Wet Works

Arsenal de foguetes

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Claudio Hennek e Ricardo Martins, grandes shapers da Wet Works durante visita à loja da Star Point de São Paulo (SP). Foto: Juninho.

Na última quinta-feira (1/10), os shapers Ricardo Martins e Cláudio Hennek, da conceituada fábrica de pranchas Wet Works, foram a São Paulo (SP) visitar a loja Star Point no bairro de Moema (SP).

 

O desfalque da noite foi Joca Secco, que também integra o famoso o trio da Wet Works. Ao explicar a ausência de Joca, a dupla fez uma brincadeira.


“Ele não veio porque ficou muito abalado ao sofrer duas derrotas consecutivas para o nosso sócio Lula Menezes no campeonato dos amigos do Arpoador. Brincadeira, ele estava com dores no ouvido”, falou Hennek, mais conhecido como “Alemão”.

 

Representada pelo diretor de conteúdo Alceu Toledo Júnior e o editor Ader Oliveira, a equipe Waves.Terra bateu um papo maneiro com os shapers.

 

Ricardo Martins explica para Ader Oliveira questões importantes do dia-a-dia na oficina. Foto: Juninho.

Qual o motivo dessa passagem de vocês por São Paulo?

 

CH É sempre bom vir, fazer uma manutenção, ouvir o feedback dos vendedores e de nosso representante (Bio) aqui em São Paulo. É bom chegar à loja, ver a reação ao vivo dos clientes. Não é bom ficar só trancado lá no Rio shapeando, tem que vir aqui também dar uma olhada, ver o que está acontecendo.

Vocês são muito procurados por atletas e clientes. Como fazem para atender a tanta gente?

CH Hoje em dia, graças a Deus, com advento da máquina, não é que seja fácil, mas a gente consegue ter um ritmo mais saudável.

 

Claudio Hennek e Josil Mandacaru durante evento na Star Point. Foto: Juninho.

Conseguimos ir ao campeonato, vir aqui observar como está o trabalho dos lojistas, dos representantes. A gente consegue shapear e fazer tudo graças à ajuda da máquina. Conseguimos produzir melhor, com um pouquinho mais de qualidade, e ter tempo para essas coisas extra-shape que são muito importantes.

A máquina foi prejudicial para o trabalho dos back shapers?

CH Não porque ainda há uma parte artesanal muito grande. Mesmo usando uma máquina, você ainda não consegue fazer uma prancha idêntica à outra. Você pode usar o mesmo disquete, o mesmo programa e a prancha ser completamente diferente. Eu vejo isso no dia-a-dia, fazendo pranchas para os meus atletas. Você faz três pranchas com o mesmo disquete, termina as três pranchas, mede tudo direitinho e na água você percebe que é uma lixadinha a mais, um milimetrozinho a mais para perceber que uma não está igual à outra.

O que estão achando da invasão das pranchas estrangeiras ao Brasil?

RM Eu fico mais preocupado com as marcas quando elas não têm uma base forte no Brasil. Realmente ela acaba retirando um pouco do investimento que poderia ser feito aqui no país, principalmente em relação às categorias de base.  Surfistas que precisam de apoio de shapers locais, shapers de qualidade e sem investimento nessa garotada, até para o esporte continuar crescendo. Às vezes, essas marcas muito grandes, por terem uma imagem ligada à grandes atletas, não precisam desse investimento na base.

CH Faz parte da concorrência. Acho que se for uma concorrência feita de forma saudável, a gente está aí batalhando, trabalhando em nosso dia-a-dia também. A concorrência faz todo mundo melhorar. Particularmente, este ano tem sido bem legal pra gente. Até coincidiu com aquela crise da bolsa e, de lá pra cá, a gente engrenou e tem conseguido produzir legal, num ritmo bom, até diferente de outros anos. Às vezes, até por elas (pranchas estrangeiras) terem um preço um pouco mais caro do que a nossa, isso acaba nos favorecendo. O cara olha a prancha assim e fala ‘Pô, é 1500? Tem essa aqui que é pouquinho mais barato e é boa também’.

