Hilton Alves

Arte ousada no Hawaii

Mural de Hilton Alves, Oahu, Hawaii

Hilton Alves retrara o oceano e o surf em enormes painéis. Foto: Arquivo Pessoal.
Tela do maior mural de surf art do mundo em Honolulu, Hawaii. Foto: Arquivo Pessoal Hilton Alves.

O artista plástico Hilton Alves, santista que atualmente vive no Hawaii, criou um projeto para pintar o maior painel de surf art do mundo. O mural será feito em um prédio em Honolulu e deve demorar 10 dias para ficar pronto.

 

Hilton pinta há mais de dez anos e retrata, em suas obras, as mais belas paisagens do North Shore de Oahu, onde mora desde 2007. Em entrevista, o artista fala um pouco mais sobre o seu projeto e as dificuldades de trabalhar em um painel tão grande.


Para apoiar o projeto, visite o site KickStarter.

 

Como surgiu a ideia de pintar este painel?

 

Eu já venho buscando este objetivo há algum tempo. Um dia eu estava dirigindo por Honolulu quando vi um prédio e disse à minha esposa “Vou pintar aquela parede!”, e ela disse “Você é louco!”. Aí, foi o sinal de que eu iria conseguir. Meu objetivo é pintar os maiores murais com imagens de mar do mundo, acredito que este mural será o meu primeiro passo.

 

Quais as medidas deste painel e que tipo de materiais e equipamentos você vai usar para pintá-lo?

 

São quase cinco andares de altura por 200 metros de largura. Estarei usando pistolas de pintura, airless sprayers, compressores e, para detalhes, usarei pincéis. Serão utilizados aproximadamente 160 galões de tinta e um guindaste.

 

Quais são os desafios que você irá encontrar ao pintar um painel com essas proporções?

 

Cada mural tem ou terá seus desafios, acredito eu. Um deles é o medo de altura, você tem que se acostumar a estar naquela altura e ainda conseguir visualizar o que quer fazer, mas, no geral, desafios fazem parte de trabalhos de sucesso e é isso que busco em meus projetos.

 

Qual o gasto total do projeto e como você está arrecadando este dinheiro?

 

O custo total está sendo de US$ 12 mil, pois pretendemos fazer camisetas do evento e dar uma assessoria legal aos voluntários, além dos gastos com o aluguel de equipamento, compra das tintas, etc. Eu inicialmente vendi alguns dos meus quadros para arrecadar dinheiro e, há alguns dias, colocamos no ar uma campanha no site Kickstarter. As pessoas podem contribuir e fazer parte do projeto, mesmo a distância. Vale ressaltar que estarei pintando este mural de graça. Eu e minha equipe decidimos doar este trabalho ao Hawaii para homenagear o surf e tudo de bom que ele nos proporciona.

 

Como aconteceu a escolha do prédio onde a pintura será feita?

 

Em 2010, pintei um mural numa escola em Kahuku, no lado norte de Oahu. Quando fiquei de frente para o mural, achei que demoraria uns 20 dias para pintá-lo, mas, para a minha surpresa, terminei em quatro dias. Isso porque parei várias vezes durante o dia para dar entrevistas e conversar com os alunos. Naquele momento eu disse a mim mesmo que iria pintar o maior mural do mundo. Parece que agora tenho um radar. Toda vez que saio na rua, se vejo um prédio ou uma parede enorme em branco, já visualizo uma pintura feita. Acredito que quando isso acontece, se eu decidir seguir em frente, o universo conspira a meu favor.

 

De quais dos seus trabalhos realizados no Hawaii você mais se orgulha?

 

Na verdade, todos são motivos de orgulho, mas cada qual com sua história. Teve um mural em uma escola em Laie que envolveu mais de 600 crianças entre 5 e 10 anos. Eles me trataram com um enorme carinho, mas o que realmente me dá orgulho é saber que meu trabalho no geral está sendo bem aceito fora do país e, como retorno, enche de orgulho minha família, amigos e fãs que me acompanham desde o meu início no Brasil.

 

Gostaria de mandar alguma mensagem para os nossos internautas?

 

Opa, claro! (risos). Gostaria de dizer que este mural é uma conquista nossa, uma conquista da arte brasileira, e que nos dias em que estarei pintando, darei o meu melhor para representar bem nosso lindo país chamado Brasil. Outra coisa que gostaria de ressaltar é que, juntamente a esta pintura, estaremos organizando eventos paralelos, como arrecadação de alimentos para os desabrigados (sim, aqui tem bastante), bem como educação ambiental com ONGs locais.

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