Andreas Eduardo vence em Camboriú

Andreas Eduardo, Oakley apresenta Sul Nativo Surf Pro 2005, Balneário Camboriú

Andreas Eduardo fatura Oakley apresenta Sul Nativo Surf Pro 2005. Foto: Caio Guedes / Fecasurf.
Só uma apresentação impecável para superar a fortíssima nova geração do surfe catarinense. ?Acordei às cinco e meia da manhã em Piçarras e às seis horas eu já estava aqui, surfando. E vi que aqui na frente estavam rolando boas direitas. Investi neste lugar o dia todo e deu certo?, ensinou Andreas Eduardo, 27 anos, campeão do Oakley apresenta Sul Nativo Surf Pro em Balneário Camboriú.

 

Na bateria decisiva, mostrou experiência para escolher as melhores ondas e garantir o título da segunda etapa do Circuito Profissional da Federação Catarinense de Surf (FECASURF) com uma nota 9 nas boas direitas da praia Central.

 

Thiago Bianchini fica com o vice em Balneário Camboriú. Foto: Caio Guedes / Fecasurf.
Com ela, ainda quebrou os recordes que dois finalistas tinham acabado de atingir ao totalizar 16,83 pontos de 20 possíveis. Numa semifinal emocionante, o jovem Thiago Bianchini, 18 anos, marcou 16,10 pontos e Jean da Silva, 20, recebeu nota 8,9 para superar os experientes Guga Arruda e o campeão gaúcho Marcel Miranda.

 

Bianchini conquistou um brilhante vice-campeonato e Jean manteve a liderança no ranking catarinense, com John Junior, 21, de Balneário Camboriú, completando o pódio na praia Central.

 

Com a vitória no Sul Nativo Surf Pro, Andreas Eduardo assumiu a vice-liderança no ranking e faturou o prêmio máximo de R$ 4 mil. Ele começou muito bem com uma nota 7,83 em sua primeira onda. Em outra boa direita, aumentou a vantagem com um 7,5 em sua quarta apresentação e confirmou o título com uma incrível nota 9,0 em sua melhor onda nas difíceis condições do mar em Camboriú.

 

?Desde 2002 que eu não vencia um campeonato, mas estava sempre correndo atrás?, falou Andreas Eduardo, relembrando sua vitória na etapa do SuperSurf de Ubatuba. ?No ano passado, fiz uma final lá em Saquarema e voltei aos top-16 da ABRASP e o circuito catarinense tem muita coisa em jogo, vale uma vaga no SuperSurf e, principalmente para mim, um convite para disputar a etapa do WCT aqui do Brasil?, destacou o surfista de Piçarras, que também comentou sobre a grande final.

 

?Aqui tem muitos prédios, então você tem que marcar o melhor lugar das ondas por eles e foi isso o que eu fiz. Eu cheguei aqui bem cedo, acordei às cinco e meia da manhã em Piçarras e às seis horas eu já estava aqui surfando, e vi que aqui na frente estavam rolando boas direitas. Investi nesse lugar o dia todo e deu certo. Depois que eu tirei aquele 9, aí fui lá para onde estavam o Jean e o Thiago, porque os moleques sabem dar aéreo, manobrão, então eu não podia dar mole e fui lá impregnar o pico deles para garantir esta vitória, que veio me dar um gás ainda maior pra ir pro SuperSurf nesta semana em Saquarema?.

 

E Andreas não podia bobear mesmo, pois numa semifinal eletrizante os jovens Thiago Bianchini e Jean da Silva foram brilhantes para conseguir barrar o também experiente Guga Arruda numa bateria decidida nos minutos finais. Guga liderou toda a disputa, mas acabou eliminado por décimos de diferença. Bianchini aumentou para 16,10 pontos o recorde do Sul Nativo Surf Pro, depois batido pelo campeão na grande final, Jean da Silva somou 15,57 pontos na sua última onda e Guga marcou 15,03, sendo eliminado junto com o gaúcho Marcel Miranda, outro grande destaque em Balneário Camboriú.