Às vezes os brasileiros que correm o circuito mundial são criticados por usarem pranchas de nosso país. Falam que as pranchas estrangeiras apresentam uma melhor performance. Isso incomoda vocês?

CH A gente fica chateado, sim. A gente sempre pega essas pranchas que os caras exaltam tanto. Todos os dias tem uma prancha destas lá na fábrica para consertar de alguém que veio de fora ou de algum competidor que está aqui no Brasil. A gente pega, dá uma medida pra ver se tem algo diferente e não tem nada de diferente. Nem o material. A prancha brasileira não tem nada a dever. Acho que a diferença é o trabalho contínuo do shaper com o atleta, seja ele brasileiro ou estrangeiro. O que faz o cara atingir uma boa performance com o equipamento dele é a continuidade, a troca de informações. Acho bom às vezes o cara experimentar outras pranchas, trazer ao shaper dele um feedback e dizer: ‘Essa medida ficou legal, essa curva também’.

Muitos shapers têm procurado inovar no design de pranchas. O que vocês têm trabalhado em relação a isso?

RM A gente tenta trabalhar o máximo em cima de performance. Temos sempre dois caminhos: um através da pesquisa de novos materiais, mais duráveis, de qualidade. O outro é a performance na água, tentar adaptar a linha de shaper ao que os surfistas estão querendo fazer na onda. A gente busca uma evolução da mesma maneira que os surfistas tentam na água. As pranchas têm de acompanhar o que os surfistas estão pensando e vice-versa.

CH Hoje em dia vemos várias vertentes de pranchas surgindo. É legal porque acabamos fazendo vários tipos de prancha com conceitos diferentes – pranchas pequenas, pranchas baseadas nos antigos designs, retrô, fish. Acho que, basicamente, o que podemos ver que vai mudar bastante é que todos os surfistas, tanto o de fim de semana quanto o profissional, estão diminuindo o tamanho das pranchas. Cada um dentro das suas possibilidades, da sua habilidade, está procurando fazer uma coisa pra compensar. O cara do fim de semana pode até estar reduzindo a prancha dele, mas vai procurar uma mais larga, mais grossa. O surfista competidor está no rip, então ele está reduzindo e continua usando a prancha fina, estreita, que ele está se adequando. Às vezes, ele bota uma quilha maior e se vira. Basicamente você vê um cara como eu, que não pega onda todos os dias, mas é um surfista regular, antigamente usava uma 6’4 e hoje em dia uso uma 6’1 ou 6’0. Isso em geral, tanto nas ondas pequenas do dia-a-dia quanto nos dias de ondas maiores. Acho que essa é uma tendência mundial: pranchas cada vez menores, cada um descobrindo o seu limite.

Este ano, Kelly Slater chamou a atenção usando uma prancha fish quadriquilha. Ele até disse que estava fazendo suas próprias pranchas. O que você acha disso?

CH Acho legal, é mais um apontando a essa direção de usar pranchas cada vez menores, só que ele radicalizou mesmo, diminuiu bastante polegadas. É interessante você ver um cara usando um equipamento diferente. Às vezes, você vê um grupinho usando a mesma coisa. Um cara ganha um campeonato usando uma prancha com 18 de meio e 1/4 de borda, aí, quando vê, tá todo mundo usando prancha com aquelas mesmas medidas. Agora você vê que não é só Slater que está usando uma prancha diferente. Dane Reynolds também arrebentou agora lá em Trestles e na França com uma prancha um pouco menor, não tanto quanto a do Slater, mas pequena. Então, acho legal você dar uma quebrada naquela coisa de ‘tudo igual’.

Essas pranchas utilizadas por Kelly e Dane têm refletido nas encomendas dos clientes da Wet Works?

