Visão dos surfistas no Billabong Pro. Foto: Karen/tostee.com.

O Billabong Pro foi iniciado nesta terça-feira em ótimas ondas de 2 metros em Jeffreys Bay, logo no primeiro dia do prazo de espera do evento, que vai até o dia 23 na África do Sul.

 

Os melhores surfistas do mundo deram um show nas longas direitas de Supertubes, com o bicampeão mundial Andy Irons fazendo a melhor apresentação do dia ao totalizar imbatíveis 16,60 pontos de 20 possíveis em sua estréia na oitava bateria.

 

O defensor do título do Billabong Pro de Jeffreys, Kelly Slater, venceu a disputa seguinte com a terceira maior pontuação: 15,33 pontos. Já os brasileiros decepcionaram, com todos caindo para a repescagem.

 

Neco Padaratz foi o brasileiro que chegou mais próximo de uma vitória, mas terá que disputar a repescagem. Foto: Karen/tostee.com.

O catarinense Neco Padaratz marcou a estréia do Brasil na terceira bateria e foi quem chegou mais perto de uma vitória. Mas, apesar de ter somado o maior número de pontos – 13,00 – entre os brasileiros, acabou superado pelos 14,37 pontos do australiano Joel Parkinson, que ficou de fora das duas últimas etapas – no Tahiti e Fiji – para acompanhar o nascimento da sua primeira filha.

 

Duas baterias depois, o também australiano Mark Occhilupo despachou mais dois brasileiros, o paranaense Peterson Rosa e o baiano Armando Daltro.

 

Na seqüência, veio o show do bicampeão mundial Andy Irons, que estreou com o primeiro recorde do Billabong Pro 2004. Nos dois últimos anos, Irons foi eliminado pelo convidado local Sean Holmes ainda na terceira fase, mas está confiante em conquistar um bom resultado este ano, principalmente depois da vitória no WQS de Durban, no último domingo.

 

Andy Irons estreou com recorde de pontos – 16.60 – na primeira fase do evento. Foto: Tostee/ASP.

“A maldição está terminada”, acredita Andy Irons, que nas duas vezes foi barrado pelo sul-africano Sean Holmes, terceiro colocado na sua bateria desta terça-feira. “Fiquei dois anos na fila e acho que ele terá um duro desafio na repescagem (contra Taylor Knox), assim minha esperança é não ter que enfrentá-lo no terceiro round. Eu não fiz nada diferente e acho somente que não tive sorte nos dois últimos anos aqui”, falou Irons.

 

Na disputa seguinte, o hexacampeão mundial e defensor do título do Billabong Pro, Kelly Slater, passou tranqüilo pelo convidado Ricky Basnett e o brasileiro Victor Ribas. O surfista de 32 anos de idade apresentou uma velocidade incrível para executar as manobras e registrar a segunda maior pontuação do dia até ali, pois seus 15,33 pontos acabaram superados pelos 15,67 pontos marcados pelo australiano Nathan Hedge três baterias depois.

 

Defensor do título do Billabong Pro, Kelly Slater também garantiu vaga na terceira fase. Foto: Karen/tostee.com.

“Eu não consegui pegar as maiores ondas e ainda caí na que era para ter sido a minha melhor onda, mas foi um bom começo. No último ano consegui realizar uma grande campanha aqui competindo só para mim e quero guardar esse sentimento. Acho até que as minhas pranchas estão melhores neste ano, assim nós veremos o que pode acontecer”, falou Slater, que assim como Andy Irons ainda não conquistou nenhuma vitória nas quatro etapas do WCT 2004.

 

Também atrás de uma vitória ou de pelo menos um resultado melhor do que um quinto lugar este ano, correm todos os brasileiros. Mas, vão precisar se superar para atingir esse objetivo em Jeffreys Bay. Depois de Victor Ribas, Guilherme Herdy, Marcelo Nunes e Raoni Monteiro também terminaram em último lugar nas suas baterias e só Paulo Moura ficou em segundo, mas muito distante do vencedor Toby Martin.

 

Os oito já estão escalados na repescagem que deverá ser disputada nesta quarta-feira em Jeffreys Bay. O baiano Armando Daltro será o primeiro a tentar classificação para a terceira fase na quarta bateria contra o australiano Daniel Wills.

 

O Brasil continua na água nos dois confrontos seguintes, com o niteroiense Guilherme Herdy enfrentando o norte-americano Shane Beschen e o pernambucano Paulo Moura pegando o novo líder do WQS, Greg Emslie, da África do Sul.

 

Depois, tem o cabofriense Victor Ribas contra o australiano Chris Davidson na oitava bateria, o carioca Raoni Monteiro contra o californiano Pat O’Connell na nona, o paranaense Peterson Rosa contra o australiano Darren O’Rafferty na 11a, o catarinense Neco Padaratz contra o norte-americano Cory Lopez na 14a e o potiguar Marcelo Nunes pega o australiano Michael Campbell na 15a e penúltima bateria da repescagem.

 

Billabong Pro – primeira fase

 

1 Michael Lowe (Aus) 12.17; Chris Davidson (Aus) 10.0; Michael Campbell (Aus) 7.4
2 Phillip MacDonald (Aus) 13.0; Luke Egan (Aus) 8.33; Eric Rebiere (Fra) 7.9
3 Joel Parkinson (Aus) 14.37; Neco Padaratz (Bra) 13.0; Greg Emslie (Afr) 7.9
4 Luke Hitchings (Aus) 11.67; Taj Burrow (Aus) 11.67; Tim Curran (EUA) 6.4
5 Damien Hobgood (EUA) 14.16; Shane Beschen (EUA) 11.0; Richard Lovett (Aus) 10.47
6 Mark Occhilupo (Aus) 12.67; Armando Daltro (Bra) 8.54; Peterson Rosa (Bra) 8.26
7 Shane Powell (Aus) 11.76; Sunny Garcia (Haw) 11.33; Taylor Knox (EUA) 10.74
8 Andy Irons (Haw) 16.6; Lee Winkler (Aus) 9.2; Sean Holmes (Afr) 8.6
9 Kelly Slater (EUA) 15.33; Ricky Basnett (Afr) 11.33; Victor Ribas (Bra) 8.5
10 CJ Hobgood (EUA) 13.67; Bede Durbidge (Aus) 10.93; Pat O’Connell (EUA) 10.34
11 Dean Morrison (Aus) 14.6; Tom Whitaker (Aus) 14.33; Raoni Monteiro (Bra) 12.5
12 Nathan Hedge (Aus) 15.67; Trent Munro (Aus) 8.6; Bruce Irons (Haw) 5.86
13 Nathan Webster (Aus) 11.53; Daniel Wills (Aus) 11.06; Marcelo Nunes (Bra) 8.03
14 Jake Paterson (Aus) 14.84; Cory Lopez (EUA) 12.5; Darren O’Rafferty (Aus) 8.53
15 Troy Brooks (Aus) 14.1; Kalani Robb (Haw) 11.44; Guilherme Herdy (Bra) 11.0
16 Toby Martin (Aus) 12.24; Paulo Moura (Bra) 9.34; Beau Emerton (Aus) 4.67