 

?Essa bateria foi irada! Eu e o Jean pegamos altas ondas ali no lado esquerdo e na final fomos para lá de novo, só que o Andreas quebrou as direitas aqui na frente e venceu o campeonato merecidamente?, reconheceu Thiago Bianchini, que só voltou a competir neste ano.

 

Ele conheceu o sucesso muito cedo e se afundou nas drogas. Em 2004, chegou a ser internado numa clinica de recuperação e agora, felizmente, está readquirindo a mesma forma de quando surgiu como uma das maiores revelações do surfe catarinense quando tinha cerca de 15 anos de idade.

 

?Segui um caminho errado, fiquei um ano parado, mas agora estou bem e espero que a galera continue torcendo por mim, me apoiando, porque agora estou com a cabeça boa. O passado serviu de aprendizado e agora é pensar para a frente, no futuro?, falou o surfista que, mesmo muito jovem, pode servir de exemplo para a nova geração.

 

Outro grande exemplo é Jean da Silva, mas este pelo profissionalismo que sempre encarou a profissão como um verdadeiro esportista, sem drogas e com muita dedicação para alcançar seus objetivos. Um deles é ser campeão catarinense para ganhar a vaga na elite nacional do SuperSurf e também o convite da FECASURF para disputar a etapa brasileira do WCT em Santa Catarina.

 

Para isso, voltou correndo da África do Sul para competir no Sul Nativo Surf Pro, graças aos constantes adiamentos por falta de ondas na Praia Central. Todavia, como chegou na última hora, perdeu sua condição de cabeça-de-chave e teve que entrar na primeira fase das triagens, trilhando um caminho bem mais longo nas difíceis ondas de meio metro de altura.

 

?Foi bem mais difícil para mim, mas estou com uma prancha boa para este tipo de mar e eu vim pro Brasil com muita vontade de chegar na final. Consegui competir bem todas as baterias, sempre ou começando bem ou virando no final. E este terceiro lugar foi bom para mim, pois consegui continuar na frente do ranking?, falou Jean da Silva, que subiu no pódio em todas as etapas do circuito catarinense profissional que disputou desde o ano passado.

 

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Com o terceiro lugar na etapa, Jean da Silva assume a liderança do ranking catarinense. Foto: Caio Guedes / Fecasurf.
?Sempre vai ter o dia de cada um. Lá em Garopaba, o Rodrigo Dornelles achou as melhores ondas e aqui o Andreas (Eduardo) também mereceu a vitória. Sei que o meu dia vai chegar e vou continuar trabalhando para isso. Tenho como objetivo ser campeão catarinense neste ano e vou batalhar, apesar de que tem vários surfistas com ótimo nível também querendo. Mas, acredito que tenho condições de vencer?, completou Jean, que já embarca nesta semana para competir nos Estados Unidos.

 

Ele ganhou R$ 1,3 mil pelo terceiro lugar, enquanto o vice-campeão Thiago Bianchini faturou R$ 3 mil e o quarto colocado, John Junior, levou R$ 1,1 mil do total de R$ 15 mil distribuído aos 16 melhores surfistas do Sul Nativo Surf Pro. Apesar de contar com o apoio de toda a torcida, o surfista de Balneário Camboriú não teve muita sorte na escolha das ondas e não conseguiu completar os aéreos que tentou para tirar mais pontos dos juízes.


?Eu arrisquei ficar aqui na frente do palanque, mas as ondas não vieram para mim, o Andreas pegou tudo?, reconheceu John Junior, que não competiu na primeira etapa da temporada em Garopaba por falta de patrocínio. ?Tomara que eu agite algum apoio ou patrocínio com este resultado para continuar minha carreira, pois já fiquei na roubada várias vezes?, lamentou John, que tinha derrotado o campeão Andreas Eduardo duas vezes seguidas, nas quartas-de-final e nas semifinais.