CH Sim, isso reflete bastante na venda. Dois dias depois do campeonato a gente até brinca quando chega à fábrica. O Ricardo fala: ‘E aí, Alemão! 5’7, 19 de meio e 3/8, se prepara!”. Aí, já pinta um que liga e pede uma encomenda assim, igual à prancha do cara do campeonato. Não é uma coisa em larga escala, mas você vê que influencia as pessoas, sim, principalmente os mais informados, que gostam de acompanhar os campeonatos.

Como você analisa o atual momento do mercado de pranchas no Rio de Janeiro e no Brasil, de uma maneira geral?

RM Eu acho que o surf continua crescendo muito, o número de praticantes é cada vez maior. Às vezes, sinto uma carência no surgimento de novos talentos na fabricação de prancha. Gostaria de ver novos talentos aparecendo, pessoas que chegam ao mercado com novas idéias e agregando valor à fabricação de prancha, estimulando a competição entre os fabricantes de uma maneira saudável para que possa haver um maior desenvolvimento.

Depois da crise dos blocos, como você analisa o abastecimento desse material nas oficinas do Brasil?

RM Hoje em dia temos bastante opções.de matéria-prima no Brasil. Temos umas duas fábricas muito boas de blocos – Rhyno Foam e Teccel. Temos outras medianas, mas que estão sempre buscando elevar a qualidade do produto. Temos também as opções das pranchas epóxi, do isopor. Então, o mercado está numa fase bem legal, abastecido, com muitas opções.

Você fazia as pranchas de Adriano de Souza, que hoje em dia é o principal atleta do Brasil no circuito mundial. Ultimamente ele tem usado pranchas estrangeiras. Como você observa essa transição?

RM Isso é quase uma tendência mundial. Os surfistas começaram a trocar muito de prancha, cada hora vão a um lugar, cada hora usam um shape diferente. Hoje em dia, as pranchas de performance não têm grandes variações de um shaper para outro, a verdade é essa. As medidas são muito parecidas, o advento das quilhas de encaixe também ajudou o surfista a ter um controle maior de sua performance. Muitos surfistas se sentem mais confortáveis com a opção de trabalhar com vários shapers diferentes. Na minha opinião, ainda acredito que o cara que quer ficar mais à frente dos outros tem que ter um equipamento diferenciado, especial, feito pra ele. Não é porque sou shaper, mas ainda acredito que o shaper tem uma importância muito grande nessa história. Se você parar pra pensar, todos os últimos campeões mundiais sempre tiveram um trabalho muito forte de um shaper por trás. Acho que é bom ele poder surfar com pranchas de todos os lugares do mundo, mas eu acho que ele tem que ter um shaper base e um trabalho em cima de um modelo diferenciado pra ele, pensando no aumento da performance e um equipamento diferente dos outros, senão ele pode correr o risco de ficar sempre um pouquinho atrás de alguém.

Você estava falando do shapers internacionais. Nós nunca publicamos tantas notícias sobre visitas de shapers estrangeiros ao Brasil como neste ano. Você acha que isso é reflexo da questão da invasão chinesa ao Hawaii, que obriga os shapers de lá a buscarem novos mercados, sobretudo o mercado emergente aqui da América do Sul?

RM De um ano pra cá um houve uma crise mundial e atingiu muito mais os países do primeiro mundo do que a gente. Nós somos um país emergente, o surf aqui é grande, é um país continental, o nosso dinheiro supervalorizou, então foi uma abertura de mercado para a mão-de-obra estrangeira. É interessante a partir do momento em que realmente bons profissionais venham para cá, tentem fazer uma base de suas marcas e deixem algo positivo aqui, e que não apenas venham e tentem levar um dinheiro embora. Eles podem participar da evolução do surf aqui no Brasil, tentar apoiar alguns surfistas locais, ajudar, senão daqui a pouco a gente vai virar apenas um mercado.

