolver. Bom exemplo são mas marcas do Nordeste. Ganharam corpo, investem alto e vão muito bem das pernas. Vale lembrar que o surf, atualmente, está vinculado com saúde e defesa do meio ambiente. Isso atraiu novos patrocinadores e apoiadores, o que é muito importante. Nos últimos anos, o investimento no surf brasileiro aumentou gradativamente. A crise, que pegou firme no hemisfério Norte, não afetou seriamente o mercado brasileiro de surf. Em 2010 o calendário foi forte. Em 2011 a previsão é de um calendário ainda melhor.
Para finalizar, agora que estamos na penúltima etapa, como você avalia a estreia do Brasil Surf Pro no lugar do SuperSurf?
A Abril passou dez anos à frente do circuito (SuperSurf) e somos extremamente gratos pelo que fizeram. Eles elevaram – e muito – o patamar do surf profissional brasileiro. O Brasil Surf Pro é um caminho recente e ainda está em avaliação. Fica difícil falar alguma coisa. À princípio, a Brasil1, nova empresa responsável pelo circuito, se preocupa bastante com a questão social. Acho isso muito interessante. Queremos fazer dos eventos muito mais do que um campeonato de surf.