 

Devido às difíceis condições do mar, muitas baterias acabaram definidas por pequenas diferenças que causavam muita reclamação dos atletas. O atual campeão catarinense Diego Rosa foi um dos que mais protestou e alguns juízes reconheceram a injustiça da matemática. ?A onda que ele (Sérgio André) pegou eu deixei passar porque não tinha potencial para tirar 5 pontos e como é que ele tirou se a água quase não passava do meu joelho???.

 

Nessa bateria, Jean da Silva venceu com 12,83 pontos, Sérgio André conseguiu atingir 10,53 com a nota da sua última onda e Diego Rosa foi eliminado com 9,63 pontos.
Dois finalistas da primeira etapa também perderam da mesma maneira. O terceiro colocado, William Cardoso, que é de Balneário Camboriú, ficou de fora porque precisava de 4,97 pontos para superar Andreas Eduardo em sua última onda e recebeu nota 4,67,  com o resultado ficando em 11,07 x 10,77 pontos na primeira quarta-de-final, vencida por John Junior. Já Marco Polo defendia o quarto lugar no ranking e não passou da sua estréia na Praia Central, pois foi superado por 10,23 x 9,74 pontos por Beto Mariano, com o gaúcho Marcel Miranda vencendo mais uma disputa muito acirrada com 10,60 pontos.

 

Agora só faltam duas etapas para definir o campeão do circuito profissional de 2005 da Federação Catarinense de Surf. A próxima está marcada nos dias 23 a 25 de setembro em Florianópolis, faltando ainda definir em qual praia ela será realizada. Mas, a grande final da temporada já foi confirmada para 02 a 04 de dezembro na Prainha de São Francisco do Sul, onde mora o atual líder do ranking, o joinvillense Jean da Silva.

 

Andreas Eduardo é o novo vice-líder, William Cardoso, de Balneário Camboriú, continuou em terceiro e Thiago Bianchini agora aparece em quarto na classificação geral das duas etapas.

 

O Oakley apresenta o Sul Nativo Surf Pro foi mais um evento de sucesso realizado pela FECASURF (Federação Catarinense de Surf), que contou com o patrocínio das lojas Sul Nativo, ?A surf shop da galera?, da Oakley, da Freesurf e da Bully?s, além do apoio da Fundação Municipal de Esportes (FME) da Prefeitura de Balneário Camboriu, Central Station, Hotel Bali e Associação de Surf de Balneário Camboriú (ASBC), com divulgação oficial pela Rede Atlântida FM e boletins ?De Olho no Mar?.

 

Sul Nativo Surf Pro – 2a etapa
 
Ranking Catarinense Profissional
 
1 Jean da Silva (São Fco. do Sul) – 1.590 pontos
2 Andreas Eduardo (Piçarras) – 1.360
3 William Cardoso (Bal. Camboriú) – 1.230
4 Thiago Bianchini (Florianópolis) – 1.180
5 Ricardo Ortiz (Florianópolis) – 1.110
5 Beto Mariano (Florianópolis) – 1.110
7 Marco Polo (Florianópolis) – 1.070
8 Guga Arruda (Florianópolis) – 1.060
9 Tânio Barreto (AL)(Florianópolis) – 1.005
10 Fábio Carvalho (Imbituba) – 1.000
11 Guilherme Ferreira (Florianópolis) – 955
12 Márcio Farney (CE)(Florianópolis) – 915
13 Thiago Machado (Bal. Camboriú) – 860
13 Álvaro Bacana (MA)(Florianópolis) – 860
13 Fabrício Machado (Florianópolis) – 860
16 Roni Ronaldo (Garopaba) – 850
16 Sérgio André (Barra Velha) – 850
16 Rafael Ramos (Florianópolis) – 850

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