De que maneira pode ocorrer esse intercâmbio? Eles vêm, trabalham em algumas oficinas que muitas vezes a gente nem toma conhecimento de onde fica… De que maneira ocorre o intercâmbio com o shaper brasileiro?

RM Isso deve acontecer, é super saudável, eu já tive um contrato com uma firma japonesa e fui quatro vezes ao Japão, duas vezes a Austrália por intermédio dessa firma, já tenho um contrato com uma firma na Europa, trabalhamos com vários shapers, mas é aí que está; são caras que são shapers, que têm fábrica de prancha e têm equipe de surfistas que participam do movimento no local, que fazem um intercâmbio entre o cliente que encomenda uma prancha e o shaper. Há uma troca de idéias, eles conseguem controlar o mercado, não jogam pranchas no mercado a esmo, então acho que isso é importante. Se você trabalha realmente numa fábrica que tenha laminadores, que tenha outros shapers, aí você está realmente fazendo um intercâmbio. Eu sou contra pessoas que apenas empresariam a vinda de um cara que de repente fica só um tempo aqui, vai embora, não conversa com ninguém, não faz prancha para nenhum atleta, não participa da comunidade local, ou seja, ele não vai estar trazendo nenhum tipo de benefício.

Qual a sua opinião sobre a máquina de shape? Quais as implicações dessa nova tecnologia e até que ponto ela beneficia ou impede o surgimento de novos artesãos?

RM A gente trabalha com a máquina de shape de Luciano Leão. Depois dele, fomos a primeira fábrica de pranchas aqui do Brasil a trabalhar com a máquina. Graças à máquina hoje em dia continuo shapeando todos os dias, senão de repente eu já não teria um vigor físico para me envolver tanto na fabricação como eu me envolvo. Acho super interessante, acho que estimula até a criatividade porque a pessoa acaba tendo mais tempo para ter novas idéias, não ficar tão preso a um processo de produção, mas eu acho importante também a pessoa saber todos os fundamentos. É como se você fosse estudar Medicina numa especialidade, mas você vai aprender tudo, toda a base da Medicina até você ser um médico completo. A pessoa não pode entrar numa de “ah, só sei shapear com a máquina”. A pessoa tem de saber fazer prancha, tem de saber entender tudo o que está ali dentro, saber as dificuldades, porque isso vai fazer parte do processo até do crescimento dela.

A oficina de vocês é muito conceituada no Brasil. Você, Alemão e Joca têm grandes serviços prestados ao esporte.  Qual seria o grande diferencial da oficina de vocês em relação aos outros grandes shapers brasileiros?

RM Primeiramente sempre gostamos muito do que fazemos. Antes de ser shaper, a gente vivia na praia, competia. Nós já éramos um grupo de amigos que ia aos campeonatos juntos. Alemão já fazia parte da nossa equipe de atletas junto com Victor Ribas, eles eram os garotinhos de nosso time. Começamos tudo juntos, até hoje a gente faz o que gosta e esse é um grande diferencial. Nunca tivemos uma cabeça fechada para novas idéias, porque sempre pensamos num conjunto, sempre trocamos informações. Acho que essas são as duas razões principais da nossa permanência por tanto tempo no mercado.

Ricardo, você já foi shaper do terceiro melhor do mundo, com Victor Ribas em 1999. Gostaria que falasse dos atuais atletas brasileiros no Tour – Adriano, Jihad e Heito – e as perspectivas em relação aos brasileiros que devem entrar na elite mundial.

