Andy Irons está quebrando no Japão. Foto: ASP World Tour / Robbo. |
Nas boas ondas de 1,5 metros de Hebara Beach, Irons primeiro despachou o baiano Armando Daltro. Depois atropelou o californiano Pat O’Connell totalizando 17,17 pontos de 20 possíveis, marca somente abaixo do próximo adversário, o australiano Joel Parkinson, que somou 18,07 pontos em suas duas melhores na terceira fase.
Será uma reedição da final da etapa japonesa do ano passado, vencida pelo bicampeão mundial. E Parkinson foi um dos poucos surfistas que conseguiram derrotar o havaiano neste ano, na semifinal do Rip Curl Pro em Bell’s Beach, na Austrália.
Os dois disputam a segunda quarta-de-final no Japão, com Andy Irons tentando o sexto pódio seguido nesta temporada.
Depois de garantir classificação para o último dia do Quiksilver Pro Japan, o havaiano foi cercado por uma multidão de fãs na praia. “Isto é fantástico. É realmente impressionante ver tantas pessoas assim amarradonas no surfe”, admirou-se Andy Irons, que comentou sobre a sua nota 10 e a revanche contra Joel Parkinson.
“Eu não poderia pedir algo melhor para mim. A onda era muito boa e abriu uma longa parede para várias manobras. Agora tem uma revanche com o Parko. Ele me derrotou em Bell’s Beach neste ano e só espero que amanhã (domingo) as ondas tão boas como hoje”, disse o havaiano.
Certamente será um grande desafio, já que os dois surfistas tiveram as maiores pontuações no Quiksilver Pro Japan. Na primeira apresentação deste sábado, Joel Parkinson abriu a disputa contra o também australiano Nathan Webster com uma nota 8,67.
Depois arrancou um 9,40 para estabelecer a imbatível marca de 18,07 pontos de 20 possíveis. Depois, despachou outro compatriota, Jake Paterson, nas oitavas-de-final, com um placar menos expressivo: 10,83 x 9,17 pontos.
“O oceano é o meu caminho”, filosofou Parkinson. “Ontem (sexta-feira), eu presenciei em Malibu as melhores ondas que já vi no Japão e até fiquei um pouco frustrado por não ter competido lá. Mas, pelo menos as ondas vieram para mim hoje aqui em Hebara e eu pude fazer esta bela apresentação, que me deu o recorde do campeonato até agora”.
Outro grande favorito ao título do Quiksilver Pro Japan, o norte-americano Kelly Slater, também avançou para as quartas-de-final aplicando incríveis aéreos 360 para garantir sua classificação.
Por 13,66 x 11,96 pontos, Slater derrotou o californiano Shane Beschen na terceira fase e por 14,83 x 12,10 pontos despachou o australiano Phillip MacDonald nas oitavas-de-final.
Agora, ele terá pela frente o havaiano Kalani Robb, que derrubou os australianos Michael Lowe e Trent Munro no sábado para completar a terceira quarta-de-final deste domingo no Japão.
A última vaga para as semifinais será disputada pelos gêmeos CJ e Damien Hobgood, que nunca se enfrentaram em baterias homem-a-homem desde que ingressaram na elite mundial do WCT.
“Vai ser emocionante disputar uma bateria com ele”, confessou o campeão mundial de 2001, CJ Hobgood. “Nós quase nos encontramos algumas vezes, mas sempre um de nós era eliminado primeiro”, contou o atual número 3 no ranking mundial do WCT 2004.
Na chave de cima, o adversário do vencedor do confronto entre Andy Irons e Joel Parkinson nas semifinais sai da disputa australiana entre Chris Davidson e Darren O’Rafferty, que derrotou dois grandes ídolos no sábado, os veteranos Mark Occhilupo e Luke Egan.
“Foi fantástico surfar contra Occy e Luke, meus heróis desde quando eu ainda era um iniciante no surfe”, confessou O’Rafferty, que já comemora o seu melhor resultado nesta sua primeira temporada na elite mundial do esporte.
Enquanto australianos, havaianos e norte-americanos seguem para decidir mais um título, o Brasil novamente ficou longe do pódio. Os dois únicos brasileiros que competiram no sábado não passaram das primeiras apresentações nas boas ondas de Hebara Beach.
Com uma nota 8 em sua melhor onda, o californiano Pat O’Connell despachou o pernambucano Paulo Moura por 14,00 x 11,83 pontos. E uma nota 8 também decidiu a vitória do havaiano Andy Irons sobre o baiano Armando Daltro na disputa seguinte, encerrada com o placar de 13,00 x 10,83 pontos.
Com as derrotas, os dois terminaram empatados com o catarinense Neco Padaratz em 17o lugar no Quiksilver Pro, cada um ganhando US$ 4.225 mil de prêmio e 480 pontos.
Os demais brasileiros – Peterson Rosa, Guilherme Herdy, Victor Ribas e Marcelo Nunes – não venceram nenhuma bateria no Japão, mas receberam US$ 3.4 mil e 288 pontos pela participação.
Agora, a esperança é a de que os brasileiros consigam uma melhor apresentação no Boost Mobile Pro, sétima etapa do WCT 2004 a ser disputada entre os dias 10 e 21 em Lower Trestles, Califórnia, EUA.
Quartas-de-final do Quiksilver Pro Japan
1 Chris Davidson (Aus) X Darren O’Rafferty (Aus)
2 Andy Irons (Haw) x Joel Parkinson (Aus)
3 Kelly Slater (EUA) x Kalani Robb (Haw)
4 CJ Hobgood (EUA) x Damien Hobgood (EUA)