Kai Otton

Aposentadoria forçada

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Depois de 10 anos no Tour, Kai Otton, 37 anos, se despede das competições. A “aposentadoria forçada”, como ele define o atual momento, veio depois de o australiano não conseguir a reclassificação para o World Tour 2017.

“É uma aposentadoria forçada. Eu realmente não queria parar. Eu competiria no próximo ano, mas não vou retornar ao QS, então o Pipe Masters provavelmente foi meu último evento”, disse Kai em entrevista à World Surf League, logo depois de ser derrotado – e eliminado no round 3 – pelo norte-americano Kolohe Andino.


“Claro, vou participar de alguns eventos pequenos perto de casa. Sair da minha cama e apenas ir surfar, sair por aí com Taj e pegar alguns tubos”, revelou o australiano.

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No Brasil, mais precisamente em Saquarema, Kai curtiu bons momentos em sua carreira. Foto: Pedro Monteiro / Adding.

O início – Kai Otton nasceu em Tathra, New South Wales, uma pequena cidade costeira situada a 420 km ao sul de Sydney. Começou a surfar aos 12 anos de idade, incentivado pelo pai.

Diferente da maioria dos tops mundiais, Kai não teve uma grande carreira como amador. Começou a competir nos eventos do Qualifying Series somente aos 24 anos, e durante esse período, muitas vezes dormiu dentro de seu carro para conseguir participar das competições.

 

Após anos dividindo sua vida entre os treinos e trabalhos no mercado de surfe para se bancar, em 2006, Otton conquistou uma série de vitórias importantes que lhe garantiram uma vaga na elite.

Em 2007, em sua temporada de estreia, Kai teve um papel importante na decisão do título mundial da temporada, quando derrotou Kelly Slater no Hang Loose Pro, no Brasil, entregando ao amigo Mick Fanning seu primeiro título mundial e adiando temporariamente o novo caneco do norte-americano, hoje 11 vezes campeão mundial. 

 

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Kai Otton encaixado durante a etapa de Teahupoo. Foto: ASP / Will H-S.

Destaque – Amigável e tranquilo, ainda em 2007, aos 28 anos, ele conquistou o título de “Rookie of the Year” (estreante do ano), um dos mais velhos concedidos até hoje.

Disposição – Durante sua jornada no Circuito Mundial, Kai sempre se destacou em condições pesadas e tubulares, como Teahupoo, onda que surfava como poucos.

Em 2011, o australiano foi um dos tops a enfrentar o Code Red, ondulação monstruosa que atingiu o Taiti no dia 27 de agosto durante a etapa do CT, e uma das maiores da história transmitida ao vivo na internet.

 

Vitórias –  Em 2013, Kai Otton conquistou sua primeira e única etapa no Circuito Mundial, em Peniche, Portugal, quando superou na final o californiano Nat Young, que estreava no Tour.

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Kai Otton comemorando sua única vitória no Tour, em Supertubos, Portugal. Foto: © WSL / Kirstin.

Alguns anos antes, em 2011, Kai venceu um Prime (antigo QS 10.000), nas fortes ondas de Itaúna, em Saquarema, no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele superou na final o também top Raoni Monteiro, local do pico.

No ano seguinte, Kai retornou à praia de Itaúna para defender seu posto e alcançou novamente a final, mas acabou superado pelo compatriota Matt Wilkinson.

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Kai Otton em 2011, botando para baixo nas morras de Saquarema (RJ). Foto: Pedro Monteiro / Adding.

Abaixo, Kai se joga com destreza nas lajes secretas da costa leste da Austrália.