RM O surf está mudando muito, então é difícil fazer uma previsão, até pelas próprias mudanças que podem acontecer no circuito. Eu vejo que hoje em dia os surfistas têm de se preparar muito mais para entrar no circuito mundial, então acho que tem de haver um investimento muito maior na base para que eles possam entrar realmente preparados para enfrentar a dureza do circuito mundial. Vejo o exemplo de Mineiro, um cara super bem preparado mentalmente, fisicamente, é um cara que está focado e é o exemplo que deve ser seguido. Na elite mundial, todos eles são super surfistas, há uns cinco que são ‘super-super’, mas todos ali são muito bons, então o cara não pode desperdiçar a chance de quando entrar no World Tour, entrar mal preparado. Vejo Heitor como um talento bruto que poderia ter resultados melhores, mas que falta um pouco de estrutura nele. Mineiro já conquistou o espaço dele, não importa se ele vai ser campeão mundial ou não. Ele já tem um espaço ali dentro, já está na elite da elite, então acho que ele já conseguiu uma coisa fantástica. Estou vendo com bons olhos essa turma que está vindo – Alejo, Jadson. A mensagem que tenho para eles é essa – entrar bem preparado, não desperdiçar a oportunidade porque a carreira é curta e eles às vezes não têm tempo de uma segunda chance.

E Jihad?

RM Jihad é super talentoso, acho que ele tinha de fazer uma preparação física, tinha de ter uma boa estrutura por trás. O surf brasileiro precisa investir um dinheiro no atleta de uma maneira que ele possa ter uma boa preparação. O cara tem que ter um técnico que possa trabalhar as deficiências técnicas. Um surfista tem deficiência no estilo, o outro no backside, o outro em tubo; são coisas que o cara pode corrigir. Realmente o atleta tem que ter um técnico, não apenas aquele que fica na areia e dá uns toques pra ele. O ideal é ter um ex-surfista, com uma cabeça boa, que possa acompanhá-lo numa viagem. ‘Agora a gente vai a Jeffrey’s Bay treinar isso. Vai ter um cara filmando, a gente vai sair e analisar seus movimentos, vai estudar’. São coisas parecidas com os treinadores de tênis. No tênis, você vê um cara pegar um treinador diferente e ganhar de um cara que ele não conseguia ganhar antes, porque ele melhora os movimentos dele. O World Tour é uma competição baseada na técnica, então não adianta o cara estar com uma técnica mais ou menos, um estilo ruim, porque ele vai perder.

A prancha Wet Works tem muito valor agregado pela assinatura de um dos três shapers. De uma maneira geral, a prancha no Brasil tem um preço alto? É um valor justo?

RM Eu não gosto de falar muito sobre esse assunto porque pode parecer que estou defendendo meu lado, mas acho que a gente faz milagre aqui no Brasil. Nós temos os carros mais caros do mundo, nós pagamos os tênis mais caros do mundo, os calções da Quiksilver mais caros do mundo, as camisetas da Billabong mais caras do mundo. Tudo no Brasil é mais caro. Agora, nós conseguimos ter as pranchas mais baratas do mundo. De todos os países considerados ‘nações surfísticas’, nós temos a prancha mais barata do mundo, então acho que a gente aqui faz milagre. Esse milagre às vezes sacrifica um pouco a qualidade do trabalho. Em 80% dos fabricantes, a prancha é mais ou menos, porque não tem como fazer mágica.

Um garoto pobre do Guarujá, de Santos, tem condições de ter uma prancha Wet Works zerada?

RM Não tem. Eu acho que esse é um papel do governo, o governo é quem tem de dar assistência ao cidadão pobre, não o empresário. Principalmente o pequeno e o médio, ele não tem condição, ele mal consegue manter sua porta aberta. A gente tenta fazer isso através do talento, tentamos ajudar os caras que têm talento e são de classes menos favorecidas. Esses caras terão o apoio da Wet Works, independentemente de ele ser bonitinho ou de uma região que a gente vende prancha. Se ele for um talento, é a maneira que a gente tem de incentivar o cara a sair da condição ruim dele. Fora isso, a gente não tem, porque somos uma fábrica pequena, temos tudo legalizado, pagamos impostos… A gente ajuda da maneira que podemos ajudar. Empregamos uma porção de gente que não é rica e precisa trabalhar. Infelizmente moramos num país pobre e nem todos podem ter acesso ao surf.